03.Moça dos olhos de oceano

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Phillip Crane

Eu não me chamava Phillip Crane

- Cara ela disse que te odiava na sua cara. - Miles questionou quando viu pela janela a multidão de fãs lá fora - O que você queria que ela fizesse?

Eu estava com tanta raiva

Me sentindo um idiota

Burro

- Da o número de celular e o endereço do hotel pra uma estranha - ele riu - Que tipo de burro você é?

- Cala a boca - resmunguei

Eu estava jogado na cama depois de quebrar o chip do meu celular.

Havia dezenas de fãs lá fora gritando meu nome. Eu os amo de verdade, sou grato por tudo que eles fazem por mim. Mas não tenho paciência quando se trata da minha privacidade invadida.

Eu achei que ela era diferente...

Só que porra... Ela é como todas as outras. Eu achei que ela me ligaria, que diria que queria me encontrar e mandaria mensagem ou aparecesse no hotel. Achei de verdade que ela ia fazer isso, porque eu estava muito interessado nela.

Divulgar minha privacidade foi de longe a pior coisa que alguma mulher que fez pra mim.

Que droga, minha flor!

Não sei se o pior foi saber que ela jogou meu moletom no lixo ou me depara com todas as mensagens de fãs em meu celular.

- Puts você escolheu muito mal dessa vez. - Miles se afastou da janela - Cara a mina de botou no chinelo.

- Achei que...- respirei fundo - Achei que ela era diferente, sabe? - sentei na cama olhando para o nada - Não sei, eu senti algo do tipo... Conexão!?

- Não faço ideia, mas sabemos que vamos trocar seu nome agora...- bateu no meu ombro - Você nem beijou ela como queria.

Neguei...

- Nem um beijinho na bochecha ou um abraço rolou. - continuou - Ela é mesmo diferente, não quis pegar o grande P.C - abreviou meu nome como ele gosta de fazer - Mas quis foder com a vida dele.

- Chega a ser irônico. Eu nunca passei por isso.

Fui até a janela olhando para baixo e recebendo vários gritos quando as fãs me viram. Dei um breve aceno.

- Tudo tem uma primeira vez... Você não sabe nem o nome dela - Miles estava tirando onda da situação - Meu Deus!

- Pare com isso. - joguei uma almofada em sua cara - Dê um jeito que sairmos daqui ou vamos nos atrasar para pegar o trem.

- Claro, Claro chefinho.

Quando ele bateu a porta do meu quarto, me vi sozinho olhei o amontoado de malas ao canto e o relógio que marcava três e meia da tarde.

Ao menos ela viria se desculpar..?

Não. Ela não apareceu.

E eu soube disso quando cheguei em Londres, quando pisei em minha casa dando conta que..merda aquela conexão tinha sido delírio da minha cabeça.

- Phillip - meu pai apareceu assim que entrei em casa - Que história é essa que saiu com uma garota em Cambridge?

Ah droga, eu já deveria esperar algo assim dele.

- Não importa - respondi puxando as malas rumo a escada.

- Como assim "não importa"? Claro que importa, eu já te prometi um encontro com a filha dos Cowpers e você faz uma coisa dessa? Onde está o seu juízo meu filho?

The Journalist - Philoise Onde histórias criam vida. Descubra agora