Anastácia
Encarei as costas largas e vi alguns arranhões deixados por
mim em meio ao calor do sexo. Seus músculos se moviam conforme
ele mexia na frigideira, mas se afastou do fogão por instantes para
verificar os legumes que estavam em uma chapa.
Fiquei ali sentada no balcão apreciando-o cozinhar, ouvindo
os sons do chiado do quer que fosse que ele estava fritando na
panela, sentindo o cheiro bom que estava exalando por toda a
cozinha. Não contive um sorriso, ao levar minha taça de vinho aos
lábios, que conforme ele disse, tinha sido comprado especialmente
para mim, por saber que o grande CEO, o homem que tinha todo o
mundo aos seus pés, estava cozinhando para nós. O observava dabanqueta alta vestindo apenas uma das camisas sociais dele,
realizando um capricho do homem que quis me ver usando uma das
suas roupas. Estava sem calcinha, já que ele havia destruído a
minha e não havia colocado uma reserva na minha bolsa, para o
meu infortúnio. Fiquei ali por bons minutos, acariciando a cabeça de
Aylla, que parecia completamente desperta e animada para aquele
horário.
Confesso que quando Cristhian me disse que iria preparar um
prato típico da Turquia para mim, não escondi a minha
incredulidade. Contou que gostava de cozinhar, algo que só não
fazia com mais frequência por não ter tempo, o que, segundo ele,
não contava como um hobbie. Mas o relaxamento dos seus
movimentos, o modo como ele trabalhava calmamente, como se
estivesse muito seguro do que fazia, era hipnótico. Deveria ter
imaginado, já que ele sempre tinha confiança em tudo o que se
propunha a fazer.
Cristhian era poderoso demais, arrogante demais, sua
autoconfiança era notável. Contudo, ali, eu só conseguia admirar o
homem que ele era, não só suas qualidades, mas algo mais.
E eu daria tudo para ter o prazer de vê-lo cozinhando outras
vezes, porque isso me dava a chance de comê-lo com meus olhos,de contemplar sem pudor aquele corpo magnífico. Mas a grande
verdade que eu tentava ocultar, era que havia uma certa
domesticidade na cena, uma sensação de intimidade, algo que eu
tinha visto quando meu pai, nos fins de tarde, sentava no balcão e
observava cada gesto da minha mãe preparando o jantar, como se
não quisesse perder nenhum segundo da pessoa que amava. Uma
coisa corriqueira, mas que, mesmo assim, construía o cotidiano de
um casal, que não era somente regado de sexo, mas também por
momentos simples como aqueles. Minha mãe sempre me dizia que
era no dia a dia, nas pequenas coisas, que conhecíamos alguém,
que a relação se fortalecia. E eu acreditava em suas palavras. Na
verdade, no meu único relacionamento mais sério, nunca tive esses
momentos para realmente perceber o homem horrível com quem
tinha me envolvido.
Forcei-me a afastar meus pensamentos do ex, era passado e
só macularia o presente. Focaria nas lembranças dos meus pais,
essas eram mais carinhosas. O fato de estar ali com Cristhian, com
uma cadela amável que gostava muito de mim, que fazia de tudo
pela minha atenção, deixava essa sensação gostosa.
Bebi o restante do vinho em um gole, enterrando meus dedos
no pelo macio da cadela, lutando para novamente não me jogarpara o terreno das ilusões, que me fazia ansiar por mais. A minha
relação com Cristhian era muito diferente da que meus pais tinham, e
que só cabia a mim aproveitar aqueles pequenos momentos antes
que acabassem.
Não estávamos vivendo uma vida dois, nem ele buscava uma
rotina fora do trabalho.
Era a isso que tinha que me apegar.
Como se soubesse que era devorado, ele virou-se para mim
com aquele sorriso lascivo e eu gargalhei ao ver o avental que ele
usava, que tinha uma foto de Aylla dormindo. Arqueou a
sobrancelha, soltando a colher em cima do balcão e cruzando os
braços. Minha boca secou ao ver os músculos contraídos.
- Qual a graça, senhorita Stelle ? - brincou comigo.
- Nada, senhor Grey. - Suprimi a risada.
Nunca iria admitir que estava rindo dele, mas não precisava
dizer, ele sabia. Emitiu um bufar.
Mais do que surpresa por ele cozinhar, era o fato de ele trajar
tal coisa e com um orgulho sem tamanho, como se fosse um
daqueles pais babões usando uma camiseta estampada com a foto
do filho. Achava brega, mas, olhando para o homem à minha frente,
não pude deixar de achar completamente fofo. E fiquei imaginando
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O Pai Do Meus Bebês É O Ceo
FanficESSA HISTORIA NÃO ME PERTENCE Uma mocinha ferida, um milionário arrogante e uma gravidez acidental... Depois de flagrar o homem que achava que seria o seu príncipe encantado transando com uma colega em plena festa da empresa, Anastácia refugiou-se...