Capítulo 39

965 78 10
                                    

Cristhian

Três bebês!
Meu coração ribombava com força no meu peito e eu sentia
minhas pernas completamente bambas enquanto mais uma vez era
dominado por uma sensação poderosa denominada amor. Ela se
espalhava por cada célula do meu corpo e me impedia de pensar
com racionalidade.
Apertei a mão da benim değerli com mais força ao fitar
novamente a imagem, tentando enxergar nos três pequenos
embriões as cabecinhas, mãozinhas e os pezinhos que começavam
a se desenvolver, bem como os olhinhos desproporcionais.
E quando consegui, mesmo que precariamente, levei sua
mão aos lábios enquanto me deixava levar pelo amor que sentia por
eles.
Embora meu sobrenome significasse “pai de muitos filhos”,
nunca imaginei que teria tantos bebês de uma única vez e a ideia
me fez querer rir, dominado por uma alegria sem tamanho.
Não importava nenhum pouco se eu parecia estar prestes a
cair de joelhos e comportar-me com um tolo.
Se antes eu era arrogante, agora não havia dúvida de que eu
seria ainda mais. Afinal, não eram todos os homens que
conseguiam fazer três de uma vez. E, por mais que fosse um

sentimento infantil, era impossível não me sentir exultante pelo fato.
Orgulhoso. Tanto que tinha vontade imensa de gritar ao mundo que
eu teria trigêmeos. Tinha certeza que meu melhor amigo iria cansar
de me ouvir cantando vantagem.
Estava tão imerso em meus pensamentos, naquelas
emoções intensas, que senti o meu coração gelar com a pergunta
da minha mulher, algo que não havia percebido até então e que me
fez sentir em completo pânico.
— Se são três bebês, porque escutamos o batimento de
apenas um, doutor? — Fitei Valdete, vendo o medo e a apreensão
na face antes tomada pela felicidade da descoberta, que intensificou
aquele aperto que me invadiu.
Precisei-me segurar na cadeira onde ela estava em busca de
apoio, eu estava prestes a cair.
Allah não me puniria dessa forma, tirando dois dos meus
filhos ainda no ventre da mulher que eu tanto queria bem e faria de
tudo para proteger, não é? Seria cruel demais e tal pensamento fez
com que a minha garganta se fechasse.
— Não se preocupe, mamãe — o doutor disse, dando um
sorriso que fez com que tanto eu quanto Ana  soltássemos o ar,
respirando novamente —, é normal que não consigamos identificar

o som do coraçãozinho dos sacos gestacionais, pois eles ainda
estão em desenvolvimento, como tinha dito anteriormente. Tenho
certeza que no máximo em quinze dias poderemos ouvir a “melodia”
completa.
— Graças a Deus — ela murmurou baixinho e eu fiz uma
prece silenciosa a Allah pedindo que continuasse a abençoar meus
bebês e que os três pudessem crescer com saúde e vir ao mundo
fortes e saudáveis.
— Cuidaremos muito bem deles e de você também para que
nada de ruim aconteça a nenhum de vocês quatro — foi gentil.
— E eu ajudarei no que for preciso — sussurrei com a voz
trêmula, jurando a mim mesmo que faria de tudo para cuidar deles e
da minha mulher.
Mesmo que isso significasse tornar-me ainda mais zeloso e
preguento, enchendo Anastácia  com meus mimos e cuidados. E, por
incrível que parecesse, estava ansioso por isso.
— É assim que se fala, pai. Agora vamos terminar esse
exame.
Voltou sua atenção para o monitor e eu fiz o mesmo,
observando a imagem e escutei o coraçãozinho do meu bebê
batendo, guardando novamente aquele som dentro de mim. E, por

um momento, pareceu que meu coração pulsava no mesmo ritmo
que o dele, transformando aquela experiência em algo ainda mais
especial, mais poderoso. Mas infelizmente, acabou rápido demais,
pois minutos depois o médico finalizou o exame.
— Pode se levantar, senhorita Stelle , e se trocar — disse.
Saí do meu transe momentâneo e ajudei a değerli a se
erguer, como se ela fosse um cristal raro. Fitou-me por alguns
segundos e vi a sobrancelha fina arquear-se, como se questionasse
se seria assim dali por diante. Sorri, dando de ombros, e ela soprou
uma mecha que havia caído sobre seus olhos com um bufar.
Eu não pude negar que aquela comunicação silenciosa entre
nós dois fez com que algo dentro de mim revirasse do avesso, uma
corrente elétrica percorrendo-me, tornando mais consciente dela.
Aquele mesmo turbilhão que me acometia sempre que estava com
ela, tornando-se ainda mais intenso. Somente um homem muito
idiota desprezaria aquilo que lhe tinha sido ofertado e eu me senti
um tolo por ter colocado quase tudo a perder.
Entrelaçando nossos dedos, deixei-me levar por essa
embriaguez. Caminhamos juntos até o banheiro e ao parar na porta,
sem me importar com o médico, inclinando um pouco o rosto dela,
toquei seus lábios com os meus em um beijo breve.

O Pai Do Meus Bebês É O CeoOnde histórias criam vida. Descubra agora