Capítulo 74

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O salão principal estava mergulhado em um silêncio pesado quando finalmente retornamos da missão de destruir o Diadema. Meus passos ecoavam pelo corredor vazio, minha mente ainda tentando processar tudo o que havia acontecido. A vitória era nossa, mas a sombra da batalha iminente pairava sobre nós.

Avistei Fred encostado contra uma das colunas, seu olhar distante, perdido em pensamentos que eu não podia começar a imaginar. Meu coração se apertou ao vê-lo assim, e um misto de alívio e preocupação me inundou enquanto eu me aproximava dele.

— Fred, tá tudo bem? — Minha voz saiu suave, carregada de preocupação.

Ele virou para mim, um sorriso fraco se formando em seus lábios. — Nunca estive tão bem quanto hoje.

A simplicidade de suas palavras foi reconfortante, mas antes que pudéssemos compartilhar mais algum momento de tranquilidade, os alarmes ecoaram pelo salão. A notícia se espalhou como uma chama em um pavio de pólvora: os Comensais haviam invadido Hogwarts. Meu coração acelerou e olhei para Fred com urgência.

— Tenho que ir, Fred. Se cuida. — Disse rapidamente, sem esperar por uma resposta.

O corredor estava agora tomado pelo caos. Estudantes e professores se reuniam em grupos, lançando feitiços defensivos desesperadamente. Eu me juntei à batalha, minha varinha erguida, sentindo a energia pulsante da magia que fluía através de mim. Cada feitiço lançado era um ato de resistência contra as trevas.

A luta era intensa e frenética. Meus sentidos estavam aguçados, minha mente focada em cada movimento, cada feitiço que eu lançava. Em um momento crucial, um bruxo do exército de Voldemort me desarmou com um feitiço bem direcionado, deixando-me momentaneamente desamparada. Recuei, pressionando minhas costas frias contra a parede, sentindo a respiração acelerada enquanto tentava recuperar o fôlego.

O bruxo se aproximou lentamente, um sorriso malicioso nos lábios. Eu sabia que não poderia vencê-lo sozinha. Fechei os olhos, resignada ao destino, quando de repente uma luz verde cortou o ar com uma rapidez mortal.

Abri os olhos, atordoada, para ver Draco de pé diante de mim, sua varinha ainda fumegando com o feitiço que acabara de lançar. Havia uma intensidade em seu olhar que eu não conseguia decifrar imediatamente. Ele estendeu a mão para me ajudar a levantar, e eu aceitei, sentindo um misto de alívio e confusão.

Antes que pudesse pensar melhor, me vi agindo por impulso. Me aproximei de Draco e o beijei, um gesto carregado de gratidão, emoção e uma coragem que só a guerra poderia despertar em nós.

— Se eu morrer hoje, saiba que eu te amo. — Sussurrei contra os lábios dele, minhas palavras escapando antes que eu pudesse detê-las.

Draco segurou meu rosto entre as mãos, seus olhos cinzentos procurando os meus com intensidade. —Você não tem essa opção, querida. — Ele respondeu suavemente. —Nós vamos sair dessa juntos.

A guerra rugia ao nosso redor enquanto Draco e eu lutávamos lado a lado, nossas varinhas lançando feitiços de defesa e ataque em um ritmo frenético. Cada momento era uma dança perigosa entre vida e morte, entre resistência e rendição ao caos que nos cercava.

Estávamos no meio de um confronto particularmente intenso quando Draco virou brevemente para mim, seus olhos cinzentos sérios e intensos. — Emma. — Ele começou, sua voz quase perdida no tumulto ao nosso redor. — Sobre o futuro...

Fiquei momentaneamente confusa, surpresa pelo tema que ele trouxe à tona no calor da batalha. Mas antes que pudesse formular uma resposta, um grupo de bruxos avançou sobre nós, interrompendo qualquer possibilidade de continuidade naquela conversa.

Nosso foco voltou-se instantaneamente para a luta. Lançamos feitiços após feitiços, trabalhando em perfeita sincronia para proteger nossos aliados e derrotar nossos inimigos. Draco era habilidoso, seus movimentos fluidos e precisos, enquanto eu lutava com determinação, sabendo que cada segundo poderia ser o último.

No meio da confusão, um bruxo se aproximou perigosamente. Draco lançou um Avada Kedavra, derrubando-o sem hesitação. Assim que o feitiço se dissipou, olhei para ele, ainda um pouco atordoada pela pergunta que ele havia feito antes.

— O que você queria dizer com isso, Draco? — Perguntei, minha voz misturando-se ao ruído da batalha ao nosso redor.

Ele se virou para mim, seus olhos buscando os meus. — Emma, você já pensou sobre ter filhos?

Ótima pergunta para se fazer no meio de uma batalha.

Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios enquanto nos preparávamos para enfrentar outro grupo de inimigos. — Adoraria. —  murmurei, minha voz quase perdida na cacofonia mágica.

Voltamos à luta, derrubando mais cinco bruxos em rápida sucessão. A adrenalina corria forte em nossas veias, mas o pensamento do que o futuro poderia trazer trouxe um brilho de esperança em meio ao caos.

— Adoraria ter filhos. — Repeti, mais alto desta vez, soltando um sorriso para Draco enquanto lutávamos lado a lado.

Ele devolveu o sorriso, seus olhos refletindo determinação. Continuamos com a luta, ainda temendo o fim que isso poderia levar. Eu não poderia carregar um bom pressentimento sobre isso, mas preferia ignorar.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora