29.Dias difíceis

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Eloise Bridgerton

Acordei em um pulo quando a porta do quarto bateu com força, fazendo meu coração acelerar.

– Desculpa! – fez uma careta ao bater a porta sem querer.

Meu coração voltou aos batimentos normais ao ver Phillip na porta. Então joguei-me para trás e deitei na cama de novo. Hoje eu não queria sair daqui de jeito nenhum!

– Eu pedi comida para nós. – Phillip caminhou até mim e deixou um beijo na minha testa. – Chega em alguns minutos.

– Comida? Pra que?

– Pra comer!? – respondeu o óbvio – Já são quase duas da tarde, mocinha. Hora de levantar.

– Meu Deus! Dormi demais.

– Você precisava..– acariciou meus cabelos – Passou muito tempo sem descansar, se sente bem hoje?

Pensei e respirei fundo, sentado-me na cama, passei as mãos pelos cabelos na tentativa de arruma-los.

– Quer a verdade?

Ele olhou diretamente nos meus olhos.

– Não, não precisa nem responder. Vai ficar tudo bem! – me puxou para um abraço – Prometo que as coisas vão melhorar, florzinha.

– Não promete coisas assim, Phill. – murmurei baixinho – A vida me odeia.

Phillip pareceu se chatear com o que eu disse e segurou meu rosto fazendo-me olhar em seus olhos.

– Olhe para mim, Eloise...– sua voz fez com que meus pelos se arrepiassem. – Não pense assim, se eu estou te prometendo uma coisa é porque farei o possível para cumprir. As coisas vão melhorar, eu farei de tudo para isso acontecer.

Ele falou tão convicto que quase me convenceu. Apenas fechei os olhos devagar e murmurei um "ok" em resposta.

Ele estava pronto para falar mais alguma coisa mas o interfone tocou e ele saiu para atender.

Enquanto sentia o vazio daquele quarto me coloquei a pensar em mim mesma.

Eu me sentia vazia. Sentia como se um pedaço de mim havia sido levado — e de fato foi. Sentia medo, muito medo. Eu não queria que minha família soubesse do que quase aconteceu, não tinha se passado nem um dia da morte do papai e minha mãe viveria outra dor.. graças ao Phillip isso não aconteceu.

Agora, a única coisa que eu sinto é saudades do meu pai. Saudades das risadas, das aventuras que ele contava para mim e Colin. Ou quando levou Daphne, Francesca e eu para uma de suas excursões e Daph chorou porque quebrou uma unha.

São momentos assim que me partem o coração. Me parte o coração por Gregory e Hyacinth, que não poderam viver tanto quanto o restante de nós ao lado de nosso pai. Sinto por minha mãe, foram anos ao lado do amor de sua vida e agora ela estava vazia.

Perdemos tudo!

– Era a comida. – Phillip chegou e eu rapidamente enxuguei algumas lágrimas – Toma, vou ter que descer de novo.

– Não quero comer. – respondi – Não estou com fome.

– El..– colocou a sacola na cama – Você não pode ficar sem comer, vai acabar passando mal.

– Eu não quero. – repeti mais uma vez.

– Amor, por favor! Só um pouco, pode ser?

Olhei para a sacola e apenas assenti.

– Vou precisar descer lá de novo, já volto. – me deu um beijo na bochecha – Come!

Depois que ele saiu peguei uma das marmitas observando o negócio, cheguei a conclusão que não conseguiria comer.

The Journalist - Philoise Onde histórias criam vida. Descubra agora