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Pedro Raul on

"De copo sempre cheio coração vazio, me tornando um cara solitário e frio..."

Depois do jantar, eu estava saindo quando Ana vem falar comigo.

-Oi Raul, desculpa chegar assim do nada em você. Mas já que você está indo embora, pode me deixar na praia?- disse ela envergonhada

-Praia? Quase 23hrs da noite? É alguma festa? Seu irmão sabe?- disse eu bem nervoso, ela só tem 22 anos.

-Não! Vou passear, quase todo dia eu vou, e o rapha sabe sim... - disse ela ainda envergonhada

-Ah... Desculpa, é que achei estranho. Mas posso levar sim.- disse eu envergonhado com minha fala nada aver.

Já no carro, ela foi quietinha, olhando para a janela. Ela é linda...

Meu Deus Pedro, para, ela só é uma menina qualquer... estava tudo tão silêncio que resolvi quebrá-lo.

-Quer dizer que você é Vascaína fanática?

-Sim... bom, as vezes vou torcer pro Rapha no Allianz, mas não deixo de ser Vascaína...- disse ela com as bochechas coradas.

-kkk, você é tão bonita que nem parece ser irmã do Raphael...- disse e ela não resistiu e deu uma risada.

-Obrigada, todo mundo fala isso..

-posso te fazer uma pergunta?- perguntei.

-agora são duas kkkk- disse ela, revirei os olhos e ri- mas pode sim.

-você e o Richard tem alguma coisa? Desculpa ser tão intrometido assim.

-tá tudo bem... bom, nós tínhamos, mas acabou por cinta de muito ciúmes da parte dele.- disse ela num tom baixo.

- poxa, sinto muito, só perguntei por que quando estávamos conversando ele estava me olhando feio, sabe?- informei

- relaxa, ele é assim, todo mundo que eu troco ideia e ele tá por perto, ele faz isso, mas não liga não.- disse ela dando um sorriso fraco.

Chegamos na praia e ela já ia saindo do carro quando ela se vira pra mim e fala:

-obrigada Pedro...

-de nada, sempre que precisar pode contar comigo- disse e ela deu um beijo na minha bochecha.

-espera...- disse eu.- posso ir com você? Se não for incomodar.

-ah, pode sim.- disse ela sorrindo

Saímos do carro e fomos caminhando até um lugar bem distante de tudo.

- por que você veio pra cá uma hora dessa?- perguntei.

-bom, venho pra cá quando tento desabafar e tirar meu cansaço. Todo dia eu venho. Só que não esss horário, venho umas 17:10 por conta do porto sol... É uma longa história.- disse ela com a cabeça baixa

-estou aqui, se quiser me falar um pouco, aceito. Só se você quiser...- falei.

- olha, não sei se você tem uma amizade prolongada com o Rapha, mas se tiver, acho que nunca ouviu ele falando da mãe, né?- perguntou.

-sim, nunca ouvir, mas também nunca quis perguntar.- falei.

-então, quando a gente era pequeno, era uma maravilha, era família reunida e tudo. Mas depois de certa idade, eles nos deixaram de lado pra poder resolver trabalhos e trabalhos...
E a gente ficava com a babá, mas o rapha já tinha consciência, eu não. Mas eu sempre tive um amor paterno bom, nunca tive o de mãe, mas bem. Meu pai sempre avisava, que em certas datas não ia dar pra comparecer, como por exemplo, nossos aniversários.
O Rapha ficava muito chateado, mas ele já era acostumado, então isso não machucava ele. Eu sim.
Então, depôs de um tempo, meu pai não ligava, e nem fazia questão de fazer isso, eu ficava muito mal, muito mal mesmo.
O Rapha sempre me falou, que quanto mais eu insistisse, mais eu sairia machucada nessa história.
E então seguiu assim. Até eu fugir, fui pra Londres atrás dos meus pais. Quando eu cheguei, eles nem perceberam, mas quando me viram, não ligaram, tipo, "nossa, vc aq filha?" Foi meio isso.
E sempre que eu marcava algo com meu pai, ele esquecia ou simplesmente não ligava. E foi aí que tudo o que Rapha falava ocupou minha cabeça e eu resolvi voltar pro Brasil. E desde então, nunca mais tive contato com meus pais...- ela disse quase chorando- isso me machuca até hoje, eu não tenho problemas de dia a dia, nem preocupações, oque me deixa assim, 'oque ataca minha ansiedade, são eles, meus pais, meus pensamentos...-

Depois que ela falou isso, abracei ela bem forte e ela se desmoronou em lágrimas. Sei 'oque ela sente, isso dói, e muito...

-não fica assim Ana, você é forte, não deixa isso te abalar, seus pensamentos intrusivos podem piorar o que vc sente.- afirmei.

-eu sei Pedro, mas eu tenho medo, medo de perder o que eu tenho e ficar sozinha, sem ninguém...- disse limpando as lágrimas.- O Richard me deixou assim. Insegura em tudo que eu faço. No começo era um amor tão... tão lindo, tão precioso, mas depois desgastou, e isso me machuca, não sei se vou poder amar de novo. Não tenho essa coragem novamente, sempre quis ter um amor recíproco.-

- eu sei que é difícil, mas você não pode se privar do mundo por conta dele- disse olhando nos seu olhos.

Até assim ela é linda, chorando, sorrindo, triste e feliz... acho que é cedo pra decifrar o que eu sinto por ela. Mas vou tentar.

-sim, mas tudo tem seu tempo, eu posso gostar da pessoa, mas só eu posso amar, sabe? Eu não gosto que a pessoa saiba, mas se for por exemplo vc, se vc chegar em mim e falar que tá apaixonado por mim e eu por vc, mais ainda não tenha falado pra ninguém, acho que eu falaria.- disse ela sorrindo fraco.

-então...- disse tentando não gaguejar.

-então???- disse ela.

-eu tô apaixonado por vc Ana- disse eu envergonhado.

-ahm?... tá falando sério?- perguntou ela.

-sim, por que eu estaria brincando com isso?- disse.

-não sei...- falou escondendo o rosto.

Ficamos alguns minutos em silêncio até ela falar

-Pedro- disse ela quebrando o silêncio.

-Oii?- perguntei

-eu também tô apaixonada por vc...- ela falou e eu fiquei em choque.

-quê?.. cê tá brincando, não faz isso, por favor.- disse eu.

- é sério...- disse ela escondendo o rosto de tanta vergonha.

Olhei pra ela que me encarava e fomos nos aproximando cada vez mais. Até nossos lábios se encostarem. Senti uma onde de energia pelo meu corpo, nossos lábios se encaixaram, o beijo dela era surreal. Parecia que não havia nada ao nosso redor, só nós dois...

Ela parou o beijo e disse- acho melhor a gente parar, somos pessoas públicas em um lugar público. Podem ver a gente e tirar foto. A mídia pode cair em cima da gente-

-foda-se a mídia, foda-se as pessoas, foda-se tudo. Eu quero você Ana e nada e nem ninguém vai mudar isso- disse na maior tranquilidade do mundo.

-obrigada Pedro, obrigada por você aparecer na minha vida, obrigada por me entender e obrigada por ser você.- disse ela me abraçando.- agora... faz um favor pra mim?

-por você eu moveria montanhas se for possível, mas pode falar, oque é?- perguntei.

-volta pro Vasco? Por favorzinho, você falou que faria de tudo.- disse ela me olhando com olhar pidão.

-kkkkkk, cê não falou isso não, não sei se consigo, mas vamo ver.- falei sem ter o mínimo de nossão possível.
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Como prometido, cumprir, boa leitura e boa noite, até amanhã.

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