Um grande amor nunca morre

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Pelas vinte horas estava praticamente tudo pronto. Minutos depois a Ana estava a tocar à campainha. Ele olhou uma última vez para a sala. Para ver se estava tudo em ordem e se não faltava nada. E abriu a porta. Eles cumprimentaram-se trocando dois beijos no rosto e depois ela entrou no apartamento. Depressa se apercebeu que havia uma mescla de aromas e especiarias que envolviam o Miguel, apesar de não conseguir distinguir grande parte delas. As mãos robustas dele libertavam um forte aroma a gindungo, muito provavelmente por ele ter estado a cozinhar.

Eles dirigiram-se para a sala onde estava posta uma mesa para dois. A toalha eram pétalas de rosa vermelhas e havia duas velas também vermelhas acesas. Ana ficou boquiaberta com o ambiente romântico e especial que encontrou e com a mesa que estava linda, bem decorada e que tinha sido preparada com muito bom gosto. Nada que não fosse de esperar vindo dele, pois sempre tinha dado uma atenção especial aos detalhes, não deixando que nada escapasse.

— Uau! É aqui que vamos jantar? — questionou-o Ana deslumbrada e sem palavras.

— Sim, é! Porquê? Não gostas? — perguntou-lhe Miguel, um pouco preocupado.

— Gosto muito! E estou encantada. Está tudo lindíssimo. Não estava nada à espera...

Ele olhou-a nos olhos e sorriu.

— Nem poderia esperar outra coisa de ti, porque não conheço ninguém que dê tanto valor e primazia aos mais pequenos e simples pormenores como tu.

Ele mostrou-se comprometido.

— Fico feliz por gostares. No entanto, falta alguma coisa ou há alguma coisa que não seja do teu agrado?

— Não! Não te preocupes porque está tudo fantástico.

— Se preferires podemos ir jantar fora. Não me importo nem fico chateado.

— Achas? Nem pensar depois de todo o trabalho que tu tiveste a preparar tudo. 

— Não me custou nada e fi-lo com todo o gosto.

— Sei que sim, Miguel.

Entretanto, ele decidiu arriscar em algo.

— Posso ajudar-te a despir o casaco?

— Podes, claro! — Pousou a mala e o pequeno saco que trazia no chão. E de seguida ele ajudou-a a despir o casaco. — Obrigada.

Ele pegou no casaco dela, na mala e no pequeno saco e pendurou tudo no bengaleiro que estava atrás da porta de entrada. E quando ele pôde observar a Ana melhor, ficou sem reação. Ao reparar que se tinha vestido da mesma forma que naquela noite na adolescência. Em que faziam anos e o Miguel tinha preparado um jantar muito especial para os dois junto à piscina. Ela vestia o vestido que Miguel lhe tinha oferecido, calçava os mesmos sapatos de salto alto, tinha deixado os cabelos soltos e colocado uma maquilhagem discreta. E para finalizar tinha colocado um par de brincos compridos e um longo colar que realçavam o look e a sua beleza.

— Estás muito bonita! Esse vestido continua a ficar-te muito bem! — disse elogiando-a.

— Obrigada. Tu sabes que sempre foi dos meus favoritos e que sempre gostei do teu bom gosto — disse-lhe envergonhada.

— Sê muito bem-vinda!

— Obrigada!

— Estava mesmo desejoso de trazer-te até cá. Queria muito organizar um jantar para nós para inaugurarmos o apartamento. Ainda não trouxe cá ninguém, sabes? Só me fazia sentido inaugurá-lo contigo, pois és a minha melhor amiga e uma pessoa muito especial para mim.

Ela ruboresceu, sorriu para ele e aproveitou para deambular um pouco pela sala.

A sala era muito simples, logo em frente à entrada encontrava-se umamesa de jantar feita em madeira de cerejeira e na parede adjacente encontrava-se um aparadoronde Miguel tinha um serviço completo de jantar, copos e chávenas de café. E à direita, nocentro da sala estava um conjunto de sofás em pele e em tons de castanho e junto do sofágrande estava uma mesa de vidro com inúmeras fotografias. Na parede mesmo em frente, havia umalareira embutida e um móvel feito em madeira de cerejeira. Que tinha livros, umatelevisão, uma aparelhagem e um armário embutido onde Miguel guardava uma coleção de motas em miniatura. 

Ao Teu Lado - Quando o que nos une é maior que aquilo que nos separaOnde histórias criam vida. Descubra agora