Capítulo 45

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Cristhian

— Isso é muito bom — a mulher que eu amava disse em um
tom baixinho.
— Que bom que gosta, aşk — disse em um tom malicioso.
Não contive o sorriso de orelha a orelha por cuidar da minha
mulher, algo que me enchia de prazer, tanto que costumava
abandonar o trabalho, os relatórios e até mesmo reuniões para
mimá-la, fazer as vontades mirabolantes como comer determinadas
coisas, ou fazer uma massagem relaxante, como agora.
Com os pés inchados em cima de várias almofadas, curvada
na poltrona do nosso quarto, comia morangos com chocolate
enquanto esperava a máscara de argila verde aplicada em seu rosto
fazer efeito — algo que passou a utilizar quando o excesso de
oleosidade em sua pele fez com que algumas espinhas surgissem
em sua face. Quando a vi com a cara enlameada pela primeira vez,
completamente verde, tive que me segurar para esconder o meu
espanto e depois a risada, principalmente quando colocou duas
rodelas de pepino sobre suas pálpebras. Colocando a fruta na boca,
gargalhou baixinho ao ganhar algumas carícias de Aylla que não
desgrudava da minha mulher, dando cabeçadas nas suas coxas,
latindo para ela. Assim, Anastácia  parecia uma verdadeira rainha.
Melhor, ela era a minha kraliçe e eu o seu súdito mais devoto. Eu

estava cada vez mais insano por aquela mulher, que sempre me
deixava em constante estado de alerta e excitação. Há um ditado na
Turquia que, embora dissesse a respeito da sorte financeira, poderia
muito bem se encaixar com relação ao amor: “um homem não
procura a sua sorte; é a sua sorte que o procura”. Por toda a minha
vida eu não havia procurado pelo amor. Na verdade, até tempos
atrás, achava que eu não precisava dele, porém, mesmo assim, o
sentimento havia me procurado de uma forma improvável, me
atingindo em toda a sua força, fazendo com que eu reconhecesse
novas faces de mim mesmo.
Anastácia  era a minha sorte.
Hoje eu não conseguia enxergar mais uma vida sem os seus
sorrisos e risadas, sem o seu cheiro e calor. Sem a nossa família.
Sem ela.
Sorrindo ainda mais, balançando a cabeça como se eu fosse
um homem perdido, mas que nunca se sentiu tão completo, apliquei
um pouco mais de pressão em seus ombros nus, deslizando com
facilidade meus dedos por conta do óleo de amêndoas, e inclinando-
me sobre ela, percebi que fechava os olhos, sonolenta. O último
trimestre de gestação havia cobrado seu preço e além do cansaço
natural, ela estava inchada, as dores nas costas tornaram-se ainda

maiores, sua respiração ficava ofegante ao fazer qualquer esforço
físico, fora as várias câimbras que a acometia. Não que ela
reclamasse, pois, apesar dos desconfortos, nada parecia mais
importante para a mulher do que ver que nossos bebês se
desenvolviam conforme o esperado para a vigésima nona semana.
Mas ainda assim, eu teria dado todo o meu dinheiro para tomar para
mim alguns daqueles sintomas que tanto a incomodavam e a
deixavam cada vez mais frágil.
Vendo-a tão relaxada, não resisti e acabei deixando um
beijinho na nuca dela, exposta pelo coque frouxo que ela tinha feito,
regozijando-me por deixá-la arrepiada. Desfazendo todos os nós de
tensão, vez ou outra, voltava a dar beijos nela, e quando pressionei
um ponto em que parecia mais distendido, emitiu um suspiro
baixinho que me pareceu o som mais sensual que tinha ouvido e
reverberou nas minhas vísceras. Todo o meu sangue pareceu
acumular no meu pênis, que se esticou dentro da minha cueca. Não
contive o meu próprio gemido quando a ereção latejou
dolorosamente, querendo-a.
Pensei que manter-me em abstinência no período de
resguardo da benim değerli seria uma tarefa mais fácil, mas não
poder fazer amor com ela vinha sendo um verdadeiro martírio, pois

não importava quantas vezes eu a tive antes desse período, eu
sempre queria mais dela, do seu corpo, do seu calor, dos seus
gemidos. A fascinação que sentia por cada mudança lenta que
transcorria durante a gestação, só aumentou com o decorrer dos
dias, tornando-se cada vez mais intensa. Só de pensar nas formas
dela, no ventre volumoso, fazia com que o desejo corresse mais
forte pelas minhas veias, meu pau pulsando com mais intensidade,
e eu senti minha boca salivar.
Com relação a ela, eu era um homem fraco. Imaginei que eu
seria mais forte, controlado, mas descobri que não era. Eu ansiava
por aquela mulher com fúria desmedida a ponto de sentir dor.
— Cristhian? — murmurou com a voz sonolenta, piscando os
olhos várias vezes, retirando-me do fluxo de pensamentos,
provavelmente eu havia gemido alto outra vez.
— Não é nada querida, apenas relaxe — plantei um outro
beijo na parte de trás da orelha e ela emitiu outro suspiro, que eu
interpretei como mais um som erótico, e eu tive que conter a minha
vontade de chiar baixinho com a fome que senti —, daqui a pouco
vou remover a máscara do seu rosto.
— Hm… você daria um ótimo profissional de estética.

O Pai Do Meus Bebês É O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora