Uma paixão inevitável

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As semanas passaram num ápice. Quando a Ana se apercebeu, faltava só uma semana para o baile e a viagem às Astúrias. O que aumentava ainda mais o seu desassossego. Estava mesmo ansiosa e entusiasmada com a chegada do baile de finalistas, pois Miguel iria ser o seu par. E ele era o par perfeito. Nas últimas duas semanas, a Ana tinha-o acompanhado a várias lojas de roupa, quer no centro comercial, quer na Baixa da cidade, para verem o fato para aquela ocasião tão especial — a escolha não foi nada fácil, já que havia fatos para todos os gostos. Ele estava muito indeciso porque queria estar digno de um príncipe naquela noite. Depois de experimentar diversos fatos, optou por um fato composto por blazer preto, camisa branca, gravata e calças pretas. Para calçar, optou por uns sapatos pretos de verniz.

Para a Ana, ele estava mesmo digno de um príncipe; o fato ficava-lhe muito bem.

Já a Ana tinha optado por manter todo o secretismo, à volta do seu vestido. Miguel apenas o poderia ver no dia do baile. Tinha ido com a Mafalda a várias lojas, e tinha sido numa loja de vestidos da Baixa da cidade, que tinha visto o vestido perfeito. Estava mesmo apaixonada. Tinha experimentado vários vestidos, em várias lojas, contudo aquele tinha-lhe conquistado o coração. Sentia-se uma princesa com ele vestido. Depois foi só pesquisar alguns penteados e maquilhagem. Ela queria estar elegante e sofisticada, sem perder a simplicidade e sem cair no exagero.

E a noite do baile chegou. A dois dias da partida para as Astúrias. Tanto Ana como Miguel mal tinham dormido com a ansiedade. Após uma manhã cheia de aulas, a Ana almoçou com a Mafalda na Baixa da cidade e depois seguiram para o cabeleireiro. Ana tinha-se lembrado do penteado ideal durante a noite.

Em casa, o Miguel pendurara o fato dele na porta do roupeiro e depois seguira para a casa de banho. Tomando banho, barbeando-se, perfumando-se, penteando-se. E vestindo um fato de treino. Ele não queria amarrotar o fato acabado de engomar. Dirigiu-se à cómoda e pegou na máquina fotográfica. Sentou-se à secretária e ligou-a ao computador para passar as muitas fotografias que tinha no cartão de memória. As últimas que tinha tirado tinha sido em Sintra, nas Azenhas do Mar, quando tinha ido lá com os amigos.

Ele não queria que nada falhasse naquela noite, principalmente que lhe faltasse espaço no cartão de memória para fotografar a Ana até ao último disparo. Ele tinha a certeza de que ela iria estar deslumbrante. Estava ansioso para a ver. Foi a uma gaveta da secretária, pegou num segundo cartão de memória e colocou-o num bolso interior da bolsa da máquina.

Ana chegou a casa a meio da tarde com a Mafalda. E fecharam-se no quarto a sete chaves. O vestido já estava engomado. E pendurado no roupeiro pronto a ser vestido. Foi para a casa de banho e tomou um banho rápido para não estragar o penteado que tinha acabado de fazer. Depois a Ana sentou-se na cama e passou um creme hidratante pelo corpo. E logo de seguida sentou-se em frente ao toucador para se maquilhar. Queria que a maquilhagem fosse discreta e não muito berrante. Cores suaves que destacassem: o azul dos seus olhos, a pele bronzeada e claro, o seu belíssimo vestido. Ela tinha-se inspirado no videoclip: Pero Me Acuerdo de Ti da Christina Aguilera. Ela estava muito bonita, mas simples. Apresentava uma beleza muito natural. E naquela noite ela queria sentir-se assim. Mostrar o seu lado inocente no seu estado mais puro por detrás da sua elegância. 

Quando a Ana e o Miguel menos esperavam, faltava só uma hora para o começo do jantar. Tinha chegado o momento da Ana vestir finalmente o seu vestido. Era um vestido comprido, feito todo de seda e azul-escuro. Bordado da cintura para cima. E largo da cintura para baixo, que definia a sua silhueta magra e esguia. O vestido tinha a particularidade de ser aberto nas costas, conferindo-lhe elegância. Ela estava rendida. Virou-se para Mafalda e perguntou-lhe de nervosismo na voz, dando uma volta sobre si mesma:

— Que tal estou?

— Estás linda, amiga! — respondeu a Mafalda perplexa.

— Sabes, é tal e qual como eu desejei e idealizei — disse comovida, passando levemente a mão pela saia.

Ao Teu Lado - Quando o que nos une é maior que aquilo que nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora