23 - Ciúme

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Kai

Eu queria entender melhor os dramas do Gustavo. Queria, mas não podia obrigá-lo a falar sobre seu passado. Para mim estava claro que algo aconteceu no fim do ensino médio, algo muito sério e traumático a ponto de interferir no futuro desse homem que, no momento, tentava reduzir nossa relação ao sexo.

Não ia reclamar. Não agora. No momento, eu estava aprendendo a receber prazer por vias jamais exploradas. Gustavo estava bem empenhado em me fazer gozar sem que eu me estimulasse, então eu me mantinha com os braços cruzados sob a nuca enquanto ele usava a boca e as mãos de um jeito que eu não queria nem pensar onde ele tinha aprendido tudo aquilo.

– Isso é bom... – Escapou da minha boca quando ele fez com que dois dedos tocassem minha próstata por dentro. Sua língua se encaixava no vale da minha glande e lambia o pré-sêmen que escapava por ali.

Às vezes isso acontecia, esse lance do pau ficar vazando, mas não era sempre. Com Gustavo aconteceu todas as vezes que transamos; uma quantidade considerável desse líquido pré-ejaculatório escapava lentamente enquanto ele me levava ao limiar do prazer, para depois segurar meu gozo apertando a base do meu pau.

– Você é delicioso, Meo... – Ele deslizou a língua pelo meu membro que no momento estava mais duro do que um cano de ferro, e espalhou saliva até meu saco. Ali, o latejar era tão intenso que chegava a doer.

– Você podia me deixar gozar, Gu... Eu tô explodindo! – Murmurei com o máximo de voz que consegui fazer soar em meio aos gemidos involuntários.

– E você precisa comprar lubrificante, Kai. – Seus dedos saíram de mim – onde você coloca as camisinhas?

– Não tem mais.

– Como assim, não tem mais?

– Eu não tinha um estoque em casa, ok? Lílian tomava contraceptivos, então eu não precisava estar preparado. As que usei ontem eram algumas que eu tinha guardado para quando rolava um anal entre eu e a Lílian... – Minha voz foi morrendo conforme eu notava a expressão do Gustavo se fechando.

– Bom, nesse caso... – ele abocanhou de novo meu pau e fez uma parada tão absurdamente deliciosa com a boca que eu praticamente gozei instantaneamente. Quando meu sêmen saiu como um jato e o atingiu no rosto, ele se ergueu e caminhou até o banheiro de modo apressado.

– Ei, Gu! Venha aqui! – Chamei, mas ele não respondeu. Ouvi o som do chuveiro e fui atrás dele.

Quando abri a porta do box, ele estava se masturbando. Um misto de sensações me atingiu de uma vez. Primeiro, eu fiquei envergonhado, sei lá por quê. Era como se eu estivesse invadindo seu espaço. Depois, fiquei aborrecido porque ele tinha acabado de me fazer gozar e foi terminar o trabalho sozinho. Terceiro, eu fiquei absurdamente excitado ao vê-lo se acariciar daquela maneira.

Eu nunca dei muita bola pra esse lance de "punheta". Raramente eu batia uma, principalmente depois que fiquei noivo. Eu trabalhava demais, estava sempre cansado, estressado e, nas salas de emergência, eu via uma quantidade de corpos suficiente para não pensar em contato humano na maior parte do tempo.

No entanto, Gustavo movendo sua mão por aquele membro generoso me deixou eletrificado. Sem me importar muito com sua cara feia, entrei no box e me aproximei.

– Me deixa aqui, Kai. Não quero nada contigo agora – Ele mandou essa e não parou de se acariciar, e para minha completa surpresa, eu fui ficando duro de novo. Isso também quase nunca tinha acontecido.

– O que foi, Gu? Por que não me deixa participar? – Entrei sob a água e colei meu peito ao dele enquanto levava uma das mãos às suas costas. Lentamente, deslizei meus dedos até uma nádega e segurei. Eu sentia sua mão se movendo e seu membro roçando na minha barriga; sua respiração saía aos trancos e eu percebi que ele estava bem perto de gozar.

Indestrutível (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora