CAP. 49 - Os olhos não mentem

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11 de Novembro de 2012

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11 de Novembro de 2012.

Tudo bem, talvez eu tenha sido... precipitado. Um bocado – muito – patético. Savage deixou isso bem claro e eu nunca me senti tão constrangido. Eu faria de novo, tenho que admitir. Sem nem mesmo pensar duas vezes. Por ela e somente por ela. Mas eu não posso negar que mal consigo me olhar no espelho agora. Fico tão vermelho quanto um pimentão quando me lembro de como "discursei" para ela. Foi tudo mais do que honesto, mas a ideia de que ela me olhava com frieza, indiferença e nojo me constrange. Ela nunca deve ter me visto em estado tão deplorável. Mas, espero que ao menos tenha feito algum efeito nela. Espero que ela sinta até mesmo pena de mim, ao invés de somente ódio. Porque, céus, se ela apenas me odiar, eu realmente não vou dar conta de lidar com isso, mesmo sabendo que fui eu quem causou toda essa merda.

Pisco algumas vezes lentamente enquanto ainda penso sobre tudo isso. É exaustivo, mas eu entendo tudo que nos trouxe até aqui. Também entendo que não posso fazer muito neste momento e que ficar me depreciando não ajuda em absolutamente nada. Engulo em seco e meus lábios se entreabrem enquanto mal consigo me mexer. Sinto que estou um pouco dolorido e adoro que não seja um fator específico da minha idade. É apenas a minha filha cochilando em cima de mim. Meu braço direito está um pouco dormente com o peso dela, mesmo que não seja muito e minha camisa cinza já está com uma marca enorme da baba da minha pequena Sarah.

"Eu disse pro seu pai que não era uma boa ideia ela se encher tanto assim de açúcar", minha mãe me informa num sussurro quando apoia ambas suas mãos no alto das costas do sofá no qual me encontro deitado com Sarah. Seus olhos percorrendo a pequenina acima de mim enquanto ela suspira. A mais velha trás sua atenção a mim e arqueia as sobrancelhas, explicando ainda aos sussurros: "Ela comeu um monte de bobagens na festa da escolinha e gastou toda a energia que podia! Olha só como ela está dormindo pesado agora. Não vai conseguir dormir à noite desse jeito."

"Não tem que se preocupar com isso, mãe." Eu certifico com um riso soprado curto, arqueando as sobrancelhas para a mais velha que ainda me encara. "Como foi a apresentação? Sarah deve ter ficado chateada porque não pude ir." Digo baixinho, não querendo acordar a mencionada acima de mim. Mesmo assim, ergo minha mão esquerda e acaricio os cabelos desta de cima para baixo com lentidão e carinho.

"Foi ótimo. Sarah foi a árvore mais chamativa de todas. Dava ótimos pulinhos como se fosse a própria protagonista. Você teria adorado, mas... eu tirei muitas fotos e fiz alguns vídeos. Você vai na próxima, ela entendeu que você estava... ocupado." Ela remexe as sobrancelhas, torcendo os lábios rapidamente para a direita ao que agora está mais do que ciente da situação de Savage. Ela sabe que eu estava ocupado por isso. Mesmo assim, não consigo parar de me sentir mal por ter perdido a apresentação da minha princesinha. É claro que ela nem mesmo vai comentar com ninguém se tiver ficado mesmo chateada com a falta de minha presença.

"Obrigado", eu sussurro para minha mãe, abrindo um sorriso curtinho enquanto encaro seus olhos. Ela assente, concordando, logo atrás sua mão direita em minha direção. Ela acaricia meus cabelos próximos de minha testa, os jogando um pouco para trás para ter uma vista mais plena de mim neste momento. Abaixo os olhos e aproveito o carinho agora, considerando que me sinto uma criança novamente nos últimos dias. É claro que minha mãe contou para o meu pai a situação de Savage e os dois nunca me pareceram tão preocupados. Não se dispuseram a ver Savage porque eu achei que foi o melhor – também tenho que considerar que uma das primeiras coisas que ela pediu a Carrie Price quando acordou, foi para que eu não tivesse permissão de entrar no quarto, vê-la ou sequer falar com ela atrás da porta. Enfim, meus pais vêm me "mimando" desde então. Se dispuseram a fazer de tudo para me ajudar a lidar com a situação, considerando que sou absurdamente apaixonado por Savage e que daria minha vida por ela. Mamãe tem conversado muito comigo também, me aconselhado e eu aceito de bom grado. Tanto por ela ser muito sábia pela experiência diante a idade, quanto por já ter passado por algo horrendo mais do que semelhante.

𝑩𝒖𝒔𝒕𝒆𝒓 𝑪𝒍𝒖𝒃 - 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora