CAP. 51 - Uma cabeça cheia de medos não tem espaço para sonhos

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 19 de Novembro de 2012

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19 de Novembro de 2012.

Continuo a observando dormir como se realmente fosse terapia. Mas, é o que parece, ao menos neste momento. Considerando tudo que aconteceu até finalmente chegarmos neste lugar. Nesta situação. Ao menos a ideia de ver Savage segura agora, me conforta um pouco. E, é claro que um desespero e uma urgência muito maiores em mim falaram por si só. Novamente, não estou respeitando suas escolhas. Seu pedido para estar longe. Não que ela realmente tenha me pedido tão diretamente assim, mas ouvir um "eu tenho nojo de você e dessa sua cara", já deixou muita coisa clara. Savage anda tomando diversos medicamentos. Todos chegamos a um consenso pensando num bem maior. Ao menos eu, Carrie Price, Reid Fisher e Cassandra Lancaster. As "vitaminas" que Reid Fisher está administrando para Savage durante a noite são remédios para ajudá-la a dormir a noite inteira. Carrie me contou que os pesadelos dela ainda não pararam, mas ao menos a ideia de Gregory Mitchum vem ajudando muito. Ao menos funciona. Quase sempre de imediato. Todo aquele lance de usar o perfume do Tyler para acalmá-la durante o sono.

Ao menos agora, enquanto estou sentado na cadeira de sua escrivaninha, ela parece estar dormindo tranquilamente. Carrie – que fica com ela na maior parte do tempo – me contou que ela parece mais descansada ultimamente. Mesmo que ainda não esteja muito falante. Não tanto quanto antes. Suas feridas já estão bem melhores, não posso mentir aqui. O olho esquerdo dela já não está mais inchado e agora a apenas um tom sutil de amarelo nos hematomas aos redores. Sua pálpebra cicatrizou muito bem, mesmo que a cicatriz ainda esteja saltada e um bocado avermelhada por ser parcialmente recente. Mas agora seu olho esquerdo está mais baixo que o direito. Tirando as circunstâncias e toda essa situação desgraçada, Savage não deixou de ser a mulher mais linda do mundo nem mesmo neste estado. O filho de uma puta que ousar negar será morto pelas minhas próprias mãos. Sua cicatriz na bochecha já não precisa mais de um curativo e céus, tenho a impressão de a cada dia que se passa, ela parece maior ainda. É apenas uma impressão mesmo, minha ansiedade falando um pouco mais alto. Acho que uma parte de mim acabou enlouquecendo com tudo o que aconteceu ultimamente. Principalmente com como Savage me tratou desde a última vez em que "conversamos".

Depois daquela noite em que ela me disse muita, mas muita coisa, veio o dia em que ela finalmente reagiu. Finalmente teve uma reação diferente diante Sarah e Eddie. Graças a Deus as crianças existem nesse mundo. Depois disso, eu acabei me forçando a realmente respeitar Savage, por mais que isso estivesse me matando por dentro, tenho que admitir. Todas as vezes que vim a ver depois daquele dia, foram em horários noturnos. Ela estava sempre dormindo e assim, não ficava aborrecida com minha presença e eu parcialmente respeitava sua pessoa – assim como neste exato momento. Porque, se ela não está me vendo, se não sabe que eu estou aqui, não pode ter uma reação negativa diante isso. Meus pensamentos voam para a puta que pariu no segundo em que minha mulher se mexe na cama. Ela expressa um ruído mínimo de desconforto, então repentinamente gira com lentidão para o outro lado, ficando de costas para mim. Pisco milhares de vezes e minha respiração engata. Eu gostaria muito de dizer que fiquei simplesmente surpreso, assustado com sua movimentação. Considerando que ela me mataria aqui mesmo se tivesse ciência da minha presença. Mas não é nada disso. Só recuei descaradamente porque meus olhos alcançaram diretamente a cicatriz em suas costas. A maldita frase cravada em sua carne cruel e violentamente.

𝑩𝒖𝒔𝒕𝒆𝒓 𝑪𝒍𝒖𝒃 - 𝑳𝒆𝒐𝒏 𝑺. 𝑲𝒆𝒏𝒏𝒆𝒅𝒚 | +18Onde histórias criam vida. Descubra agora