04.Cambridge

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• Eloise Bridgerton

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Eloise Bridgerton

Os dias se foram passando e com isso agosto acabou rapidinho, assim como meu sentimento de culpa com o que aconteceu no início do mês.

Meu pai estava se dando bem com as quimioterapias e todos os exames que precisava fazer. Minha família inteira está em peso para fazer o melhor para ele, então sempre nos dividimos para cada um poder ajudar mamãe sempre que preciso.

- Bridgerton, você tem uma entrevista importante na quinta. - minha chefe apareceu com uma enxurrada de papéis - Depois eu te passo mais informações - assenti pegando os papéis - Agora você precisa assinar isso.

- Tudo bem mas... - ela virou o rosto em minha direção - Eu posso saber o nome da pessoa? Caso eu não conheça posso pesquisar sobre.

- Claro, é.. - ela foi interrompida por um colega de trabalho - Quer dizer, espera um pouco... já volto. - deu leves batidinhas em meu ombro e saiu.

Olhei para mesa de Edwina que olhava tudo e rimos pelo atrapalhamento da nossa chefe.

- Precisamos seguir para gravar a reportagem do roteiro três. - a mesma levantou e veio até mim. - Marcos vai fazer as gravações e eu vou acompanhar por trás das câmaras, certo?

- Tudo certo, filha da dona. - ironizei erguendo os braços para o céu e ela riu novamente.

Edwina era filha da produtora do jornal que eu trabalhava, minha chefe é uma grande amiga da minha mãe e madrasta da minha cunhada Kate, a esposa de Anthony, e isso me deu uma certa vantagem para entrar aqui. Mas sempre deixando claro que queria entrar aqui pelo meu esforço, nada mais.

Mary Sharma era uma pessoa ótima, adoro ela! A própria se autodenomina minha segunda mãe.

Tenho uma relação muito boa com as Sharma.

- Vamos? - Marcos apareceu - A Van está esperando lá fora.

- Certo!

Com isso fomos até o local onde iríamos gravar. Chegando lá gravei em torno de uns três takes de reportagem, conseguindo voltar para casa no fim do dia.

Hoje era meu dia de ajudar mamãe, meu pai fez quimioterapia e teria uma noite de reações e eu precisava estar pronta caso algo saísse do controle.

Não estava sendo nada fácil conciliar tudo mas confesso que seria bem estranho se não houvesse problemas em minha vida.

- Aí - murmurei quando algo peludo passou por minhas pernas.

Olhei para trás e vi uma cadelinha com uma bolinha na boca, com sinais que queria brincar comigo ao balançar o rabinho.

- Hey garotinha! - chamei me abaixando um pouco - Vem aqui - bati em minha perna e a mesma veio até mim - O que você faz aqui hum?

A cadelinha pequena pegou a bolinha e veio mais para perto de mim, roçando sua cabeça em meu braço.

- Você me parece legal... Já pode voltar para seu dono agora que eu realmente preciso ir. - alisei ainda mais seus pelos macios - Foi ótimo conhecer você.

Me levantei rapidamente pegando sua bolinha levando novamente para ela e quando cheguei perto ela latiu.

Deu um último carinho e um sorriso pronta para me virar e ir embora, foi quando meu ar faltou ao ouvir uma voz bem conhecida.

- Te achei Bassie! - exclamou - Você fugiu de mim sua garota levada. Obrigado por ficar com ela..- o rapaz disse, mas sua fala foi cortada quando me virei completamente para ele.

O mesmo sorriu de ladino e eu cruzei os braços incomodada!

- Ah.. Oi florzinha

Eu engoli em seco me autorepreendendo por sentir vergonha ao invés de raiva.

- Licença - desviei dele e tentei sair depois de uns segundos, que mais pareciam horas, de silêncio.

- Ei - ele me barrou - Eu esperava um pedido de desculpas...

Parei novamente mirando seu rosto pela primeira vez, vendo vestígios de humor em sua expressão me senti mais aliviada. Ele estava um pouco diferente desde a última vez que o vi, Talvez o corte de cabelo, a barba ou as roupas mudadas.

- É... Não foi minha intenção. - desenrolei ao mirar o chão novamente.

- Isso não é bem um pedido de desculpas, mas eu te perd... - falou mais logo se auto-interrompeu - Espera - falou tocando meu queixo me fazendo olhar para ele - Você está com vergonha. Meu deus você está com vergonha, não com raiva.

Sim eu estava!

E estou me odiando por isso.

Balancei minha cabeça tirando sua mão dali e arrumei minha bolsa nos ombros desviando dele e finalmente entrando no elevador, olhando uma última vez para a cadelinha e para seu dono.

Que droga

Que merda ele faz aqui? Ainda mais com um cachorro?

Apertei mais uma vez o botão e por fim o elevador subiu.

Ao chegar em casa ainda atordoada só fiz tomar um banho e arrumar minhas coisas enfiando na minha mochila e desligando todas as luzes, no fim colocando o resto do almoço que estava encima do fogão dentro da geladeira.

Uma curiosidade sobre mim... Eu sou uma bagunceira nominada.

Ao passar na portaria eu parei na recepção que o Jorge fica. Eu iria descobrir o que estava acontecendo ali.

- Jorge? - o chamei e ele rapidamente se virou para mim - Eu preciso tirar uma dúvida contigo.

- Claro - ele saiu de sua cabine - Está tudo bem?

Assenti e fui direto ao ponto

- O que diabos Phillip Crane está fazendo aqui?

- Ele mora aqui - ele respondeu como se fosse óbvio.

Senti meu rosto perder a cor com o impacto da resposta.

- O que? Desde... Desde quando? - questionei novamente - Não é possível.

- Bom, é possível desde que ele comprou o apartamento da cobertura na semana passada, e se tornou o novo morador do prédio essa semana.

Ah meu Deus

Que merda!

- Por que? Aconteceu alguma coisa?

- Sim - respondi - Preciso procurar um apartamento novo, longe desse prédio, bem longe de Phillip Crane! - sai de lá batendo o pé, o deixando sem entender nada.

Era óbvio que eu iria fazer isso. Não iria morar no mesmo local que aquele maldito detestável mora.

Ao entrar no estacionamento me autorepreendi por ter parado meu carro tão longe. Caminhei movida no ódio que acabei esbarrando em um rapaz alto que falava no celular.

- Que merda, você não olha por onde anda? - exclamei quando fui para o lado pela força do braço do homem - É cego? Ou só se faz mesmo?

- Calma moça, eu nem te vi. - respondeu tirando o celular do ouvido - E também... Você some ao meu lado - olhou para me tamanho.

- Ah, vai se lascar! - exclamei e sai de perto dele.

O ouvi murmurar algo no celular, como um: "uma estressada esbarrou em mim Millbys"

Respirei fundo e finalmente cheguei ao meu carro. Controlando meus impulsos dirigi até a casa Bridgerton.

Eu só esperava que a noite fosse tranquila, esse final de tarde já foi estressante demais. Foram muitas informações de uma vez só.

The Journalist - Philoise Onde histórias criam vida. Descubra agora