Quando eles se aperceberam o dia da partida para as Astúrias finalmente chegou. Com todo o significado e importância que tinha para eles. A Ana e o Miguel madrugaram porque tinham de estar cedo na escola. E também queriam confirmar com calma se não lhes faltava nada e se levavam tudo. Tomaram o pequeno-almoço um pouco à pressa. Colocaram a bagagem no carro e logo de seguida encaminharam-se para a escola em família.
Quando lá chegaram, os autocarros já tinham chegado. Ouviram alguns recados da Joana. E depois pegaram nas malas e nas mochilas e juntaram-se à turma da Ana. O ambiente estava bastante animado, recheado de boa-disposição e muitas conversas. Entretanto, os delegados das turmas iam fazendo a respetiva chamada para que os alunos fossem ocupando os lugares dentro dos autocarros. Ana e Miguel sentaram-se juntos, como já tinham combinado.
A viagem iniciou-se. O ambiente continuava animado. Havia alegria, conversas e piadas. Quando saíram de Lisboa, o Ismael, delegado da turma da Ana, que era bastante extrovertido e descontraído. Levantou-se, pediu (sem rodeios) licença ao motorista e pegou no microfone para trautear várias canções de música tradicional portuguesa. Que puseram os colegas todos a cantar. A primeira escolha foi: A Minha Casinha dos Xutos&Pontapés e seguiram-se outras canções, sempre entoadas por um coro de afinadas vozes.
Entretanto, a Ana lembrou-se de algo:
— Nem imaginas a ideia que acabei de ter — disse ela ao Miguel, que estava concentrado a ouvir música.
Miguel tirou os auscultadores e, em jeito de brincadeira, respondeu:
— Ui, o que será?
— Podias pegar no microfone e contar algumas anedotas e piadas secas.
— Eu? — afirmou perplexo. — Já sabes que não gosto nada de ser o centro das atenções.
— Oh! Anda lá! Porque não?
— Tenho vergonha — disse-lhe comprometido.
— Vergonha de quê? — questionou surpreendida.
— De ser mal interpretado ou que não gostem.
— Ninguém vai levar a mal, porque estamos aqui para nos divertirmos.
— Achas mesmo?
— Acho! Tu não me digas que não fazes isso por mim. Que te convidei para vires à minha viagem de finalistas para poderes concretizar o teu sonho.
— Assim, estás a deixar-me numa posição delicada.
— Por favor, Miguel — suplicou ela, encostando-se ao ombro dele e olhando-o nos olhos.
— Pronto! Convenceste-me.
— Eu sabia que ia conseguir convencer-te — disse-lhe, feliz, beijando-o na bochecha.
O Miguel levantou-se e na brincadeira fez-lhe algumas cócegas. Fazendo com que a Ana desse algumas gargalhadas.
— Para, Miguel! Olha as pessoas.
— É a minha vingança por expores o teu melhor amigo. Quando voltarmos eu vou ajustar contas contigo.
— Aposto que nunca mais te vais lembrar.
Miguel virou-se para trás, piscou-lhe o olho e disse-lhe:
— Isso é o que vamos ver.
— Ismael passa o microfone ao Miguel! Preparem-se para o que aí vem! — disse ela.
O Miguel encaminhou-se para a parte da frente do autocarro, sentou-se atrás do motorista e depois o Ismael passou-lhe o microfone para a mão. A expectativa era muita. Miguel pegou no microfone e começou logo a contar algumas anedotas, conquistando logo a turma da Ana (as gargalhadas e ovações eram mais que muitas!). E mesmo o motorista. Para além de fazer rir quem o rodeava com extrema facilidade, mostrava ter imenso à-vontade. A Ana era quem mais o aplaudia e dava mais gargalhadas. Já que por mais que quisesse não conseguia resistir não fosse aquele momento protagonizado pelo seu melhor amigo e agora cara-metade.
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Ao Teu Lado - Quando o que nos une é maior que aquilo que nos separa
RomanceAna e Miguel conhecem-se, por acaso, enquanto crianças. Durante umas férias de verão, percebem que apesar das diferenças que os separam, têm muita coisa em comum e descobrem juntos a essência de uma amizade imaculada. Mas à medida que crescem, os do...