Capítulo 75

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Eu nunca pensei que um dia estaria aqui, Malfoy e eu estávamos lutando lado a lado, tentando manter nossa linha. O barulho ensurdecedor das maldições ecoava pelo ar, misturado com gritos de dor e desespero.

Foi quando vi ele. Fred, meu irmão, caído no chão. Meu coração gelou e minha respiração falhou. Tudo ao meu redor desapareceu por um instante, exceto ele. Draco percebeu minha angústia e, com um olhar sério, concordou em cobrir enquanto eu o tirava dali.

Não havia ninguém por perto, então me abaixei ao lado de Fred. Seus olhos estavam semiabertos, mas seu sorriso habitual ainda tentava se formar em seu rosto pálido. Eu sabia que não havia tempo a perder. Com todas as minhas forças, ergui-o do chão e comecei a correr em direção ao castelo, onde esperava encontrar um lugar seguro para ele.

O caminho estava repleto de perigos. Explosões lançavam pedras e destroços por toda parte, e algumas delas atingiram Fred enquanto eu o segurava firmemente. Ele segurou minha mão com fraqueza, seus dedos tremendo nos meus. Eu olhei nos olhos dele, procurando qualquer sinal de esperança, mas tudo o que vi foi a confirmação de algo que eu não esperaria tão cedo.

Fred soltou um suspiro fraco e, contra todas as probabilidades, tentou me fazer rir. — Emma... — Sua voz saiu como um sussurro rouco. — Você sabe... sempre achei que imaginar o Sr Filch sem roupas fosse a pior coisa do mundo. — Sua tentativa de humor foi interrompida por uma tosse fraca, e eu senti as lágrimas inundarem meus olhos.

Eu não queria deixá-lo. Eu não podia deixá-lo. As paredes começaram a tremer ao nosso redor, o castelo sofrendo os ataques implacáveis dos seguidores de Voldemort. Draco viu o perigo e tentou me puxar para longe, mas eu me agarrei a Fred com desespero.

— Emma. — Draco disse com urgência, seus olhos cinzentos fixos nos meus. — Temos que sair daqui. Não podemos salvá-lo agora.

Eu sabia que ele estava certo, mas meu coração se recusava a aceitar. Fred era meu irmão, meu melhor amigo desde que éramos crianças. Ele não podia simplesmente partir assim, não agora.

Draco agarrou meus ombros com firmeza, sua voz suavizando. — Emma, precisamos ir. Não podemos perder você também.

Relutantemente, permiti que Draco me afastasse de Fred. O ar parecia mais pesado agora, impregnado com a perda. Enquanto eu era guiada para longe, meu olhar nunca deixou o rosto de Fred. Seu sorriso fraco ecoava na minha mente, junto com suas últimas palavras.

Eu chorei enquanto Draco me levava para longe daquele lugar. O mundo continuava a desabar ao nosso redor, mas nada se comparava à dor em meu peito naquele momento.

O Malfoy observou com pesar enquanto eu desmoronava, incapaz de me afastar do corpo inerte de Fred. Ele sabia que precisava me proteger, então com cuidado me guiou para um canto escondido do castelo, longe da vista dos combates que ainda ecoavam lá fora.

Eu me sentei no chão frio, abraçando meus joelhos enquanto tentava conter o soluço de tristeza que ameaçava me consumir. Draco teve que se retirar, já que a guerra continuará a acontecer no lado de fora.

O ar ao meu redor parecia carregado com a presença maligna de Voldemort. De repente, ele estava lá, parado diante de mim, seu olhar penetrante vasculhando minha alma.

— Emma Molly Weasley. — Sua voz sibilante ecoou pelo corredor. — Tão corajosa quanto seu irmão, Fred. Você é verdadeiramente uma Weasley.

Eu o encarei com desconfiança, meus olhos ainda marejados de lágrimas. Voldemort caminhou lentamente em minha direção, um sorriso quase imperceptível brincando em seus lábios pálidos.

— Você sabe que, juntos, poderíamos ser imparáveis. — Ele continuou, sua voz suave e persuasiva como o sussurro de uma serpente. — Se ao menos você visse as coisas como eu vejo. O mundo poderia ser moldado à nossa imagem.

Uma sensação de repulsa se espalhou por mim. — Você só vê o mundo através de sua própria ambição, Voldemort. Não há nada nobre em sua busca por poder.

Seus olhos brilharam com uma intensidade que me fez recuar involuntariamente. — Não é sobre poder. É sobre justiça. A ordem que eu trago é necessária para acabar com o caos que os trouxas e traidores trouxeram ao mundo.

