Villain

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Villain

Pela milésima vez naquela tarde eu ergui o queixo, posicionei os ombros para trás e melhorei minha postura. Todo desfile era sempre a mesma coisa, mas parecia que eu não me acostumava nunca.

Respirei fundo e assim que a música tocou sai de trás da cortina e comecei a desfilar pela grande passarela, sempre mantendo concentração para não cair de cima dos saltos enormes.  Essa era uma das maiores que eu já tinha desfilado. Ela era em linha reta por uns 800 metros e então depois viraríamos à direita, fazendo um círculo e no meio estava as cadeiras dos convidados, depois voltaríamos para a principal e faríamos a mesma coisa no lado direito, logo voltando pela principal e saindo por onde entramos.

Todo o percurso foi feito estrategicamente para que todos os convidados tivessem a oportunidade de nos ver.

Eu abriria o desfile e Isla fecharia. Fernando sempre fazia essa exigência quando éramos convidadas a participar de algum desfile. Uma abre, outra fecha.

Soltei a respiração quando terminei todo o percurso novamente, meus pés estavam me matando e eu só queria me sentar por alguns segundos. Fernando nos olhava sentado em uma das cadeiras e eu fui até ele, pegando a garrafinha de água que o mesmo me ofereceu.

- Magnifica, como sempre. – Me elogiou, quando me sentei ao seu lado. – Você e a Isla são as joias mais raras que já encontrei.

- Eu sei disso, o talento está no sangue. – Pisquei para ele.

No mesmo momento minha prima entra na passarela com todo seu poder. Por muitos anos ela foi uma Angel, mas sinceramente não sei como ela aguentava ser chamada de gorda o tempo todo. Era óbvio que ela sentia falta dos desfiles, mas aquilo tinha acabado com sua saúde mental.

- Então... acho que escrevi uma coisa. – Soltei.

Fernando me olhou surpreso e animado ao mesmo tempo.

- Graças a Deus, garota! O que temos?

- Se chama Make you mine. – Peguei meu celular que estava no bolso de trás da calça e o desbloqueei, indo ao bloco de notas onde eu havia copiado toda a letra depois que terminei.

Entreguei o celular a ele e mordi a pontinha do dedo em sinal de nervosismo.

Foi uma surpresa quando as palavras simplesmente fluíram na minha mente e em poucas horas eu tinha terminado tudo.

Fernando arqueou uma sobrancelha e me olhou.

- Quem é?

- Quem é o que? – Franzi o cenho.

- O cara pra quem você escreveu isso. – Me perguntou como se fosse óbvio.

Bufei e arranquei o celular de suas mãos.

- Por que acha que tem um?

- Até ontem você não conseguia escrever nada e hoje temos uma letra super.... como posso dizer? – Coçou o queixo. – Poderosa; possessiva; romântica.

THE DEVIL IN DESGUISE - GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora