Era por volta das 06h36 da manhã. Acordei, fui ao banheiro, fiz minha higiene e coloquei meu fardamento escolar. Desprendi meu cabelo de seu coque, penteei-o e usei uma presilha para prendê-lo. Ele não estava limpo, e sua aparência não era das melhores.
Peguei minha varinha, que estava debaixo do meu travesseiro por motivos de segurança, e caminhei em direção à sala de aula. Estaríamos tendo aula de Poções, uma matéria desafiadora, mas que eu achava intrigante.
Sentei-me em uma das cadeiras, esperando Hermione chegar. No entanto, ela estava atrasada, e logo o professor Severus Snape começou a falar.
— Bom dia, — ele disse, com seu tom sempre gélido. — Hoje faremos um trabalho em dupla.
Soltei uma risada nasal ao lembrar que minha melhor amiga não estava ali; de fato, era aterrorizante. Olhei para Harry e Rony que estavam atrás de mim e soltei um leve sorriso amarelo.
— Ela deve estar chegando, — Potter disse, tentando me consolar.
— Não se animem, — Snape interrompeu. — Eu irei escolher as duplas.
Soltei um suspiro, um misto de alívio e indignação por não poder fazer o trabalho com minha melhor amiga.
— Pansy fará com Blaise, — Snape anunciou, enquanto sua pena anotava os nomes em uma folha. — Potter fará com Weasley.
Desviei meu olhar para os garotos e percebi que ambos estavam rindo como duas crianças.
— Goyle fará com Crabbe, — ele disse. — Espero que se acertem com sua dupla. — Ele parou e começou a nos observar.
Ela havia designado duplas para todos, exceto para mim e Draco Malfoy.
— Professor, — chamei sua atenção. — Creio que o senhor não designou uma dupla para mim.
— Claro, — ele sorriu de maneira fria. — Emma Weasley fará o trabalho com Malfoy.
Senti meu sangue ferver. Não estava preparada para fazer um trabalho com a pessoa que mais odiava naquela escola. No entanto, eu não poderia simplesmente sair dali e deixar o trabalho por fazer.
Draco, por sua vez, parecia estar animado com a ideia. Ele se sentou ao meu lado, com seu sorriso idiota estampado no rosto.
— O que faremos, professor? — escutei Pansy perguntar.
— Irão preparar Amortentia, — Snape respondeu, andando pela sala. — É a poção do amor mais poderosa. Escolham uma pessoa da dupla para testá-la. Essa pessoa verá quem é seu futuro amor pelos aromas que sentirem.
— Isso é patético, — Harry disse, arrancando um olhar feroz de Snape.
— Façam com cuidado, — Snape ordenou, voltando à sua posição original.
Eu não acreditava em adivinhação, mas poções sempre me pareceram interessantes.
— Certo, — assenti. — Qual de nós dois irá primeiro?
— As damas primeiro, — Draco afirmou, me fazendo revirar os olhos.
— Por quê? — perguntei, franzindo o cenho. — Está com medo?
— Eu não sou um Weasley, — ele respondeu. — E você parece estar mais animada do que eu.
— Eu não me importo, não corro dos meus problemas, — retruquei.
Desviei minha atenção de Draco e foquei na receita da Amortentia. Precisávamos de folhas de hortelã, pétalas de rosa, uma pena de fênix, e uma gota de suor da pessoa que seria a cobaia.
Felizmente, Snape já havia selecionado os ingredientes, exceto o suor. Mesmo com nossas diferenças, Draco e eu conseguimos preparar a poção com sucesso. Ela emanava um vapor prateado, que se movia em espirais características.
— Será que está pronta? — perguntei, olhando para a poção, depois desviando meu olhar para Malfoy, que estava a poucos centímetros de distância.
— Tanto faz, — ele respondeu, seco, ainda me olhando. — Se alguém aqui está em perigo, é você, não eu. Apenas cheire isso e diga o que sente.
— Fala como se fosse simples, — resmunguei. — Não é como cheirar uma flor. E se estiver envenenada?
— Ótimo, — ele sorriu. — Menos um Weasley no mundo.
Respirei fundo em sinal de reprovação. Por um momento, pensei em largar aquilo e deixar Draco se virar, mas minha nota era mais importante do que qualquer briga.
— Vamos logo, — ele me apressou. — Não temos o dia todo.
Ignorei-o. Aproximei meu rosto do frasco gélido em minha mão e inalei todo seu odor. Inicialmente era ácido, mas com o tempo tornou-se algo diferente.
— O que sente? — Draco perguntou, curioso.
— Não sei identificar, — senti meu nariz coçar. — Um aroma amadeirado.
— Seja mais específica! — Draco insistiu.
— Como eu disse: amadeirado, mas também sinto um toque de doce, talvez maçã verde, — respondi, ainda chocada que a poção havia dado certo.
— Deu certo, crianças? — Snape se aproximou da nossa mesa. — Vejo que conseguiram.
— Conseguimos, — Draco respondeu, forçando um sorriso. — Emma sentiu um cheiro amadeirado com maçã verde. O que isso significa?
— Suponhamos que esse seja o cheiro do futuro amor dela, — Snape disse, soltando um sorriso enigmático antes de se afastar.
Ele sinalizou o fim da aula, e comecei a guardar minhas coisas.
— Até que somos uma ótima dupla, — Draco disse, convencido como sempre. — Não acha?
— Não somos uma dupla, Malfoy, — levantei-me da mesa. — Nem sequer somos amigos.
O loiro não respondeu, apenas me observou sair da sala.
Estava incrédula. Como Malfoy poderia pensar que me tratar mal a vida inteira e depois dizer que somos uma boa dupla? Sejamos coerentes: nunca na vida eu seria amiga de alguém como ele.
Eu tenho meus valores.
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Laços Mágicos - Draco Malfoy
FanfictionEm meio ao mundo mágico, Emma Weasley, a determinada irmã de Ron Weasley, encontra-se envolvida em uma intricada teia de rivalidade e desejo quando é designada para trabalhar ao lado de Draco Malfoy na escola de magia Hogwarts. Inicialmente, sua rel...