Eu engoli em seco, sentindo uma mistura de raiva e nojo. Voldemort sabia como manipular, como torcer as palavras para fazer parecer que ele estava certo.

— Você está enganado. — Eu murmurei, minha voz tremendo ligeiramente. — Você sempre esteve.

Ele se aproximou mais, sua presença oprimindo-me como uma sombra sinistra. — Você tem um potencial tremendo, Emma. Se ao menos você soubesse como usá-lo.

Antes que eu pudesse responder, Voldemort ergueu sua varinha e convocou Nagini para se aproximar. A serpente se enrolou ao meu redor, sua pele fria e escamosa me prendendo em suas voltas sinuosas.

— Leve-a comigo, Nagini. —Voldemort ordenou, seus olhos ardendo com uma determinação cruel.

Eu fui arrastada para longe do castelo, minha mente girando com a terrível realidade do que estava acontecendo. A guerra continuava lá fora, mas dentro de mim, a luta era ainda mais intensa.

Nagini me arrastou por corredores sombrios e sinuosos até uma sala escura, onde Severus Snape estava de pé, visivelmente surpreso ao me ver enrolada em sua fiel serpente. Seus olhos negros se arregalaram brevemente antes que uma expressão de preocupação se instalasse em seu rosto.

Voldemort entrou na sala logo depois, sua presença imponente enchendo o ambiente. Ele me olhou com seus olhos vermelhos ardentes, como se estivesse avaliando minha determinação.

— Menina. —  Ele começou, sua voz fria.—  Você tem algo que me pertence, e sabe que enquanto ela não estiver sob meu controle, meu poder não será completo.

Eu o encarei com firmeza, apesar do medo que sentia por dentro. — Isso não me interessa. A varinha pertence ao bruxo que matou seu último dono. E esse não é você.

Um brilho perigoso surgiu nos olhos de Voldemort enquanto ele considerava minhas palavras. Então, com um gesto imperioso, ordenou que Nagini apertasse suas voltas ao meu redor com mais força. A pressão se intensificou rapidamente, fazendo-me sentir como se estivesse sufocando.

— Você está mentindo? — Ele sibilou, sua voz cheia de desdém. —Eu posso ver a verdade em seus olhos.

Ofegante e lutando contra a dor, eu gritei: — Eu estou falando a verdade!

Voldemort pareceu ponderar por um momento, então mudou seu foco para Snape. — Severus. — Ele disse suavemente.— Você foi o bruxo que colocou fim ao meu último dono. Não negue isso.

Snape olhou para Voldemort com uma mistura de horror e resignação. — Sim. — Ele admitiu em voz baixa, seus olhos se desviando momentaneamente para mim. —Eu fui.

Com um aceno da varinha, Voldemort ordenou que Nagini depositasse seu veneno em Snape. A serpente obedeceu prontamente, liberando-me de suas garras sufocantes enquanto se aproximava de Snape com sua boca aberta, pronta para injetar seu veneno letal.

Voldemort saiu da sala, deixando-me sozinha com Snape. Eu me aproximei dele tremendo, minha respiração irregular enquanto ele lutava contra os efeitos do veneno.

— Emma. — Ele disse com dificuldade, sua voz fraca. — Colete minhas lágrimas. Leve-as a Harry.

Eu não podia acreditar no que estava acontecendo. Ajoelhei-me ao lado dele, soluçando descontroladamente. — Me desculpe. — Eu implorei, as lágrimas rolando pelo meu rosto, enquanto coletava as dele com um pequeno frasco.

Snape me olhou com ternura surpreendente. — Não há tempo para desculpas, Emma. — Ele murmurou, franzindo a testa com esforço.

Eu o abracei com cuidado, sentindo seu corpo enfraquecendo rapidamente. — Eu sinto muito, Snape. — Eu disse com o coração apertado.

Ele deu um último suspiro e seu corpo relaxou, seus olhos negros se fechando para sempre.

Eu fiquei ali, ao lado dele, em silêncio, o peso da perda se instalando em meu peito. A guerra ainda acontecia lá fora, mas dentro daquela sala escura, eu havia perdido um "amigo" improvável e um homem que, de maneiras complicadas, sempre tentou fazer o que era certo.

Com um suspiro pesado, levantei-me lentamente, reunindo minhas forças para cumprir a última vontade de Snape. As lágrimas ainda escorriam por meu rosto enquanto eu me preparava para sair daquele inferno.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora