35 - Luz na Escuridão

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Gustavo

Quando ele fechou as cortinas blackout, meu coração disparou. A porta também foi fechada e não havia um fiapo de luz entrando no quarto. Meu ar faltou e senti o suor brotar, ainda assim, segurei o lençol entre os dedos e me mantive calado.

A escuridão ainda era o meu maior pesadelo. Ativava as piores memórias e me levava de volta ao quarto infestado de baratas da minha infância. Estar com o Kai sob escombros poderia ter me traumatizado, se o trauma anterior não fosse muito pior. Ter a mão do meu japonês segurando a minha naquelas trevas foi o início da superação. Foi como abrir a porta para a saída do porão, mas ainda me sentia preso ao chão.

Como se pudesse ler meus pensamentos, Kai entrelaçou nossos dedos. Eu queria vê-lo, mas tinha optado por não ver. Eu nunca ficava na escuridão total. Se não houvesse luz natural da cidade para iluminar meu quarto, eu mantinha uma lâmpada acesa em qualquer parte da casa. A decisão de fazer isso no breu total fazia parte da minha decisão de enfrentar esse último medo.

Senti quando ele abriu o botão dos meus jeans e enfiou os dedos ali, sobre o algodão da minha boxer. Meu pau reagiu ainda que o pânico rondasse a periferia dos meus sentimentos.

– Fica calmo, Gu. Sou eu. – Ele murmurou contra o meu pescoço. Tinha sentido minha pulsação.

– Você não devia brincar de médico comigo. Não gosto quando traz trabalho para casa. – Brinquei. Estava tentando aliviar a tensão, mas o tremor na minha voz roubou a graça.

– Sou eu, Gu. Confia...

Ele quase não ligava mais pra minha troça. Eu continuava imbecil, no entanto. Ele me soltou e meu coração faltou pular do peito. Tentei regular a respiração como ele me ensinara no passado. Ouvi o farfalhar de tecido e deduzi que ele tirava as roupas. Comprovei quando ele me abraçou sobre o leito enquanto voltava a acariciar meu pau sobre a cueca. Senti-me tentado a tirar logo as roupas, mas me contive. Eu havia decidido entregar o controle a ele então precisava esperar e... Confiar.

Senti seus dedos entrarem na cueca. Ergui o quadril para abrir espaço para a calça descer. Arfei quando seu polegar tocou e circulou minha glande, depois seu corpo se desencostou do meu e senti sua língua me tocar. Gemi. Nessa hora, os tremores sob minha pele aliviaram um pouco. Abri bem os olhos e tudo continuava preto. Fechei e imaginei a luz.

Kai passou a chupar. Dado o meu passado, muita gente já tinha feito isso comigo, mas ninguém se comparava a ele. O jeito que ele fazia, era a coisa mais deliciosa do mundo e uma das minhas partes favoritas do sexo com ele.

– Caralho, Kai... Chupa gostoso, vai... – Minha voz ecoou no quarto, dessa vez sem o tremor. Senti seu riso em torno do meu falo e projetei o quadril para cima, atingindo sua garganta. Ele engasgou e senti sua saliva escorrer até meu saco.

Aproveitando a interrupção, ele puxou minhas calças pelas pernas. Senti frio com a falta do contato associado à remoção das roupas, mas sabia que não tinha a ver com o clima. Era a falta do toque que me enregelava. A falta do toque em meio à escuridão. Me concentrei em sua respiração e no fato de que ele estava ali. Aspirei seu cheiro e continuei imaginando a luz.

Senti quando ele passou as pernas em torno do meu quadril e se sentou no meu falo. Seus glúteos pressionaram meu membro tombado sobre meu ventre e o friccionaram, arrancando mais alguns gemidos dos meus lábios.

– Não me faça te comer, Kai...

– Comporte-se, seu tarado. – Ele respondeu, rindo. Tive vontade de morder sua pele e meter fundo até ele gritar, mas me contive.

Suas mãos puxaram minha camiseta até removê-la e, ainda esfregando meu pau com sua bunda, ele mordeu meu mamilo. Meu pau certamente cuspiu nessa hora e eu agarrei o lençol com mais força como se isso me fizesse ficar quieto e suportar a tortura.

Indestrutível (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora