CAP. 56 - Corre, coelhinho, corre!

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*Cap

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*Cap. com violência EXTREMA descrita e menções de estupro e estupro a vulnerável*

 com violência EXTREMA descrita e menções de estupro e estupro a vulnerável*

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1 de Dezembro de 2012.

"Era uma vez, um turbilhão de dinastias formadas por várias e várias famílias de coelhos. Havia duas famílias em específico. Ou, melhor, dois coelhos em específico, mesmo que de famílias diferentes. O primeiro, pequeno, mas convicto. Havia algo nele, um poder obscuro, algo que só sua própria mente poderia compreender, considerando a confusão que era. Era um coelho doente, maldoso, perverso. Um coelho que merecia estar sozinho diante tanta maldade sólida adornando seu pequeno coração inquieto. Mas, mesmo sendo tudo que era, merecendo tudo de ruim diante tudo o que um dia fez e ainda era capaz de fazer, esse coelho tinha uma família. Ele tinha uma estabilidade, mesmo que com outros coelhos tão ruins e maldosos quanto si, a sua própria volta. Mas, mesmo que este coelho em específico seja tão ruim assim, ele não é o protagonista dessa história. O dono de relato tão importante que ficará gravado para a história, cravada em adornos de pedras preciosas que serão lidas daqui milhares, mas milhares de anos... é o outro coelhinho. Este, diferente do primeiro, não tinha nada. Não era bonito, sua pelagem era amarelada, suja, parecida com famílias pequenas, pobres, indiferentes e insignificantes. Também não tinha apoio mesmo com sangue do seu sangue tão perto assim, não havia companhia, suporte, amor. Havia apenas... um imensurável vazio que o tomava violentamente cada vez mais. Antes já diziam... a solidão modifica o homem. Então, em um dia comum, de sol e sombra, brisa fresca e clima moldável, com a grama verde com um cheirinho sutil presente, ambos estes coelhos decidiram se hidratar no mesmo rio. As famílias moravam na proximidade, mas nunca haviam presenciado a coincidência de se encontrarem. O primeiro coelho, o maldoso e perverso, olhou nos olhos daquele pobre outro coelho, pequeno, sujo, trêmulo, claramente indefeso. Insegurança rodeava toda sua figura, isso o diminuía ainda mais. Chegava a ser surpreendente. O coelho malvado eriçou seus pelos, se recusou a bebericar da mesma água que um coelho tão sujo, realmente tão pequeno quanto a vista o expunha naquele dia caloroso. Havia um ar de arrogância superior em sua figura, até porque, tinha repleta noção de que era mesmo melhor que toda a família do outro coelho. Afinal, escutou tal afirmação durante toda a vida, tinha certeza disso. Já estava cravado em sua história. Bom, ao menos até aquela tarde. Depois disso, jamais voltaria a acreditar em tais palavras novamente. O pequeno coelho de pelagem suja e figura pequena ousou bebericar a água num ato maior de sobrevivência diante tanto calor, a ideia de algo fresco descendo por sua garganta era muito maior do que temer a outra figura próxima de si. Havia algo no coelho malvado que o torava majestoso e o outro pensou que nunca descobriria o que era. Mesmo que a receita parecesse tão simples, considerando que ambos ali, mesmo de famílias diferentes, ainda eram da mesma raça. O coelho perverso pensou que seria ótimo para sua tarde tediosa, simplesmente atormentar o outro. O poder costuma cegar violentamente os seres, a ideia de ser maior que o outro, de estar nem que seja um único degrau acima na escala da cadeia alimentar, é exorbitante. Excitante. Qualquer um ficaria enlouquecido diante tanto poder. Mal sabia o coelho perverso que o maior erro de toda sua curta vida, foi um dia ter julgado um livro pela capa. Quando atacou o outro sem nem mesmo pensar duas vezes, deu-se de cara diretamente com uma maldita exceção. O pequeno coelho, de pelugem imunda e figura insegura e indefesa, havia guardado tanto rancor, tanta raiva, ódio reprimido, que aquele turbilhão de emoções intensas explodiu de uma só vez e no ápice do momento. Havia se reprimido durante toda a vida, mas bastou um único mísero gatilho, para finalmente ter repleta noção de seu lugar na terra como ser. De pequeno, passou a se tornar grandioso, a insegurança sumiu num piscar de olhos e sua postura se ergueu. Algo ardente nasceu naquele coelho, porque, logo após quase ser atacado, ele atacou de volta agilmente. Quando rasgou a garganta do coelho arrogante e perverso entre seus dentes, descobriu que era bem maior do que sequer era capaz de imaginar um dia. Um bocado de sangria absurdamente grossa e num tom de vinho vivo esguichou pelos ares e inundou a pelugem imunda do pequeno coelho, logo enquanto este assistia o coelho perverso arfar sem fôlego, seus olhos se acinzentando enquanto estava caído, ferido, perdendo a vida e seu lugar como ser maior na escala da cadeia alimentar. Com o perverso morto, alguém teria de finalmente tomar o seu lugar e não havia ego mais alto em todo o mundo, do que o de um coelho reprimido que matou pela primeira vez. Que sentiu o gostinho da vitória pela primeira vez. Este coelho, agora nomeado O Grande, estava inundado de vermelho do alto das orelhas as patas, precisava se banhar, não precisava desfilar por aí ensanguentado. Ele não precisava cantar vitória. Ele não precisava se vangloriar. Já havia entendido que de nada adiantava tagarelar, ele precisava mesmo era fazer. Uma única atitude é capaz de mudar absolutamente tudo. Logo, ao que sabia que não precisava se mostrar para terceiros, O Grande adentrou as águas límpidas do pequeno rio próximo de si. E, surpreendentemente, quando saiu da água após se banhar, sua pelagem nunca esteve num branco tão puro quanto naquele momento, assim como seus olhos se encontravam num tom de vinho vivaz, definitivamente perigoso. Não demorou muito para que O Grande finalmente compreendesse: eles dois eram predadores, mas claramente estavam em níveis diferentes de força." Quando Tyler finalmente termina de contar sua história que nunca me pareceu tão longa quanto neste momento, eu tomo um suspiro grandioso.

𝑩𝒖𝒔𝒕𝒆𝒓 𝑪𝒍𝒖𝒃 - 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora