Gustavo
Eu caminhava por uma nuvem cor de rosa. Era fofinha e quentinha e, por cima de tudo, havia luzes de todas as cores em fachos cintilantes.
Que porra de lugar era aquele? A versão Parada Gay do Paraíso?
Eu não gostei, mas não foi por eu ter relacionado o lugar à Parada Gay, afinal, cheguei a participar de algumas. Era porque parecia uma porra de um paraíso, e eu não queria estar ali.
Eu não merecia estar ali, caramba! E se eu estava, era porque tinha dado uma merda gigantesca!
Tentei me lembrar de alguma coisa. Qualquer coisa. Havia um branco na minha cabeça, e eu só me lembrava da tela do meu celular com o resíduo de coca. Nada mais.
Espera! Lembrei de outra coisa! Estava quente como o inferno. Lembrei de ter ejaculado em alguma boca aleatória num banheiro, depois eu vi um cara gostoso levando um fora de uma loira, então...
Então...
[...]
— Ele está acordando!
O quê? Quem falou?
Onde foi parar a nuvem quentinha e fofinha? Por que ta tudo tão escuro de repente e... Que porra de som é esse que fica apitando o tempo todo na minha orelha? E esse ruído esquisito fazendo contratempo com o apito?
Estiquei meus dedos.
Filho da puta do Kai que tirou a mão daqui! Ele tinha prometido! Ele falou que não ia soltar minha mão e eu...
Espera...
Eu estava ouvindo os apitos. E o ruído. E... estava tudo macio, morno e... seco.
Tentei abrir os olhos, mas por mais que eu abrisse, continuava escuro. Comecei a ficar apavorado, aquele bipe agudo voltou a disparar e tudo ficou muito acelerado ao redor.
— Ele está agitado! — a mesma voz que mandou a Parada Gay no Paraíso pra casa do caralho gritou de novo.
— Segura ele! — outro grunhiu.
— Ai, meu óculos, caramba... — acho que esmurrei alguém e...
Óculos?
Kai?
Tentei falar. Tentei chamar o nome do Kai, mas tinha um bagulho na minha boca que me dava ânsia de vômito.
— Segura o braço dele!
Não. Não era o Kai. Definitivamente essa voz não era a dele!
Eu não podia ver!
Eu não podia falar!
Socorro!
— Segura as pernas! Vou tentar prender os braços...
— Calma gente! Tem que conversar com ele! Senhor! Por favor, pode me ouvir?
Era uma voz de mulher, agora. Ela chegou perto do meu rosto e falou comigo, e eu senti o hálito quente na minha bochecha. Senti a mão morna segurar meu braço, e meu coração palpitou com o susto.
— Você não pode falar porque tem um tubo na sua garganta. Fique calmo, ok? Você já foi resgatado, está num hospital e está seguro, agora.
Eu neguei com a cabeça. Eu não estava seguro porque o Kai não estava ali. Ele tinha soltado a minha mão, e agora eu estava com medo. Eu precisava avisar que ele estava lá, no buraco comigo, mas eu não podia falar.
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Indestrutível (Romance Gay)
Romance🌈 Romance Gay 🥇👬🏼 PRIMEIRO LUGAR NA CATEGORIA "MELHOR CASAL" - 3ª Ed.CONCURSO CÓSMICO 2024 🥈#2 em Novidade (Jun/2024) 🥈#2 em Bissexual (Jun/2024) 🥉#3 em Novo (Jun2024) 🏅#4 em Sensível (Jun/2024) Kai levava uma vida agitada. Residente no Hos...