Capítulo 1

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Mais um ano letivo começava em Hogwarts, e a rotina, agora familiar, se apresentava novamente diante de mim

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Mais um ano letivo começava em Hogwarts, e a rotina, agora familiar, se apresentava novamente diante de mim. Há três anos, fui destinada à Sonserina, uma casa onde a acolhida não foi exatamente calorosa. Os rostos ao meu redor não eram adoráveis, mas com o tempo, me acostumei. Embora não tivesse feito amigos em minha própria casa, mantinha-me próxima de Ron, Hermione e Harry — amigos que eram rivais de minha casa, mas isso pouco importava para mim. Na verdade, considerava uma idiotice a rivalidade entre Grifinória e Sonserina.
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Estávamos na aula de Herbologia com a professora Miriam Margolyes, quando ela ordenou que colocássemos os protetores auditivos. Eu estava ao lado de Ron e Harry quando as nossas Mandrágoras começaram a gritar. Era um barulho horrível e agonizante, tão intenso que fez um garoto desmaiar a alguns metros de distância.

Após o ocorrido na sala de aula, a professora Margolyes nos liberou para o pátio. Eu, Hermione, Ron e Harry nos reunimos para conversar sobre os eventos do dia.

— Como é em Sonserina, Emma? — perguntou Harry, com genuína curiosidade.

— Ah — ajeitei-me, buscando as palavras. — É entediante.

— Eu imagino — disse Hermione. — Imaginem ter que conviver com aqueles bananas?

— Fala sério — resmungou Ron. — O mais entediante é ter que aguentar o Malfoy.

Ao ouvir o nome, percebi que Draco Malfoy, o garoto de cabelos loiros, estava um pouco distante de nós, rindo como sempre.

— Ele é tão insignificante que passa despercebido — falei, voltando minha atenção aos meus amigos. — Não consigo entender como alguém tão pequeno consegue ser tão esnobe.

— Ele é um mimado — disse meu irmão.

— Sem sombra de dúvidas — concordou Harry.

Passamos um momento juntos, até que a professora McGonagall ordenou que fossemos até o refeitório. Caminhamos até lá, porém não poderíamos sentar juntos, pois as mesas das casas eram separadas.

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Sentei-me no meu lugar, que por azar era ao lado de Malfoy, e esperei até que o professor Dumbledore nos permitisse começar a comer.

— Um Weasley sempre será um Weasley, mesmo estando na melhor casa de Hogwarts — soou a irritante voz de Draco.

Preferi não responder, sabendo que falar demais poderia ser prejudicial.

— Como pretende praticar feitiços com uma varinha quebrada? — continuou ele.

Ele sabia. Malfoy sabia que eu não tinha condições de comprar uma varinha nova, mas preferia zombar ao invés de sentir empatia. Não deveria esperar menos de alguém tão desprezível.

— Se isso te incomoda tanto, vá em frente e compre uma nova para mim — virei-me para ele, encarando-o. — Caso contrário, fique calado.

— Pensei que você fosse muda — disse ele com um sorriso sarcástico. — Ou não. Ouvi você tagarelando com seus amigos trouxas.

— Eles não são trouxas — revidou. — E mesmo se fossem, isso não mudaria nada.

— Não poderia dizer isso da sua amiga Granger — Malfoy alegou.

— Trouxa ou não, ela tem algo que você não tem — eu cuspia as palavras. — Inteligência.

— Snape adoraria saber que você está se envolvendo com os idiotas da Grifinória — ele me questionou.

— Você não teria coragem — respondi. — A não ser que queira cuspir lesmas pelo resto da sua vida.

— Acha mesmo que seus amigos são melhores que nós? Fala sério — disse ele, debochado.

— Eu preciso responder algo? — soltei um sorriso. Malfoy tinha dinheiro, mas não pensava muito.

— Tão tola quanto seus irmãos — riu ele.

— Tão burro quanto seu pai — revidou. — Não é à toa que ele não gosta de você, filhinho da mamãe.

Sim, eu sabia. Todos sabiam o quanto a relação com o pai era um gatilho para o pequeno Malfoy. Ele merecia saber o quanto as palavras podiam doer às vezes.

— Você está amaldiçoada por falar isso do meu pai — disse Draco, seu tom de voz triste.

— Minha maldição é ter que aturar você! — respondi.

Draco não me respondeu, mas pude ver em seus olhos que ele estava lagrimando. Isso, de fato, não me deixou mal. Foi como uma vingança para todas as pessoas que ele já machucou, e eu era uma delas.

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Enquanto me afastava do refeitório, uma sensação de justiça permeava meu ser. A vida em Hogwarts era cheia de desafios e rivalidades, mas também de momentos de verdade e revelação. As palavras podiam cortar tão profundamente quanto qualquer feitiço, e às vezes, era necessário enfrentar esses conflitos para encontrar a própria força.

Naquela noite, ao me deitar, pensei nas palavras que tinha dito a Draco. Talvez eu tivesse ido longe demais, mas ele precisava entender que suas ações tinham consequências. A vida na Sonserina não seria fácil, mas eu estava pronta para enfrentar qualquer obstáculo, com a mesma determinação que me levara até ali. Afinal, ser uma Weasley significava ser resiliente, e eu não era exceção.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora