Laços Mágicos - Draco Malfoy

Capítulo 14

A luz do sol banhava os corredores de Hogwarts enquanto nos dirigíamos para a aula de Cuidado com Criaturas Mágicas. Ao lado de Hermione, eu caminhava tranquilamente, discutindo sobre a lição do dia, quando de repente Draco Malfoy e seus amigos apareceram à nossa frente. Os olhos cinzentos de Draco caíram diretamente sobre Hermione, e um sorriso de desprezo se formou em seu rosto.

— Olha só quem resolveu aparecer, a sangue-ruim Granger. O que te trouxe para essa aula? Procurando algum lugar onde possa se encaixar melhor? — Draco disse com aquele tom de superioridade que me fazia ferver por dentro.

Uma onda de raiva instantânea me invadiu. Sem pensar duas vezes, coloquei-me entre Draco e Hermione, encarando-o com toda a minha indignação.

— Você não tem o direito de falar assim com ela, Draco! — minha voz saiu mais alta e mais dura do que eu pretendia, mas não conseguia me conter.

Draco ergueu uma sobrancelha, seu olhar de surpresa misturado com um leve desafio.

— E o que você vai fazer a respeito, Weasley? Defender a Granger, agora? — ele provocou, aquele sorriso cínico no rosto.

Hermione permanecia ao meu lado, quieta, observando a troca tensa entre nós dois. Ela sabia que eu não tolerava o modo como Draco e seus amigos tratavam as pessoas, especialmente aqueles de nascença não pura.

— Não é sobre ser sangue-ruim ou não, Draco. É sobre respeito. Você não pode menosprezar alguém apenas por sua linhagem. — retruquei, sentindo o peso das palavras saírem carregadas de emoção.

Draco bufou, cruzando os braços defensivamente.

— Cuide dos seus próprios problemas, Weasley. Hermione não precisa de uma defensora como você. — ele disse, sua voz carregada de desdém.

— Eu sei que ela não precisa. Mas estou aqui de qualquer maneira. — respondi, minha voz agora mais calma, mas firme como uma rocha.

Draco me encarou por um momento, como se estivesse avaliando algo em mim. Seus olhos cinzentos buscaram os meus, e havia uma expressão ali que eu não conseguia decifrar completamente. Era como se ele estivesse tentando entender por que eu estava me colocando na linha de fogo por Hermione.

— Bem, se é assim que você quer, Weasley. — ele finalmente disse, virando-se para sair com seus amigos. — Mas não espere que eu mude minha opinião sobre ela.

Assisti enquanto Draco se afastava, sentindo a adrenalina da discussão ainda pulsando em minhas veias. Virei-me para Hermione, colocando uma mão reconfortante em seu ombro.

— Você está bem? — perguntei suavemente.

Hermione assentiu, um sorriso grato iluminando seu rosto.

— Obrigada, Emma. Por estar ao meu lado. — ela disse sinceramente.

Sorri de volta para ela, sentindo uma mistura de orgulho e indignação ainda fervilhando dentro de mim.

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O Grande Salão estava tranquilo naquela manhã, com os alunos de Hogwarts se preparando para mais um dia de aulas. Eu estava sentada à mesa da Sonserina, mexendo sem rumo na comida diante de mim. Meus pensamentos estavam tumultuados, especialmente em relação a Harry.

Desde que nos aproximamos mais durante os últimos meses, sentia uma confusão crescente dentro de mim. Harry era um bom amigo, alguém em quem eu confiava e admirava profundamente. Mas nos últimos dias, algo mais estava borbulhando sob a superfície da nossa amizade. Pensamentos incertos sobre o que realmente eu sentia por ele começaram a me incomodar.

Decidi buscar conselho com alguém que, surpreendentemente, havia se tornado uma amiga recente: Pansy Parkinson. Ela estava sentada não muito longe de mim, conversando com algumas amigas suas. Respirei fundo e me levantei, caminhando até sua mesa com uma determinação que mal conseguia mascarar minha ansiedade.

— Pansy, posso conversar um momento com você? — perguntei, tentando soar casual apesar da tormenta de pensamentos que se desenrolavam em minha mente.

Pansy olhou para mim com surpresa por um momento, mas logo um sorriso amigável se formou em seus lábios.

— Claro, Emma. O que está te incomodando? — ela respondeu, colocando de lado seu copo de suco de abóbora.

Nos afastamos um pouco das outras pessoas, encontrando um canto mais reservado do salão. Respirei fundo antes de falar, tentando colocar em palavras as emoções confusas que estavam me consumindo.

— É sobre o Harry. — comecei, sentindo um nó se formar em minha garganta. — Eu não sei... Estou me sentindo confusa ultimamente. Sabe, sobre o que realmente sinto por ele.

Pansy assentiu compreensivamente, seus olhos escuros refletindo uma sabedoria silenciosa.

— Compreendo. Sentimentos são complicados, especialmente quando envolvem alguém que é tão importante para nós. Você gosta dele, Emma?

Senti-me desconcertada pela pergunta direta de Pansy. Olhei para minha comida, sem saber como responder imediatamente. Era difícil admitir, até para mim mesma, o que estava realmente sentindo.

— Eu... acho que sim. Mas ao mesmo tempo, não tenho certeza se é isso mesmo. — murmurei, sentindo-me vulnerável por expor minhas dúvidas.

Pansy colocou uma mão reconfortante sobre a minha, seu gesto demonstrando um apoio genuíno.

— Você precisa entender seus sentimentos, Emma. Às vezes, o que parece confuso pode se tornar mais claro com o tempo.

— Eu entendo. — Penso um pouco. —Mas e você, Pansy? Como está se sentindo? — perguntei, mudando o foco da conversa para ela.

Ela hesitou por um momento, seus olhos perdidos em pensamentos distantes.

— Draco... ele... às vezes acho que ele gosta de mim, mas outras vezes parece tão distante. Eu não sei se algum dia ele sentirá o mesmo por mim. — sua voz era suave, carregada de uma mistura de tristeza e esperança.

Olhei para Pansy, vendo uma faceta dela que raramente era revelada aos outros: uma garota que também tinha suas próprias incertezas e desejos.

— Às vezes, é difícil entender as pessoas que nos cercam, não é? — comentei, sentindo uma estranha empatia por ela

Pansy assentiu, um sorriso triste nos lábios.

— Sim, é verdade. Mas temos que seguir em frente, não é mesmo? Quem sabe o que o futuro nos reserva. — Diz a garota de cabelos negros.

Nos olhamos por um momento, compartilhando um entendimento silencioso sobre os desafios de lidar com sentimentos tão complexos.