Anastácia
— Está nervoso? — perguntei suavemente ao sentir as mãos
dele suando frio.
Seus dedos entrelaçados aos meus estavam escorregadios e
virei-me em sua direção, desviando a atenção da tv que passava
uma notícia qualquer, observando o semblante agoniado, ao mesmo
tempo pensativo, enquanto ele acariciava a minha barriga, algo que
ele parecia apreciar fazer tanto quanto eu. Não podia negar que
meu corpo todo derretia pelo toque suave repleto de devoção e que
também criava uma conexão com o nosso bebê. Meu coração
inflava por saber que Cristhian já amava essa criança, que ele não se
ressentia pela gravidez acidental, como tive medo inicialmente de
que fizesse. Pelo contrário, o meu namorado parecia encantado
pela paternidade.
Emitiu um bufar baixinho, impaciente, desvencilhou-se de
mim e passou as mãos pelos cabelos, bagunçando-os, deixando-o
com a aparência mais selvagem, contrastando com a roupa bem
alinhada que tinha numa pequena mala que estava no seu carro,
como se previsse que passaria a noite comigo. Olhando-o, tive que
conter a vontade de gargalhar alto por ver o homem sempre
autoconfiante e arrogante estando prestes a sucumbir à ansiedade.Apenas abri um sorriso quando ele me encarou, os olhos negros
brilhando com um amor, uma ternura que roubou o meu ar.
— Acho que nunca estive mais ansioso — suspirou —, nem
mesmo quando fechei o maior negócio da minha vida junto a Javier.
— Imagino. — Pousei a minha mão agora livre sobre a dele,
acarinhando-a. — Estou contando os segundos para o obstetra me
chamar.
— Nunca imaginei que me sentiria dessa maneira —
confessou baixinho. Tragou o ar com força, voltando a jogar os fios
para trás. — Por que esse médico demora tanto?
Não contive mais a gargalhada quando suas feições se
fecharam na carranca severa.
— Estamos bastante adiantados — disse em meio ao riso e
olhei meu relógio de pulso, constatando que ainda faltavam cerca de
cinco minutos para o horário agendado.
— Tanri — voltou a respirar fundo —, você é corajosa de
zombar de um homem na minha situação.
— Hum… — Dei de ombros.
Inclinando-me, pousei minha cabeça sobre os ombros fortes
cobertos pelo terno e ele me abraçou, não sem antes deixar umbeijo na minha testa, arrancando um suspiro longo de uma mulher
que estava na sala de espera.
— Não por isso — ouvi a voz do companheiro dela falando
baixinho e ele deixou um beijo estalado na bochecha dela, que deu
uma risadinha.
Com o canto do olho, vi Cristhian arquear a sobrancelha para o
casal, porém não disse nada, apenas puxou-me mais de encontro
ao seu corpo quente e reconfortante ao qual eu me aninhei ainda
mais, traçando círculos com a ponta do dedo pelo peitoral firme.
Permanecemos assim, até que ouvimos o barulho da porta sendo
aberta e uma mulher sair de lá com um envelope na mão. Não
demorou muito e o doutor Érike, um homem alto, loiro de olhos
castanhos, bastante atraente, mas não tanto quanto meu turco, que
emanava poder e sensualidade em cada poro, chamar a mulher que
estava na nossa frente e o casal entrar, sorrindo um para o outro.
— Que Allah me proteja — murmurou baixinho contra os
meus cabelos, inspirando fundo —, mas quem vai acabar
precisando de um médico sou eu.
— É normal a consulta atrasar um pouco, Cristhian — constatei
o óbvio, me sentando normalmente para encará-lo.A expressão dele voltou a tornar-se uma careta de desagrado
e eu fiz esforço para não gracejar dele e sua impaciência, ainda
mais quando seus dedos voltaram a me acariciar.
— Não é algo que costuma acontecer comigo, değerli.
Arquei a sobrancelha com o tom arrogante, o que não era
uma surpresa. Era pouco provável que alguém tivesse coragem de
fazer um homem tão poderoso e rico esperar, mas hoje não era uma
reunião de negócios, nem um atendimento exclusivo. Não vou negar
que como sua secretária passei alguns pequenos maus bocados
com o turco e sua impaciência. Mas, no mundo real, no meu, era
mais do que normal ter que aguardar para ser atendido,
infelizmente. Às vezes passávamos horas para tal. Poderia mudar
de obstetra, mas senti uma enorme confiança no doutor Érike, e ele
era muito bem-recomendado. Então queria continuar fazendo o meu
pré-natal com ele e, se possível, queria que fosse ele quem fizesse
o meu parto.
Só precisava convencer o homem ao meu lado disso, o que
não seria nada fácil, pelo visto.
— Odeio falta de pontualidade, você sabe disso, aşk. Ainda
mais quando envolve o nosso bebê. Você disse que é nesse
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O Pai Do Meus Bebês É O Ceo
FanfictionESSA HISTORIA NÃO ME PERTENCE Uma mocinha ferida, um milionário arrogante e uma gravidez acidental... Depois de flagrar o homem que achava que seria o seu príncipe encantado transando com uma colega em plena festa da empresa, Anastácia refugiou-se...