Era o último dia de julho, e a atmosfera em nossa casa estava carregada de excitação e nervosismo. A carta finalmente chegara, confirmando nossa entrada na famosa Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Enquanto meus irmãos estavam eufóricos, eu me sentia um tanto apreensiva. A ideia de mergulhar no desconhecido me enchia de receio.
Chegamos à plataforma 9¾, e a visão do Expresso de Hogwarts me deixou maravilhada. Atravessamos a barreira mágica e embarcamos no trem. Ao procurarmos uma cabine, encontramos uma que estava quase vazia, ocupada apenas por um garoto de cabelos negros e óculos de lentes redondas. Pedimos permissão para entrar, e ele nos acolheu com um sorriso tímido.
Enquanto o trem avançava pelos campos verdejantes, algo no rosto daquele garoto me parecia estranhamente familiar. Minha irmã mais nova, Ginny, sempre me contara histórias sobre Hogwarts, apesar de meu desinteresse pelo mundo mágico. Foi então que a realização me atingiu.
— Qual é o seu nome? — perguntou meu irmão Ron, quebrando o silêncio.
— Harry Potter — respondeu o garoto, simples e direto.
Meu coração disparou, e Ron e eu trocamos olhares frenéticos. Estávamos na presença do lendário Harry Potter.
— E vocês? — perguntou Harry, confuso com nossa reação.
— Eu me chamo Emma — disse, tentando controlar meu nervosismo.
— Sou Ron Weasley — acrescentou meu irmão.
— Prazer em conhecê-los! — disse Harry, sorrindo.
A conversa fluía com naturalidade, até que uma garota de cabelos castanhos e ondulados abriu a porta da cabine.
— Boa tarde — disse ela. — Sou Hermione Granger.
— Boa tarde — respondemos em uníssono.
— Estamos quase chegando. Coloquem suas roupas, não queiram receber uma bronca de Dumbledore — aconselhou Hermione.
— Dumbledore? — questionou Harry, visivelmente confuso. — Quem é ele?
— Ele é simplesmente o maior bruxo existente — respondi, chocada com a falta de conhecimento de Harry.
Ele deu de ombros, e isso me irritou. Como alguém tão desinformado poderia estar ali?
Quando o trem parou e descemos na estação de Hogsmeade, fomos conduzidos por um gigante amigável chamado Hagrid até os barcos que nos levariam ao castelo. A visão de Hogwarts ao longe, suas torres iluminadas contra o céu noturno, era de tirar o fôlego. Talvez, pensei, estudar magia não fosse tão ruim assim.
No saguão principal, a professora McGonagall nos deu algumas instruções antes de nos deixar para socializar. Permaneci próxima ao meu irmão devido à minha ansiedade social. Estávamos conversando com Harry quando um garoto de cabelos platinados e vestes impecáveis se aproximou. Seu sorriso irônico e olhar superior me irritaram imediatamente. Eu tinha certeza de que ele era um Malfoy.
— Não preciso perguntar seu nome — disse ele, dirigindo-se a Ron. — Cabelo ruivo, vestes de segunda mão, você deve ser um Weasley.
— Também não preciso perguntar o seu — retruquei, espelhando seu tom arrogante. — Pele pálida, mimado, cabelo lambido. Você deve ser um Malfoy.
— Quem você pensa que é para falar assim comigo? — ele rebateu, avançando para mim. — Seus pais não puderam comprar roupas novas para você?
— Uma pena ter tanto dinheiro e não ter a inteligência de um trouxa — retruquei. — Dinheiro não compra tudo.
Ele sorriu de maneira condescendente. — Logo você vai entender que algumas famílias de bruxos são melhores que outras. Não quer ser amiga da pessoa errada. — Olhou para Ron com desdém. — Posso ajudá-la com isso. — Estendeu a mão.
— Eu sei me virar sozinha — respondi, rejeitando-o.
Malfoy saiu, e Ron e eu trocamos risadas. Sua arrogância era patética.
A cerimônia de seleção começou, e meu coração batia acelerado. Eu temia não ficar na mesma casa que meus amigos. Os nomes eram chamados um a um. Ron foi para Grifinória, assim como Hermione e Harry. Malfoy, previsivelmente, foi para Sonserina.
Finalmente, meu nome ecoou pelo salão. Trêmula, caminhei até o altar e sentei-me. A professora McGonagall colocou o chapéu seletor em minha cabeça, e ele começou a murmurar.
— Vamos ver... — disse o chapéu. — Grifinória? Você é ambiciosa e sabe se defender. Conhece seus limites e os enfrenta todos os dias. Grifinória seria perfeita para você, mas... Sonserina!
Meu coração afundou. Caminhei até a mesa da Sonserina, sentindo-me desolada. Sentei-me ao lado do garoto de cabelos platinados.
— É uma pena ter alguém como você em nossa casa — disse Malfoy, enojado.
— É uma pena ter alguém como você no mundo — repliquei, no mesmo tom.
— Vamos ver quanto tempo você vai durar, Weasley — ele ameaçou, fazendo-me arfar.
De todas as casas, fui colocada na que menos desejava. Não tinha nada contra Sonserina, mas sabia da má reputação de muitos de seus alunos. Eu não era como eles, não era como Draco. Por que não Corvinal? Ou Grifinória? Nada fazia sentido.
Enquanto olhava para meus amigos na mesa da Grifinória, senti uma mistura de tristeza e determinação. Eu provaria que ser de Sonserina não significava ser má ou desleal. Era uma nova jornada, cheia de desafios, mas estava decidida a enfrentar cada um deles de cabeça erguida.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Laços Mágicos - Draco Malfoy
Hayran KurguEm meio ao mundo mágico, Emma Weasley, a determinada irmã de Ron Weasley, encontra-se envolvida em uma intricada teia de rivalidade e desejo quando é designada para trabalhar ao lado de Draco Malfoy na escola de magia Hogwarts. Inicialmente, sua rel...