Elvis: O que acontece em Vegas...

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Elvis Aaron Presley

— Caramba Lisa, porque você é sempre tão ciumenta? — Perco a paciência.

Era sempre a mesma coisa, toda vez que conversávamos pelo telefone ela sempre resmungava e inventava as paranoias. "Mas eu vi na revista..." "mas a blá-blá-blá falou isso..." "fulano disse aquilo".

— Acho que preciso de um tempo, não quero mais brigar. Conversamos quando eu voltar para casa. Vou desligar, Elizabeth. — Eu falo após alguns segundos de silêncio e coloco o telefone no suporte.

Me jogo na cama, exausto e cansado de discutir, quando uma ideia me surge a mente.

Me levanto o mais rápido possível e vou até o telefone novamente, disco alguns números outra vez e logo o telefone é atendido.

— Fala chefe. — Diz Jerry Schilling no outro lado da linha.

— Jerry eu... onde você está?

— No cassino do hotel, porque E.P.? A sargento te libertou do cativeiro? — Ele pergunta rindo.

— Cala a boca Jerry. — Falo mas acabo rindo também. — Eu estou pouco me lixando para o que pensa a Elizabeth. Te encontro aí.

Saio do quarto do hotel e vou em direção ao elevador, entro e me encosto na parede. Quando o elevador abre a porta em um dos andares e uma mulher ruiva também entra.

Ela sorri de canto mas eu ignoro.

— Sozinho senhor Presley? Parece sozinho. — Ela diz e eu suspiro.

— Não estarei, em breve. — Saio do elevador assim que a porta se abriu.

Andei a passos rápidos até o cassino do hotel e logo avistei Jerry, que estava sentado em uma das mesas, quando ele me viu, sorriu e acenou.

— Problemas com a patroa? — Ele pergunta quando me sento a mesa de frente para ele.

— É... eu preciso de um tempo, não aguento mais brigar pelos mesmos motivos. — Solto um longo suspiro. — Eu vou pensar, me acalmar e voltar para casa e acalmá-la também. Provavelmente ela deve estar surtando nesse momento.

— Sei como ela é, se estressa facilmente. Geralmente por sua causa.

— Mas, sou eu que lhe acalmo todas as vezes. — Falo e peço uma bebida ao garçom.

— Essa é a primeira vez que te vejo pedir uma bebida com álcool. Acho que a situação está pior do que eu imaginava.

Eu dou de ombros e uma garota, a mesma do elevador se senta ao meu lado repentinamente.

— Te entendo, o grito dos fãs, a vida na estrada, ligando para a família em casa dizendo que nada mudou, quando nós sabemos que não é verdade. — Ela diz aparentemente do nada.

— Quem é você? — Jerry pergunta.

— Uma velha amiga do coronel. — Ela responde com um sorriso.

— Pois bem, qualquer amiga do coronel é nossa amiga também, não é mesmo E.P.? — Jerry fala e me da uma piscadela me fazendo revirar os olhos.

— Com licença.

É o que digo antes de praticamente sair correndo até o open bar do hotel, me sentei em uma das banquetas e pedi um drink qualquer. Logo a mesma mulher se sentou ao meu lado.

— Problemas em casa?

— É... praticamente isso. — Eu respondo e tomo o drink de uma só vez.

— Deixe-me adivinhar, namorada ciumenta?

— Sim, é isso.

— E ela tem motivos para ficar com ciúmes?

Eu apenas nego com a cabeça e ela sorri.

— Acho que uns drinques comigo não farão tanto mal.

— Não é uma boa ideia.

— Porque? São apenas uns drinques. — Ela fala com um sorriso gentil, convincente.

— Está bem, apenas uns drinques.

Um drinque, dois, três, quatro, cinco... até que eu não soubesse mais uma conta básica, que número vem após o seis? Seria o oito?

Eu mal lembrava o meu próprio nome quando saí daquele miserável bar, com a loira ao meu lado.

Depois disso... eu... eu não me lembro.

Quando percebi já era de manhã. Uma dor de cabeça tremenda me deixou zonzo e quando olhei para o lado, tinha uma mulher loira... não era a minha Beth.

Me levantei tão rápido que pensei ter deixado o meu espírito para trás e quase cai.

A mulher se espreguiçou e pude perceber sua nudez... e a minha também. Peguei um roupão o mais rápido que pude e o vesti.

— Bom dia. — Ela diz e eu nego.

— Não é um bom dia. Você me enganou e agora eu não faço a mínima ideia do que aconteceu ontem a noite. — Eu falo enquanto agarro o braço dela e a puxo para fora da cama.

— Aí! Para está me machucando! — Ela grita mas eu ignoro.

— Saia daqui! Saia da droga desse quarto!

Eu jogo as roupas dela para fora do quarto e fecho a porta. Me encosto na parede e solto um longo suspiro.

Após remoer acontecimentos que talvez não tenham acontecido eu fui até o telefone e disquei um número.

— Fala chefe.

— Jerry... eu acho que fiz besteira cara. — Começo a falar.

— Você acha ou você fez?

— Ainda não tenho certeza, será que pode me fazer um favor? — Eu respiro fundo. — Consiga as gravações das câmeras de segurança... do meu quarto.

Os meus rapazes conheciam as regras, nada de perguntas... mas o Jerry, o Jerry era diferente. Ele não ligava. Eu sou o chefe e ele sabia e apenas dizia: E daí? Você não vai me demitir.

E era verdade.

— Pode deixar. Mas porque quer as gravações? A garota da noite passada te roubou?

— Antes fosse... eu não me lembro de nada.

— Tudo bem, eu vou atrás das imagens. Até mais chefe.

Desligo o telefone e aguardo. Antes fosse tão simples, eu fiquei inquieto o tempo todo, e essa "espera" demorou quase três horas.

Quando Jerry entrou no quarto eu praticamente corri até ele.

— Conseguiu?

— Então E.P.... é que não tem.

— Como assim não tem? Não tem o que?

— As filmagens... sumiram. Parece que alguém foi mais rápido e... pegou as filmagens. — Jerry fala devagar e sinto uma raiva crescer dentro de mim.

— Aquela vadia... Droga! — Arremesso uma cadeira contra a parede. — Jerry, fala para o coronel cancelar a turnê. A única coisa que eu quero é voltar para casa.

Ele assentiu e caminhou até a porta.

— Ei Jerry! — Ele se virou para me olhar. — Nada do que aconteceu aqui em Vegas, pode sair, entendeu?

— Sim, chefe.

Vejo Jerry sair do quarto do hotel e eu me sento no sofá. O que acontece em Vegas fica em Vegas... bom, nem sempre.

Can't Help Falling In Love - Elvis PresleyOnde histórias criam vida. Descubra agora