A Malfoy da Grifinória

Capítulo 23

Stella conta um segredo para Carina. Narcissa compartilha algo com as duas meninas que nunca havia dito antes. Carina vai à final da Copa Mundial de Quadribol.

Minhas férias são mais empolgantes do que as últimas. Meu pai é convidado pelo próprio ministro a ir para a Copa Mundial de Quadribol. Dependendo dele tenho certeza que ele levaria somente mamãe e Draco e deixaria Stella e eu em casa, mas minha mãe jamais permitiria isso, então é por isso que vamos todos ver a final da Copa no camarote do ministro.

Em algum momento das férias, talvez no baile de verão do Sagrado 28 ou em algum dia em que os amigos de Draco vêm aqui ou Draco os visita, meu irmão e Pansy Parkinson começam a namorar. Não preciso nem falar em quão feliz meu pai fica que seu filho, o herdeiro dos Malfoy, está namorando uma menina "respeitosa" de uma família puro-sangue do Sagrado 28. Mamãe também parece estar feliz. Ver meus pais tão orgulhosos de Draco me faz lembrar que, não só já decepcionei quase que completamente meu pai quando entrei para a Grifinória, como também quando eu chegar em uma idade que os puro-sangues geralmente começam a arranjar casamentos entre si, eu sei que vai chegar o momento em que terei que decidir entre a minha própria família (casar com um homem puro-sangue) ou a minha felicidade (me relacionar com quem eu realmente quero, que está bem longe do que meus pais esperam de mim). Ao menos tenho Stella para desabafar sobre isso, já que ela é a única da família que sabe sobre meu segredo.

- Nina, você percebe que sua situação é bem parecida com a de uma certa pessoa? - diz Stella, enquanto estamos sentadas em sua cama, conversando.

Eu inclino ligeiramente a cabeça para o lado, sem entender sobre quem ela está falando.

- Quem? Quem quer que seja, eu gostaria urgentemente de conversar com essa pessoa... - eu digo sinceramente.

Stella sorri, talvez sem acreditar que eu ainda não tenha percebido.

- Pense bem... - ela começa a dizer. - Alguém que também é de uma família do Sagrado 28.

Apesar de serem somente 28 famílias, ainda as possibilidades são imensas.

- Alguém que teve que escolher entre orgulhar sua família ou se casar com seu verdadeiro amor. - ela continua. - E alguém que é mais próxima, ou pelo menos foi, de sua família do que você imagina.

- Como pude esquecer... é claro, tia Andrômeda! - eu digo.

Stella afirma com a cabeça.

- Eu queria muito conhecê-la, mas...

- Mas você não sabe como. - ela completa a frase por mim.

- Exatamente. - eu digo, suspirando. - Não quero falar sobre isso por uma carta, sequer sei se ela vai me aceitar se eu contar que gosto de meninas...

Eu estou tão perdida em meus próprios pensamentos e aflições que não noto a expressão de Stella eu seu rosto.

- Nina - ela me chama, sua voz parece levemente trêmula, nervosa.

Eu pisco várias vezes, voltando à realidade. - Sim? - eu digo curiosamente, olhando para ela. Stella respira fundo, isso somado ao olhar em seu rosto me deixam preocupada. - O que foi? O que aconteceu?

Ela nervosamente começa a mexer no colar que mamãe a presenteou em nosso primeiro Natal em Hogwarts, o colar com diamante amarelo representando a Lufa-Lufa.

- Bom... Como você confiou em mim o suficiente para compartilhar seu segredo... - ela diz, sua voz baixa o tom e ela sussurra, como se alguém pudesse nos ouvir. - Sobre você gostar de meninas, sabe?

Eu afirmo lentamente com a cabeça, curiosa para saber o que ela quer me contar, meus olhos não deixam os dela por nem um segundo, já Stella parece nervosa demais para olhar nos meus.