Degustação

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Coloquei o telefone na bolsa e olhei ao redor encontrando Isla no meio das duas joias cobiçadas do Barcelona

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Coloquei o telefone na bolsa e olhei ao redor encontrando Isla no meio das duas joias cobiçadas do Barcelona. Na mesma hora os três me olharam e minha prima me chamou com o dedo.

Tentei não olhar muito para o garoto mais novo, especialmente depois da minha descoberta. Aliás, ainda não sei como me sinto sobre isso.

- Eu nunca ouvi tanto sobre uma pessoa em poucos segundos – Brincou Pedri, assim que me aproximei. Sorri sem graça e empurrei Isla. – Pedri González.

Estendeu a mão.

- Angelina Ancelotti – A apertei, sorrindo.

Gavi arqueou uma sobrancelha.

- Ancelotti? – Assenti um pouco sem jeito com o seu olhar em cima de mim. – Interessante. Pablo Gavira.

- É um prazer – E bem que era mesmo. Ele passou a mão no cabelo e desceu até a nuca, coçando o local. Esse movimento fez com que a manga da sua camisa polo marcasse seu bíceps e eu o sequei sem ligar. – Visca barça – Sussurrei para mim mesmo e assenti, apreciando a visão.

Gavi abriu um sorriso chocado. Acho que ele me escutou.

Por alguns segundos ficamos nos encarando até um pigarro ser ouvido. Minha atenção foi para Pedri que nos encarava surpreso.

- Você me é muito familiar – Comentou.

- Sério? – Assentiu. – Provavelmente de alguma campanha.

Ele colocou a mão no queixo, pensando e estava prestes a falar quando foi interrompido.

- Angelina!

- Ei, Rapha. E aí? – Abracei Raphinha, que me apertou contra si.

- Então você voltou mesmo garota? – Perguntou animado, se afastando.

- Sim. Ainda bem! – Sorri animada. – Na real me mudei a mais de um mês, mas só fiz deixar minhas coisas aqui e ir para a semana de moda. Estou voltando oficialmente hoje.

- Legal. Então vai vir nos assistir? A Taia vai adorar.

- Pode apostar que sim. Já pode providenciar minha blusa, ok? Meu número da sorte é o 6 – Pisquei para ele e olhei para o Gavi, que parecia ter entendido minha indireta.

Raphinha arqueou uma sobrancelha com minha ousadia e Pedri parecia totalmente incrédulo com a situação, passando os olhos de mim para o amigo e depois para Isla.

Mas bom, eu estava muito a fim dele e não tinha para que enrolação.

- Eu vou amar tirar sarro com a cara do Vinicius. O cara não deixa de choramingar no meu ouvido desde que você saiu de Madrid – Rapha debochou, mas depois arregalou os olhos como se tivesse falado uma besteira enorme.

Percebi o exato momento que a dupla dinâmica se entreolhou confuso.

- Vinicius Júnior? – Gavi perguntou confuso, fechando uma das mãos em punho.

A face de Pedri se iluminou.

- Ah, caramba! – Olhamos para ele. – Lembrei de onde te conheço. Vi em algum lugar que você era namorada dele, não é?

Ah, porra, Pedri. Não fode.

- Você é namorada do Vinicius? – Gavi me perguntou ofendido, quase enojado.

- Puts – Isla murmurou, sentindo a tensão que surgiu.

- NÃO! – Quase gritei e olhei ao redor para ver se tinha chamado atenção. – Não – Voltei a negar. – Nunca fui.

Mas Gavi continuava com a cara amarrada, me olhando como se eu tivesse batido em um animal indefenso.

- Tenho certeza de que não precisamos de uma madrista sujando nosso manto só para ganhar mídia – Ele cuspiu as palavras com uma raiva surreal. Virou as costas para nós e saiu pisando duro.

Arregalei os olhos incrédula com a reação. Acho que senti o exato momento que aquelas palavras cruzaram meu coração como facas afiadas.

Quase consegui ouvir o som de algo se estilhaçando. Acho que era todo o encanto e admiração por ele.

Pedri sorriu sem graça e se afastou devagar.

- O que foi isso? – Perguntei constrangida, cruzando os braços a frente do corpo.

- Foi mal, pessoal – Se desculpou Pedri, sem graça. – O Gavi está meio estressado por causa do jogo passado contra o Rel. Vou falar com ele. Me desculpa, Angelina. – Assenti um pouco robotizada.

Se virou e deu uma corridinha até chegar no amigo e o segurou pelo ombro, o arrastando para outro lugar.

Rapha parecia querer se enfiar de baixo da terra.

- Porra, foi mal, Angel – Se desculpou.

- Não entendi.

- É que a rivalidade não é só dentro de campo, sabe? Vacilei muito em ter mencionado o Vini – Coçou a bochecha. – O Gavi é cabeça quente e muito competitivo. Você meio que é rival agora, foi mal.

Arqueei uma sobrancelha, incrédula. Não acredito que ele tinha feito esse show e indiretamente me dado um fora por causa disso.

PORRA!

Raphinha foi chamado para tirar fotos e se despediu, mas não tirei os olhos do garoto que agora estava lá do outro lado do salão com cara de poucos amigos enquanto escutava Pedri esbravejar em seu ouvido.

Não tive nem coragem de me mexer de tanto constrangimento que sentia. Era surreal como esse sentimento estava me sufocando nesse momento, mas como sempre, a tristeza passou de forma rápida apenas deixando uma raiva surreal.

Gavi tinha me envergonhado e magoado por uma besteira mal explicada e eu não tinha palavras para expressar como ele me fez sentir como se fosse uma puta interesseira que só pensava em estar bem diante das câmeras.

Mas eu o faria se arrepender disso, porque eu era vingativa para caralho e estava magoada.

Eu nem sequer conseguia parar de pensar na expressão de nojo que ele me olhou.

- Qualquer coisa que estiver tramando, pare agora – O tom de alerta de minha prima me tirou dos meus pensamentos e eu a olhei.

Sorri maldosa quando uma ideia me surgiu.

- Eu vou fazê-lo desejar uma rival – Voltei a o olhar e seus olhos saíram de Pedri e me encararam. – Tem merda maior que essa? Odiar tanto alguém relacionado a outro time, mas desejá-lo na mesma intensidade. Eu vou o humilhar e magoar, da mesma forma que ele fez comigo.

Ah, Pablo Gavi. Eu farei você ser meu.

E você vai se odiar por isso.

THE DEVIL IN DESGUISE - GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora