Capítulo 19

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Era uma manhã que despertava lentamente, tingida pela bruma da ansiedade que me levou a acordar antes do sol. Vestida em meu sueter de Sonserina para combater o frio penetrante, caminhei solitária até a quadra de Quadribol, onde nosso time enfrentaria a Lufa-Lufa.

Ao chegar, deparei-me com uma multidão vibrante, majoritariamente favorável aos adversários. Acomodei-me ao lado de Parkinson e outra colega, minha timidez ainda latente após incidentes passados.

— Pensei que não viria. — Pansy falou alto o suficiente para que eu ouvisse.

— Nem eu mesma pensei que viria. — Respondi num sussurro. — Mas estou começando a achar interessante assistir aos jogos.

Era mentira. Eu detestava assistir aos jogos de Quadribol, achava-os intermináveis. No entanto, algo despertara meu interesse, talvez a presença de Malfoy.

— Está começando. — Pansy anunciou.

O jogo transcorreu diante de meus olhos, atenta a cada lance. Por um momento, toda minha atenção se voltou para Draco e outro jogador, ambos perseguindo o Pomo de Ouro. Infelizmente, o jogador da Lufa-Lufa o capturou, garantindo a vitória com 150 pontos. Seríamos alvo de zombarias por algum tempo.

Após o jogo, pensei em voltar para o dormitório, aproveitando o intervalo entre as aulas. No entanto, Pansy insistiu que visitássemos o vestiário, supostamente para falar com Blaise e nada mais. A contragosto, acabei cedendo.

O vestiário estava quase vazio, além de Malfoy, ainda vestido com seu uniforme, mas claramente pós-banho.

— Malfoy? — Pansy falou, com um sorriso bobo. — Sinto muito pelo jogo.

— Ah, vocês. — Ele respondeu com um tom de superioridade irritado. — Oi.

Notei seus olhos se dilatarem ao me ver. Não trocamos palavras, apenas sustentamos o olhar por um longo momento.

— Você jogou bem hoje. — Pansy tentou, visivelmente envergonhada.

— Eu sei. — Draco murmurou, secando o cabelo com uma toalha branca. — Preciso me trocar.

— Eu já estava de saída. — Pansy se apressou em dizer.

Um silêncio tenso pairou no ar após a saída de Pansy com Blaise, nos deixando a sós.

Eu me sentia constrangida, mas estranhamente, a presença de Draco não me irritava como de costume.

— Não vai dizer nada? — Ele perguntou, recostando-se na parede.

— O que você espera que eu diga? — Respondi, minha mente confusa.

— Vamos, Weasley, não sou um monstro. — Ele murmurou, se aproximando.

— Tudo o que eu tinha para te dizer, Malfoy, já disse. — Falei, cruzando os braços.

— Você não é muito boa em mentiras. — Ele comentou, avançando mais ainda.

— Ou talvez você seja só muito convencido. — Retruquei, mais dura do que pretendia.

Um leve sorriso surgiu nos lábios de Draco, uma expressão rara. Em um movimento surpreendente, ele ergueu a mão e tocou suavemente meu rosto, seus dedos traçando a linha da minha mandíbula. Fiquei paralisada pelo toque, um calor inexplicável se espalhando por todo o meu corpo.

Antes que pudesse processar o que estava acontecendo, ele inclinou-se e seus lábios encontraram os meus num beijo suave. Fiquei chocada por um momento, sem saber como reagir à sua audácia. Mas algo dentro de mim respondeu ao toque gentil, à intensidade que ele transmitia.

Nosso beijo começou hesitante, exploratório, mas logo se tornou mais profundo e emocionalmente carregado. Era estranho estar nos braços de Draco Malfoy, especialmente após uma derrota amarga.

Quando nos separamos, encontrei seus olhos cinzentos fixos nos meus, cheios de uma emoção que eu não esperava ver nele. Havia uma vulnerabilidade lá, uma honestidade que contrastava com a imagem arrogante que ele geralmente exibia.

— Não deveríamos... — Tentei dizer, mas ele me interrompeu.

— Não faz mal. — Ele sussurrou antes de me beijar novamente, desta vez com mais intensidade. O beijo era cheio de uma promessa implícita de algo mais entre nós.

Draco deslizou as mãos dos meus rosto até minha cintura, apertando-me contra ele. Minhas mãos foram para seus cabelos loiros, puxando-o suavemente, provocando arrepios.

Era uma sensação nova para mim, uma mistura de emoções que nunca experimentara antes. Draco colocou uma mão em meu quadril, puxando-me ainda mais para perto. Estava tudo muito bom, apesar de ser Draco Malfoy.

De repente, ouvimos passos se aproximando e nos separamos rapidamente, ajeitando nossas roupas.

— O que estão fazendo aqui? — Era Zabini. — Estamos esperando vocês há meia hora.

— Pensei que vocês fossem voltar. — Draco murmurou.

— Vocês são lentos. — Blaise disse, com ironia. — Ah, Emma.

— Sim? — Olhei para ele, curiosa.

— Tem um lufano querendo falar com você. — Ele disse, maliciosamente. — Um tal de Cedrico Diggory.

— Cedric Diggory? — Draco repetiu.

— Ele está na enfermaria. — Blaise informou. — Após Draco derrubá-lo da vassoura umas quinhentas vezes. Quem não ficaria?

— Ele vai precisar de cuidados. — Sorri ironicamente, sabendo que isso irritaria Malfoy.

— Bobagem. — Ele resmungou.

— Está com ciúmes? — Brinquei antes de sair.

Era divertido.

Eu não estava interessada em Cedric Diggory, ele não me despertava tanto interesse. Minha mente ainda estava ocupada com o beijo de Draco, algo que não conseguiria esquecer tão cedo.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora