Laços Mágicos - Draco Malfoy

Capítulo 20

Após o tumulto no vestiário, decidi não hesitar e procurar Cedric Diggory na enfermaria, conforme Blaise indicara. Estava genuinamente curiosa para saber o que ele queria comigo.

Quando entrei na sala, quase vazia, vi Cedric sentado em uma maca, uma bolsa de gelo pressionada contra sua testa.

— Cedric Diggory? — chamei, para confirmar.

Ele virou-se para mim.

— Oi? — respondeu, seus olhos encontrando os meus.

Quando finalmente vi seu rosto de perto, fiquei impressionada com sua aparência angelical. Seus traços eram suaves e gentis, seu cabelo levemente bagunçado e um pequeno corte no lábio, que estranhamente o tornava ainda mais atraente.

— Ah, desculpe por isso — ele se levantou e se aproximou. — Eu esperava que nosso encontro fosse em um lugar melhor, mas seu "amigo" não foi muito gentil comigo.

— Draco Malfoy não é exatamente meu amigo — respondi com um sorriso leve.

— Ótimo — ele pareceu aliviar. — Ele pode até ser um bom amigo, mas às vezes...

— É um pouco sádico — completamos juntos, rindo um pouco.

Cedric estendeu a mão com um gesto gentil.

— Sou Cedric Diggory.

— Emma Weasley — apertei sua mão calorosamente.

— Peço desculpas por tomar seu tempo assim — ele parecia um pouco tímido. — A verdade é que te achei muito bonita e pensei que poderíamos ter uma boa conversa. Espero que não se sinta ofendida por eu ser lufano.

— Claro que não — respondi sinceramente, apreciando sua honestidade. — E obrigada pelo elogio.

Um breve silêncio se instalou entre nós.

— Cedric Diggory, o que um rapaz como você quer com uma garota como eu? — perguntei, sentindo um leve rubor nas bochechas.

Ele sorriu, um sorriso que iluminava a sala.

— Além de achar você muito bonita, estava curioso para conhecê-la melhor. Afinal, você parece ser alguém interessante.

Antes que eu pudesse responder, a voz gélida de Draco Malfoy ecoou pela enfermaria.

— Ei, o que está acontecendo aqui? — Ele cruzou os braços, olhando alternadamente para mim e Cedric com desconfiança.

Cedric manteve a calma, mas seu olhar mostrava uma pontada de desconforto.

— Nada que lhe diga respeito, Malfoy — respondeu com uma serenidade que contrastava com a tensão no ar.

Draco bufou, claramente irritado.

— Hum, só estava verificando. Afinal, parece que há uma reuniãozinha secreta acontecendo aqui na enfermaria.

Cedric manteve-se firme, enquanto eu tentava desviar a atenção do confronto iminente.

— Draco, não há nada de secreto aqui. Estávamos apenas conversando. — Respondo, transparecendo a irritação em meu olhar.

Draco me lançou um olhar penetrante, seus olhos cinzentos brilhando com desconfiança.

— Hum, sei. Bem, Emma, vamos embora. — Ele diz, indo ate mim. — Não quero que você se envolva com estranhos por aqui.

Cedric abriu a boca como se fosse dizer algo, mas eu o interrompi antes que a situação se intensificasse.

— Tudo bem, Draco. — Respondo, em tédio — Vamos.

Cedric e eu trocamos um olhar breve, cheio de uma compreensão mútua. Ele assentiu levemente, enquanto eu seguia Draco para fora da enfermaria.

No corredor vazio de Hogwarts, a tensão entre Draco e eu atingiu um ponto crítico após o incidente na enfermaria. Ele parecia furioso e suas palavras cortantes ecoavam pelo corredor.

— Você realmente acha que é uma boa ideia se envolver com um cara como o Diggory? — Draco esbravejava, os olhos faiscando de raiva.

Eu mantive minha postura, cruzando os braços em resposta.

— Cedric é muito mais do que você pensa, Draco. Ele é gentil, inteligente e respeitoso. Coisas que você parece não entender. — Minha voz tinha um tom firme, refletindo minha irritação.

Draco cerrou os punhos, visivelmente perturbado.

— É sério que você vai se rebaixar a esse nível? Diggory é tão idiota quanto um trouxa.

— Por que você está tão bravo? — perguntei, percebendo algo além da irritação usual de Draco. Um leve sorriso escapou de meus lábios ao entender o que realmente estava acontecendo. — Está com ciúmes, Malfoy?

Draco endureceu, seu semblante mudando de raiva para uma mistura de frustração e incerteza.

— Ciúmes? — Ele balançou a cabeça, com um sorriso cínico. — Não sinto ciúmes de você, Weasley.

— Então não vai se importar em me ver beijando o Diggory, não é? — provoquei, em um tom sugestivo.

Draco ficou ainda mais irritado, suas mãos tremendo de raiva.

— Faça o que quiser da sua vida. — Sua voz era mais baixa agora, quase como um rosnado. — No final, você sempre vai saber quem é o melhor.

— O Potter? — brinquei, sabendo que isso iria mexer com ele.

Draco cerrou os dentes, incapaz de esconder seu desagrado.

— Você não entende nada, Weasley. — Ele cuspiu as palavras com amargura e, sem mais nada a dizer, virou-se e saiu rapidamente pelo corredor, deixando-me sozinha com meus pensamentos.

O silêncio se instalou novamente, pesado com o peso das palavras não ditas e das emoções à flor da pele. Eu suspirei profundamente, ponderando sobre o que tudo aquilo significava para nós dois e para o futuro incerto que parecia se desenrolar diante de mim.