Capítulo 09 - Até o mais corajoso teme guaxinins a solta!

66 9 49
                                    

Ainda não tinha encontrado Dante para falarmos sobre como foi reencontrar seu irmão e se estava bem

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ainda não tinha encontrado Dante para falarmos sobre como foi reencontrar seu irmão e se estava bem. O mesmo não apareceu no trabalho mais cedo, e eu estava preocupada. Não deveria ser fácil toda essa situação.

Assim que saí para a parte afastada da empresa, telefonei para ele na esperança de que tivesse ocorrido tudo bem. Mas, ao ouvir sua voz baixa e sem um pingo de contentamento, já imaginava que não tinha sido um bom momento.

Pedi que me encontrasse na cafeteria "Caffè Borsari" para conversarmos melhor sobre isso.

Depois de um tempo de quietude, finalmente quebro o silêncio. -— Como ele está? — pergunto inquieta.

— Está bem, bom, eu acho. Meus homens o encontraram muito fraco em uma casa abandonada, está muito ferido.

— O quê?, em uma casa abandonada? — falo alarmada, e várias cabeças curiosas se viram para a nossa mesa.

— Fale baixo, Aurora. Pietro se envolveu com pessoas perigosas, não podemos fazer um alarde.

— Me desculpe, eu só estou preocupada — digo direta.

— Ele estava trabalhando com um pessoal e acabou sendo sequestrado.

— Como assim? Mas que pessoal? — pergunto curiosa.

Dante pigarreia e logo muda de assunto.

Isso foi estranho, muito estranho.

— Sabe, não parece o meu irmão. Tudo bem que ele tem 30 anos e não é mais uma criança, mas não sei... Tem algo sombrio em seus olhos.

Por um momento, esqueço de respirar quando diz a palavra "sombrio", lembrando da noite em que ele invadiu minha casa e me olhou de perto, realmente não tinha emoção alguma, nem mesmo quando cravei a caneta em sua perna.

— Aurora, está me escutando? — pergunta, me tirando do devaneio.

— O quê? Ah, sim, estou sim, desculpe. Você disse sombrio?

— É, não sei explicar, mas é como se não restasse mais humanidade dentro dele, como se fosse inquebrável, nada mais o abalasse. Não o reconheço. Ele disse que, quando estiver pronto, irá me contar tudo, mas sinceramente não consigo acreditar. Parece uma pedra de gelo que não esboça nenhum sentimento sequer.

— Talvez só precise de um tempo para entender tudo o que está acontecendo — digo, pegando minha xícara de cappuccino com as mãos trêmulas e dando um gole.

— É, talvez... — diz olhando para a janela à sua direita, sem notar meu nervosismo.

— Dante, nós não tivemos notícias dele por muito tempo. Não sabemos o que passou depois que sua... — faço uma pausa por um segundo e continuo. — Que sua mãe o levou.

— Sei disso, mas também não é como se eu não sentisse a sua frieza quando me encarou. Não existe mais amor em Pietro, nem por mim, nem por ninguém — fala convicto dando uma risada sem humor.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora