Após mais um ano de novo duro em ausências e desencontros. O mês de abril chegou, tal como a missa de finalistas do Miguel. Em Belém, o mosteiro dos Jerónimos tinha sido o lugar escolhido para a missa. As imediações estavam cheias de alunos acompanhados pelas suas famílias. Ana chegou a Belém vinda do Porto, vestida com um vestido encarnado justo ao corpo, que tinha um grande laço nas costas e calçava uns sapatos beges.
— Bom dia a todos! — disse ela distribuindo beijinhos e sorrisos por todos.
— Bom dia, querida! Tudo bem? A viagem correu bem? — perguntou-lhe a mãe.
— Sim, correu tudo bem. O ambiente está fantástico! — constatou olhando ao seu redor.
— Este é o dia mais importante para os estudantes universitários — afirmou Pedro.
— E o mais esperado e ansiado também! — concluiu a Ana sorridente.
— Concordo! É o culminar de uma etapa muito importante — assentiu Pedro.
— Daqui a três anos é a tua vez, filhota! — disse-lhe o pai orgulhoso.
— É verdade! Já falta pouco... nem damos pelo tempo passar.
— Nós estamos mesmo orgulhosos do Miguel e agradecemos-vos imenso por terem dado a possibilidade ao nosso filho de realizar os seus sonhos — confessou Mizé.
— Não têm nada que agradecer. O prazer foi todo nosso — disse o Pedro. — É pena que o António e a Conceição não possam estar presentes. Tenho a certeza que iriam adorar.
— Podes crer, meu amor — concluiu a Joana.
— Quando formos ao Alentejo no verão, levo a gravação da cerimónia e depois podemos juntar-nos todos e rever tudo.
— Acho uma excelente ideia, pai! — afirmou a Ana entusiasmada.
— Não se preocupe! Porque quando eu e o Alfredo regressarmos à quinta, contamos-lhes tudo. E mostramos-lhes as fotografias que o Alfredo vai tirar com o telemóvel — disse Mizé.
— Obrigado pela gentileza e amabilidade. Enviem-lhe beijinhos a abraços nossos.
— Com todo o gosto. Serão entregues! — disse Mizé sorrindo.
— Se não se importam, eu queria falar a sós com o Miguel. Já voltamos! — disse pegando na mão dele e levando-o até um sítio mais calmo onde pudessem conversar mais em privado. Ele mostrou-se pensativo.
— O que se passa, Ana? — perguntou visivelmente preocupado.
— Não se passa nada. Porque haveria de se passar alguma coisa?
— Confesso que fiquei surpreendido por quereres falar comigo em particular.
— Sabes, eu queria estar a sós contigo, dado que nos últimos tempos mal nos temos visto. Só conseguimos falar pelo telemóvel ou por mensagem.
Ele mostrou-se triste e acrescentou:
— É verdade! Infelizmente o meu curso tem exigido cada vez mais de mim.
— Sou sincera, esta distância entre nós tem-me custado muito. Apesar de não transparecer muito isso quando falamos — disse-lhe ela.
—Também me tem custado imenso. Eu continuo a não estar preparado para estar afastado de ti. Quem me dera que a vida não nos tivesse separado desta forma. Mas infelizmente não pudemos fazer nada para o evitar.
— A vida é mesmo assim, por vezes faz por descruzar os nossos caminhos sem pudermos fazer nada contra isso.
— Tens toda a razão.
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Ao Teu Lado - Quando o que nos une é maior que aquilo que nos separa
RomanceAna e Miguel conhecem-se, por acaso, enquanto crianças. Durante umas férias de verão, percebem que apesar das diferenças que os separam, têm muita coisa em comum e descobrem juntos a essência de uma amizade imaculada. Mas à medida que crescem, os do...