+ 18| THE DEVIL IN DESGUISE| Deus precisou de 3 dias para fazer o mundo.
Bom, precisei de apenas um para ser expulsa do paraíso. Não consigo me recordar bem, mas tenho quase certeza de que vivíamos grudados lá em cima.
Pablo e Eu. Mas fomos separado...
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Dangerous
Mais tarde, já na van que me leva de volta para casa, a tensão acumulada finalmente me atinge. Encosto a cabeça no vidro e pego o celular, ansiosa por um pouco de normalidade. Vejo que ainda não há nenhuma mensagem dele, e uma onda de confusão e preocupação se mistura ao alívio.
- Alô? - a voz de Isla atende na segunda chamada, e eu desabo imediatamente.
- Ele estava lá, Isla! - começo, falando rápido demais. - Eu... eu não sei como, mas ele estava no backstage, tentando falar comigo! Eu quase... Ele quase me reconheceu.
Há uma pausa do outro lado da linha.
- Como assim, ele estava lá? Ele sabia onde você estaria? Puta que pariu! Como assim?
- Eu não sei! - exclamo, passando a mão pelos cabelos. – A alguns dias li uma mensagem estranha no celular dele. Ele descobriu quem ele beijou naquela festa, mas o tiro saiu pela culatra. Ele não sabe que beijou a Angelina, sabe que beijou a Madison Beer.
- Caralho, eu te falei que segredos só iam te ferrar. - Murmura ela.
- Eu sei que falou. - Mordo o lábio, a sensação de pânico voltando. - Só sei que, se ele estava na plateia, ele deve ter me visto no palco. E agora, se ele realmente suspeitar...
- Ei, calma. - Ela me interrompe, a voz suave. - Se ele realmente gosta de você, Angelina, ele vai entender. Talvez seja até bom que isso tenha acontecido. Vocês vão ter que conversar sobre isso eventualmente. Melhor agora do que mais tarde, quando estiver ainda mais difícil de explicar.
Fecho os olhos, exausta.
- Mas e se ele não entender?
- Então eu estarei com você para as consequências que virão.
As palavras ecoam no silêncio que se segue, pesadas e verdadeiras. Ela está certa. Só que isso não torna nada mais fácil.
- Mas primeiro. - Ela diz, mudando o tom, tentando soar mais leve. - Vai dormir. Amanhã, você decide o que fazer.
Concordo, mesmo sabendo que o sono será difícil de encontrar essa noite. Olho o celular uma última vez, mas ainda nada. Eu duvidava muito que conseguisse pregar o olho essa noite.
§
Acordo com o som do despertador vibrando em cima do móvel ao lado da cama. Espreguiço-me preguiçosamente, mas o desconforto me atinge de imediato.
Meu coração está inquieto, a mesma angústia da noite passada. Gavi ainda não falou comigo. Ver ele nos bastidores e, depois, o silêncio completo... Tudo isso me faz sentir uma pontada de ansiedade no peito. Tento afastar esses pensamentos enquanto me arrasto para fora da cama, mas não consigo.
