Capítulo 27

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Carina recebe uma carta de Narcisa. Draco e ela conversam. Beauxbatons e Durmstrang chegam em Hogwarts.

Já me sinto melhor após ter escrito aquela carta para mamãe, como se tivesse tirado um peso de mim. Espero o outro dia para encontrar com Emma e para contar à ela tanto sobre o fato de eu ter me assumido para Draco logo após ela entrar no salão, como a carta que mandei para minha mãe.

Encontro ela no meio do caminho até o Salão Principal. Lanço um sorriso rápido para suas colegas de Casa antes de Emma se despedir delas e elas entrarem no salão.

- Como você está? - é a primeira coisa que pergunto.

- Melhor do que ontem à noite, com certeza. - ela responde com um suspiro. - As meninas surpreendentemente me aceitaram e me confortaram ontem após o jantar.

Isso é... inusitado. Considerando que sei que ao menos duas delas, Megan e Melia, foram criadas no mesmo meio que Draco e eu, eu esperava mais reações mais negativas, tipo a do meu irmão...

- Até mesmo Megan e Melia? - eu pergunto, sem acreditar.

Ele assente com a cabeça.

- Até mesmo elas. Para falar a verdade Daphne revelou que também gosta de meninas, acredita?

Sou novamente pega de surpresa. Daphne Greengrass gosta de meninas? Talvez essa informação não devesse ter me chocado tanto considerando que Emma contou que havia beijado ela em uma brincadeira do que ela chamou de "Gire a garrafa", mas mesmo assim... Daphne também é puro-sangue, sua família também faz parte do Sagrado 28, mesmo não sendo uma das famílias mais tradicionais do mundo bruxo, uma família que não liga tanto assim para trouxas, nascidos-trouxas, e mestiços, ainda assim é algo inesperado para mim.

- É sério? - eu pergunto, incrédula. - Quem diria... - eu murmuro comigo mesma. - Enfim, eu queria me desculpar com você.

Vejo a confusão se formar em seu rosto quando ela franze as sobrancelhas.

- Eu queria muito ontem ter conseguido consolar você e confortá-la, sei que deve ter sido difícil ouvir o que quer que meu irmão tenha dito.

- Nina - eu sorrio ao ouvir meu apelido sendo usado por ela pela primeira vez. -, não tem porque você se desculpar comigo por isso. Harry, Rony e Hermione conseguiram me consolar muito bem. Além do mais, mesmo tendo sido difícil ouvir de alguém que eu considero meu amigo as coisas que ele falou, ele é seu irmão, imagino que deve ter sido ainda pior para você ver que ele reagiu mal, considerando que você também é que nem eu.

Sinto meus olhos se encherem de lágrimas. Eu afirmo com a cabeça.

- É, aquilo mexeu muito comigo mesmo... - eu digo, olhando para baixo.

Sou levemente pega de surpresa quando sinto os braços de Emma em mim, me envolvendo em um abraço, mas logo a surpresa passa e eu abraço de volta, meus braços em volta da sua cintura.

- Eu me assumi para ele, sabe... - eu finalmente conto. - Acho que foi idiotice minha, no calor do momento acabei contando e... é claro... ele não reagiu nada bem... Acho que no fundo esperava que ele fosse deixar de lado os preconceitos do qual fomos ensinados e priorizar o amor por mim...

Emma me solta ao ouvir isso, seus braços rapidamente largam meu pescoço e ela me olha nos olhos, me deixando encarar seus olhos castanhos, tão diferentes dos verdes de seu irmão.

- Eu... eu sinto muito... - ela diz, pegando uma das minhas mãos e a apertando levemente. - Sei que vocês são próximos e você gostaria que ele fosse mais compreensivo, principalmente se tratando disso...

A Malfoy da GrifinóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora