Follow the White Rabbit

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Follow The White Rabbit

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Quando o carro parou em frente aos grandes portões da minha casa tudo que consegui fazer foi me manter dura no lugar, sem mover um membro. Ao longe eu conseguia enxergar os carros dos meus pais estacionados juntamente a uma figura de braços cruzados e óculos de sol, que eu sabia muito bem que se tratava da minha doce e adorável prima.

Que deveria estar puta pelo meu sumiço, apesar de que eu tinha quase certeza de que ela sabia onde eu estava e com quem.

Afundei ainda mais no acento e escutei um pigarrear. Olhei para o motorista ao meu lado e o encontrei me encarando por baixo dos óculos escuros e sobrancelhas arqueadas.

- O que foi?

- Não pretende sair? – Perguntou.

- Por acaso está me expulsando do seu carro? – Cruzei os braços.

Ele negou e puxou o freio de mão do carro.

- Você parece prestes a explodir. – Me analisou. – O que aconteceu, em Diabinha? – Estreitou os olhos. – Qual o motivo para tanta pressa?

Entrelacei minhas mãos sentindo um nervosismo. O garoto me olhava desconfiado, e não era para menos, pois depois que Fernando me desligou quase surtei querendo vir embora.

- Preciso aprovar um trabalho e meus pais marcaram de almoçar comigo. Eles são muito exigentes com a hora. – Menti.

Seus olhos foram ao console do carro e se voltaram para mim.

- As 10 da manhã? – Perguntou desconfiado.

- Sim? – Falei como se fosse óbvio, dando tudo de mim na mentira. – Por que eu mentiria? – Perguntei ofendida.

- Eu não disse que você estava. – Sorriu ladino e eu bufei. – Escuta. – Girou o corpo em minha direção. – Vamos sair para jantar amanhã?

Então aí estava. Foi quase impossível segurar o sorriso sincero que quis surgir em meus lábios. Eu estava exatamente na posição que queria desde o começo.

A resposta era sim.

- Não. – Foi o que respondi.

Seus olhos se arregalaram e ele me olhou indignado.

- Como assim, não?

- Achou que me trataria mal e um beijo curaria tudo? – Arqueei uma sobrancelha. – Portanto. Não.

- Angelina. – Ele respirou fundo.

- Obrigada por tudo que fez ontem. – Respondi sincera, abrindo a porta do carro e já saindo antes que ele resolvesse me puxar. – Mas não, bonequinho. Não tão fácil assim. – Pisquei e mandei um beijo no ar.

Me virei e sorri ao constatar sua expressão raivosa. Como eu disse, Gavi teria que correr atrás agora.  Ouvi quando o carro deu a partida, saindo pelos portões. Minha prima me esperava logo afrente com uma cara confusa.

THE DEVIL IN DESGUISE - GAVIOnde histórias criam vida. Descubra agora