Capítulo 12

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Era uma manhã fria em Hogwarts, e as masmorras estavam ainda mais geladas do que o habitual. O tempo parecia correr contra mim, e por mais que eu me esforçasse, cada segundo passava mais rápido, me deixando cada vez mais atrasada para a aula de Poções. O professor Severus Snape não era conhecido por sua paciência, especialmente comigo. Corri o mais rápido que pude, meu coração batendo forte, mas não consegui evitar o inevitável: cheguei quinze minutos atrasada.

A sala estava em silêncio sepulcral quando entrei, e o olhar gelado de Snape cravou-se em mim. Eu sabia o que estava por vir.

— Menos cinquenta pontos para Sonserina, Weasley — ele declarou com desdém, sua voz gélida ecoando pelas paredes de pedra.

Engoli em seco, sentindo o peso da vergonha e da culpa me esmagarem. Caminhei apressadamente pela sala, tentando ignorar os olhares curiosos e zombeteiros dos meus colegas. Meu rosto queimava de constrangimento enquanto procurava um lugar para sentar. Para minha surpresa, o único lugar vago era ao lado de Draco Malfoy. Ele geralmente estava cercado por seus amigos, mas hoje estava sozinho.

— Tem alguém aqui? — perguntei, tentando manter um tom educado, embora minha voz tremesse ligeiramente.

— Não — respondeu ele, seu olhar frio e calculista me avaliando. — Pode se sentar, se quiser.

— Obrigada — murmurei, sentando-me rapidamente ao seu lado.

— Página 344, Weasley — ordenou Snape, sua voz cortante como uma faca.

Eu me encolhi um pouco e abri meu livro na página indicada, tentando ignorar a presença inquietante de Malfoy ao meu lado. No entanto, minha tentativa de focar na aula foi interrompida quando uma aluna da Lufa-Lufa arremessou um pedaço de pergaminho na mesa de Draco. Observei com irritação enquanto ele o abria e um sorriso bobo se espalhava por seu rosto pálido.

— Tem como deixar pra trocar mensagens com sua namorada depois? — sibilei, incapaz de esconder minha irritação. — Tá me atrapalhando.

— Nunca teve um namorado, Weasley? — Draco retrucou com um sorriso sarcástico. — Mas fique tranquila, eu e ela não namoramos.

— Eu não ligo pra sua vida amorosa, Malfoy, só quero estudar — respondi, tentando manter a compostura enquanto fixava meu olhar no livro.

— Pareceu bem interessada quando tentou olhar o que estava escrito no pergaminho — ele riu.

— Devia criar vergonha na cara — repliquei, olhando-o indignada. — Você ao menos sabe o nome dela?

— Deve ser algo parecido com Maria — ele disse, fingindo pensar.

— Draco, você se relaciona com alguém que nem conhece? — perguntei, incrédula.

Ele se inclinou para mais perto de mim, e meu coração disparou. Sua proximidade me deixava tonta e confusa, mas não consegui afastá-lo.

— Algum problema? Pensei que não se importasse com a minha vida amorosa — sussurrou ele, sua voz baixa e provocativa junto ao meu ouvido.

Minha mente estava um caos, e antes que pudesse responder, Severus bateu com força em nossa mesa, fazendo-me saltar.

— Algum problema, Senhorita Weasley e Senhor Malfoy? — perguntou Snape, seu olhar rigoroso nos varrendo.

— Sem problemas, não é, Emma? — disse Draco, com sua habitual voz convencida.

— Sem problemas — respondi, tentando soar firme, mas minha voz traiu meu nervosismo.

Snape se afastou, deixando-nos novamente sozinhos. O clima estava insuportavelmente tenso, e eu não sabia o que dizer.

— Eu não me importo, só acho nojento isso — murmurei, minha voz cheia de desdém.

— Eu não tenho opção, Weasley — Draco respondeu, sua voz séria. — Acha justo me deixar esperando?

— O quê? — perguntei, confusa, olhando para ele.

— Faça sua atividade — ele ordenou. — Não vai querer que Snape tire mais pontos de Sonserina, né?

— Idiota — resmunguei, tentando me concentrar novamente no livro.
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A aula finalmente chegou ao fim, e eu estava ansiosa para sair dali. Arrumei minhas coisas rapidamente, mas quando me virei para sair, deparei-me com uma cena perturbadora: a garota da Lufa-Lufa estava agarrada ao pescoço de Draco, e ele parecia desconfortável, embora tentasse retribuir o abraço. Seus olhos encontraram os meus, e ele sorriu de maneira triunfante.

Ignorei-o e saí da sala, minha mente fervilhando de perguntas e emoções que eu não conseguia decifrar. Draco Malfoy estava se tornando um enigma, e eu não sabia se queria ou não descobrir a verdade por trás de suas ações.

Laços Mágicos - Draco MalfoyOnde histórias criam vida. Descubra agora