A empresa parou por uma semana depois do que aconteceu. A perícia isolou o local e trabalharam feito loucos, tentando encontrar qualquer pista sobre a pessoa ferida que saiu com Dante. Desde aquele dia, não tive mais notícias dele. Nem de Pietro. Tudo o que sei é que Dante está bem, mas ele me avisou que poderiam rastrear nossos celulares e que seria perigoso manter contato. Estava exausta. O medo, a tensão constante... tudo isso começava a me corroer.
Lorenzo apareceu há três dias. Conversamos sobre o orfanato, sobre minha busca pela minha mãe biológica. Contei a ele sobre ela ser esquizofrênica e que foi internada num hospital psiquiátrico. Não era fácil aceitar isso. Mas com a possibilidade de morrer a qualquer momento, repensei várias coisas. Enzo sempre foi meu irmão, de sangue ou não. Ele e Stella são tudo o que tenho. Ela também já sabe. Enzo contou, e me disse que o comportamento dela mudou bastante — mais rebelde, mais distante dos pais. E eu entendo. Se nem eu, com vinte e oito anos, consigo lidar com isso, imagina uma adolescente.
Ângela foi a primeira a saber do que aconteceu na empresa. Fui pessoalmente ao trabalho dela, sem ligar, para evitar riscos. Quando contei, ela surtou. Não deveria ser fácil saber que sua melhor amiga está na mira de uma das famílias mafiosas mais perigosas da Itália. Mesmo assim, Angel ficou do meu lado. E eu sou grata por isso.
Hoje vou voltar ao trabalho, e meu estômago revira só de pensar nisso. Dante cumpriu sua promessa e contratou um segurança para me vigiar vinte e quatro horas por dia. Ele fica por perto o tempo todo. Literalmente. Ontem saí do banho e lá estava ele, na porta do banheiro. Isso já estava começando a me irritar, mas sabia que era necessário. Dante estava apenas tentando me proteger.
***
Um nó no estômago se instala quando chego na frente da empresa. Assim que saio do carro junto do meu segurança vejo mais cinco deles armados de pé, todos vigilantes. Eles estão ali por mim. E isso me assusta profundamente. Minha vida nunca mais será a mesma. Cada passo que dou, cada lugar que vou, o segurança estará ali, como uma sombra. Ele até foi comigo ao trabalho de Ângela, e ela quase desmaiou quando viu aquele homem enorme saindo do carro com uma expressão sombria. Expliquei o que estava acontecendo, e embora ela tenha ficado desesperada no início, não havia tempo para o pânico. Minha vida dependia de cada decisão que tomava.
— Bom dia, Fanny — cumprimento a recepcionista, percebendo o terror nos olhos dela. Ela mal consegue desviar o olhar da porta, claramente assustada.
— Bom dia, senhorita Martinez — responde, a voz levemente trêmula.
— Dante já chegou?
— Sim senhorita, ele subiu há poucos minutos.
Aceno com a cabeça e sigo em direção ao elevador. Estou nervosa. Não sei o que me espera lá em cima. A conversa com Dante será intensa.
Dentro da sala, estamos seguros para falar. Deixei meu celular no meu escritório antes de vir para cá e Dante trocou o dele por outro, para evitar escutas. Ele fala sobre Pietro, sobre o quanto ele sente minha falta e como precisamos conversar. Eu entendo a preocupação de Pietro. Ele sempre foi importante para mim, mas o que ele sente por mim... é complicado.
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Perseguição Sombria
FanficNão recomendado para menores de 18 anos!! SINOPSE: Aurora Fiore Martinez retorna a Verona, sua cidade natal,vivendo agora na casa dos seus falecidos avós,ela sente que fez a escolha certa. Itália sempre foi seu lar. No entanto, ao enfrentar os desaf...