Capítulo 77

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Draco Malfoy point of view

O campo de batalha era um caos ensurdecedor, inundado pelo estrondo dos feitiços, gritos de dor e o cheiro acre de fumaça. Eu estava no meio dessa tempestade, meu coração batendo descompassado enquanto tentava absorver a magnitude do horror ao meu redor. O céu sombrio, refletindo o turbilhão de emoções dentro de mim, parecia um presságio sombrio para o que estava por vir.

Então, através das sombras, vi Voldemort emergir. Seu rosto serpenteante contorcido em um sorriso cruel que enviou um arrepio por minha espinha. Meus olhos buscaram freneticamente por Emma, esperando vê-la segura entre os combatentes, mas o que vi fez meu coração parar.

Nagini, a serpente mortal de Voldemort, estava lá, enrolada em torno de Emma Weasley. Seus olhos arregalados encontraram os meus em um olhar de terror silencioso. Ela estava indefesa nas garras da criatura, seus dedos apertados em torno da pele escamosa que a prendia.

O desespero e a impotência me atingindo como um punhal. Antes que eu pudesse processar completamente o que estava acontecendo, Voldemort anunciou com frieza a morte de Potter. Seu tom ecoou pelo campo de batalha, enviando ondas de choque através de mim. Harry agora estava morto. A notícia era como uma perda pessoal, uma dor que eu nunca imaginara sentir.

Voldemort virou seu olhar penetrante para mim, suas íris vermelhas arregaladas de ódio. - Draco Malfoy, traidor. - Ele cuspiu as palavras com desprezo, oferecendo-me uma última chance de redenção. Meu coração martelava dentro do peito enquanto eu lutava com a decisão. Sabia o que ele esperava de mim, a lealdade que eu devia a meu pai e à causa que ele representava. Mas meus pensamentos estavam com Emma, com minha mãe, com tudo o que eu amava e que estava em perigo naquele momento.

Eu hesitei, o peso do meu destino pressionando meus ombros, mas então vi Nagini apertar Emma ainda mais, sufocando-a cruelmente. O desespero me inundou. - Pare! - gritei, minha voz ecoando acima do tumulto ao meu redor. Minhas mãos tremiam enquanto eu lutava contra as correntes de medo e indecisão.

Meu pai, Lucius, logo interveio. Seus olhos frios e cheios de desprezo encontraram os meus, uma advertência silenciosa para que eu cumprisse meu dever. - Draco, vá! - Ele ordenou, sua voz carregada de autoridade. - Não seja um tolo.

A voz de dele me trouxe de volta à realidade, mas meus olhos ainda estavam fixos em Emma, que agora lutava desesperadamente nas garras de Nagini. Ela parecia frágil e indefesa, um reflexo de tudo o que estava errado com o mundo.

Eu sabia o que tinha que fazer. Engolindo meu orgulho e ignorando as advertências de meu pai, comecei a caminhar em direção a Voldemort e sua criatura, cada passo um tormento de angústia e determinação. Emma era minha prioridade agora, sua vida pendurada por um fio.

Quando cheguei perto o suficiente, lancei um feitiço em Nagini com toda a força e concentração que consegui reunir. A serpente soltou um sibilo agudo, seus anéis se afrouxando o suficiente para que Emma pudesse se libertar. Ela caiu de joelhos, tossindo e ofegante, seus olhos cheios de lágrimas ao encontrar os meus.

- Draco... - Ela sussurrou, sua voz embargada pelo alívio e pelo medo.

- Emma, está tudo bem agora. - Eu disse, me aproximando dela com cuidado enquanto a ajudava a se levantar. Meu coração ainda martelava dentro do peito, a adrenalina da batalha misturada com o alívio de tê-la salvo.

Voldemort rugiu de raiva, seu rosto contorcido em fúria. Ele levantou a varinha contra mim, lançando um feitiço que me atingiu em cheio, fazendo-me gritar de dor enquanto eu caía. Emma correu até mim, seus dedos tocando meu rosto enquanto ela chorava e pedia desculpas, o alívio de vê-la viva misturado com o peso do que ainda estava por vir.

- Desculpe. Eu não queria que você se envolvesse... - Emma murmurou, sua voz embargada pelo medo e pela tristeza.

- Não precisa. - eu respondi, segurando sua mão com firmeza. - Prometi que faria de tudo por você, e eu sempre cumpro promessas.

Lucius se aproximou, sua expressão um misto de desdém e controle. Ele olhou para Emma com um desprezo óbvio. - Você não tem permissão para tocá-lo. - Ele disse friamente, sua voz cortante como uma lâmina afiada. Emma não recuou, seu rosto contorcido em raiva e desafio enquanto ela o confrontava.

- Se um dia você tocar nele novamente. - Ele continuou, sua voz baixa e ameaçadora. - Você sofrerá as consequências.

Minha mãe apareceu ao lado de Emma, seus olhos cheios de tristeza enquanto ela a ajudava a levantar. Ela deu um abraço rápido, suas palavras de desculpas sussurradas em seu ouvido.

- Desculpe por tudo. - Emma murmurou novamente, sua voz embargada pelo medo e pela tristeza.

- Não se desculpe, Emma. - Eu disse com firmeza. - Estamos juntos nisso.

O campo de batalha estava em tumulto ao nosso redor, Voldemort celebrando sua suposta vitória, até que um grito ecoou pelo ar. - Ele está vivo! - A voz de alguém cortou o silêncio, e todos viraram para ver Harry se erguendo.

Eu olhei para ele, meu antigo rival, agora ignorando nossas diferenças. - Harry! - Eu gritei seu nome, minha voz carregada de uma mistura de alívio e desafio. Eu tinha que fazer algo, eu tinha que me redimir.

Em um movimento rápido e cheio de determinação, peguei minha varinha e a joguei na direção de Harry. Era um gesto de desafio. O mundo estava em chamas ao meu redor, mas naquele instante, eu sabia que tinha feito minha escolha.

Meu pai, incapaz de conter sua fúria, avançou para mim com um tapa que ecoou pelo campo de batalha, seu rosto distorcido pelo desdém e pela decepção. Ele me agarrou pelo braço com força, me arrastando para longe do perigo iminente, enquanto Voldemort continuava seu surto no fundo. Emma gritou meu nome, seus olhos se enchendo de lágrimas enquanto ela tentava me alcançar.

Eu não sabia se iria vê-la de novo, mas temia que não ficasse bem.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora