Capítulo 71

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Draco malfoy point of view

O ar na Sala de Astronomia estava carregado de eletricidade enquanto eu mantinha minha varinha apontada para Emma. Ela segurava a varinha de Dumbledore com uma determinação que me deixava perturbado. A tensão entre nós era palpável, os acontecimentos anteriores ainda ecoando em minha mente.

A porta se abriu abruptamente, e Bellatrix, minha tia, entrou seguida por outros Comensais. O olhar de Bellatrix queimava com intensidade enquanto ela me ordenava acabar com Emma.

— Draco. — Sua voz era fria e cortante. — O que está esperando? Acabe com ela.

Eu estava paralisado, incapaz de decidir entre lealdade e um sentimento estranho que crescia dentro de mim. Emma me encarava com olhos que misturavam desafio e coragem, sua varinha firme como uma rocha.

Bellatrix não tinha paciência para minha hesitação. — Por que está choramingando, Draco? Deveríamos esperar isso. É tão medroso quanto seu pai, Lucius.

Então, Snape entrou. Seus olhos negros se fixaram rapidamente em Dumbledore. Sem uma palavra, ele lançou Avada Kedavra e tudo ficou em silêncio.

— Não! — O grito de Emma ecoou pela sala, seu rosto contorcido pela dor e choque. Ela se virou para Snape, seus olhos cheios de raiva e incredulidade. — Seu covarde! — Pude ver lagrimas em seus olhos.

Eu estava atordoado. Emma se recusava a devolver a varinha para Snape, desafiando-o abertamente.

Bellatrix riu, um som áspero e cruel. — Draco, termine logo com isso.

Eu tremia, segurando minha varinha como se fosse um fardo insuportável. Olhei nos olhos de Emma, suas palavras ressoando em minha mente.

— Se quer a varinha, terá que tirá-la de um cadáver. —  Disse a Weasley, colocando a varinha de Dumbledore em sua cintura.

Sem hesitar, Emma se jogou pela janela aberta da torre. Um grito escapou de meus lábios ao vê-la desaparecer no vazio. Sem pensar duas vezes, movido por um impulso que não conseguia entender, eu me atirei atrás dela.

A sensação de queda livre era arrebatadora. O vento zunia em meus ouvidos enquanto eu despencava pelo céu noturno. A lua brilhava acima de mim, e as luzes de Hogwarts pareciam distantes e irreais.

Meus olhos buscavam freneticamente por Emma. Ela estava um pouco abaixo de mim, seu corpo flutuando lentamente graças ao feitiço que eu havia conjurado. Minha varinha tremia em minha mão enquanto eu lutava para manter o controle.

Com um esforço desesperado, lancei outro feitiço. — Salvio Hexia! — A magia se estendeu em torno de Emma, criando uma aura protetora que a envolveu suavemente e reduziu nossa velocidade de queda.

O chão se aproximava rapidamente. O castelo de Hogwarts parecia se expandir diante de mim, suas torres e janelas se tornando mais nítidas a cada segundo que passava.

Finalmente, tocamos o solo com um impacto suave. Meus joelhos cederam sob o peso do alívio e da adrenalina que ainda pulsava em minhas veias. Emma estava inconsciente em meus braços, seu rosto pálido e sereno.

Eu a segurei mais perto, sentindo o coração apertado de preocupação. —Emma. — Sussurrei, balançando-a levemente. — Emma, acorde.

Meus dedos tremiam quando eu apontei a varinha para ela. — Ennervate. — Um feixe de luz dourada irrompeu da ponta de minha varinha e envolveu seu corpo. Por um momento agonizante, nada aconteceu. Então, lentamente, os olhos de Emma se abriram.

Ela piscou, confusa por um momento, antes de me ver segurando-a. Seus lábios se moveram em um pequeno sorriso cansado. — Não pensei que faria isso.

Eu a encarei, alívio inundando meu peito. — Você está bem?

Emma assentiu fracamente.

Sem palavras, eu a abracei com força, sentindo um peso imenso sendo levantado de meus ombros. Acima de nós, os Comensais  ainda rugiam em frustração e raiva, mas naquele momento, estávamos juntos.

Então, de repente, seus olhos se estreitaram com fúria. Ela me encarou intensamente e, antes que eu pudesse reagir, um tapa estalou em meu rosto com força. A dor queimou em minha pele e meu coração afundou com a acusação silenciosa em seu gesto.

— Covarde. — Ela sussurrou com amargura, cada palavra perfurando meu peito como uma lâmina. — Você é um covarde.

Sem esperar por minha resposta, Emma se afastou de mim, sua expressão endurecida pela decepção. Ela começou a andar de volta para o castelo, deixando-me atordoado e paralisado pelo tapa que ecoava em minha mente.

Meu coração martelava dentro do peito, uma mistura de dor física e emocional. Enquanto observava Emma se afastar, as palavras dela ecoaram dolorosamente em meus ouvidos.

Eu havia arriscado a minha vida por ela, mas isso foi insignificante.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora