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Nossa vida é feita de escolha, obviamente.... e consequências. Então por que diabos aceitei sentar-se na mesa de Vinicius Junior quando qualquer fotógrafo poderia simplesmente nos flagrar e vazar?

Veja bem, não é que eu não gostasse do homem a minha frente.... Vinicius era uma pessoa incrível, que sempre me tratou bem, mas assim como eu, ele tinha suas obsessões e eu era uma delas. Ele era louco por mim e não escondia, e nem queria esconder para o resto do mundo... o que claramente não era o mesmo desejo que o meu.

- Senti sua falta em Madrid... – Comentou, deslizando sua mão em direção da minha. Respirei fundo e baixei o olhar para elas, mordendo o lábio em seguida. – Você deveria voltar.

- Não dá. – Neguei puxando minha mão discretamente da sua. – Você sabe disso. Madrid apenas aconteceu por uns meses por causa de um trabalho importante.

Sua mão alisou sua nuca e ele bufou, jogando-se contra o encosto da cadeira.

- Qual é, morena... – Falou manhoso. – Estou com saudades do que nós tínhamos.

- Lembro-me bem de terminar com tudo quando sai. – Arqueei uma sobrancelha. – E não foi pela distância.

- Eu sei, mas quero você para mim. – Soltou.

Fiz uma careta e zombei.

- Que papo mais arcaico é esse, porra?

Vinicius riu e deu de ombros.

- Você realmente não quer ou apenas sou a pessoa errada no momento? – Tentou mais uma vez.

Tirei meus olhos da paisagem litorânea e olhei em seus olhos. Ele estava jogado contra a cadeira, - completamente torto -, um braço estava jogado contra a mesa enquanto brincava com um pedaço de guardanapo e outro jogado por cima do encosto da cadeira. Sua cabeça estava inclinada enquanto seus olhos negros me analisavam minuciosamente.

- Não entendi. – Me fiz de sonsa.

- Sua prima está se envolvendo com o melhor amigo do Pablo Gavi. Vocês estão se vendo bastante agora. – Suspirou. – É um dois para dois?

- Não sabia que eles eram melhores amigos. – Tentei cortar um pouco o assunto.

- Tenho certeza que não. – Zombou com um sorriso enorme nos lábios. – Não quero te dividir.

- Para dividir você precisa ter alguma coisa, não? – Sorri diabólica, sentindo as palavras venenosas me deixarem.

Vinicius negou e soltou uma gargalhada, se jogando para trás e depois se aproximando mais, voltando a agarrar minha mão.

- É exatamente por isso que sou apaixonado por você. – Apontou para mim e beijou o dorso da mão que ainda segurava.

- Apaixonado nada. – Neguei, o dispensando com a mão. – Isso aí é tesão acumulado e territorialíssimo masculino. – Revirei os olhos.

THE DEVIL IN DESGUISE - GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora