Não recomendado para menores de 18 anos!!
SINOPSE:
Aurora Fiore Martinez retorna a Verona, sua cidade natal,vivendo agora na casa dos seus falecidos avós,ela sente que fez a escolha certa. Itália sempre foi seu lar. No entanto, ao enfrentar os desaf...
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Desperto confusa, observando o cômodo ao meu redor e percebendo que estava no meu quarto. Meu Deus, que horas são? Pego meu celular jogado ao lado do travesseiro e vejo que já são 14:00 da tarde. Adormeci por quase duas horas depois de chorar até não aguentar mais. Não podia mais guardar tudo isso dentro de mim, iria explodir. Hoje cedo fui ao enterro de Vittorio, por insistência da minha amiga, alegando que eu talvez me arrependeria se não fosse. Mal sabia ela que meu arrependimento não seria de não ir, e sim de carregar a culpa da morte dele.
Chegamos em casa quase meio-dia, a visão de Pietro no sepultamento me perturbava. Ele se portava como se fosse um amigo ou parente distante, enganando quem se aproximava. Vi quando ele abraçou um homem e depois passou por mim, deixando seu cheiro no ar. Mas diferente daquela noite que me senti atraída, agora o perfume amadeirado me causava repulsa.
Como ele teve coragem de matar Vittorio e ainda ir ao enterro?. Isso era demais para minha cabeça. Dante estava certo, não havia mais humanidade no irmão dele.
Desço as escadas e encontro Ângela assistindo um programa de TV qualquer, me sento ao seu lado. Criando coragem, finalmente quebro o silêncio. —- Me desculpa por ter agido daquela forma com você — digo, me referindo a não trocarmos uma palavra desde que voltamos.
Me olhando agora ela fala: — Está tudo bem, Aura. Só estou preocupada com você. Sinto que está me escondendo algo e... — ela faz uma pausa longa. — O que realmente está acontecendo?.
Engulo em seco quando dá ênfase à palavra "realmente". Me levanto indo até a mesinha ao seu lado pegar o celular e o desligo. Quando finalmente a tela se apaga, volto a me sentar.
— Eu menti para você, Pietro nunca parou de me infernizar.
Ela me encara atenta mas não diz nada.
— Depois da primeira vez que invadiu aqui, ele voltou mais duas vezes. Em uma noite chuvosa, eu o desafiei. Saí correndo dele, mas ele me encontrou, mostrou um canivete e ameaçou Juan. — Conto tudo o que aconteceu, como me senti quando ele ficou por cima de mim, a atração que achava sentir pelo homem, a foto no para-brisa e a última vez, quando eu trouxe Vittorio para cá.
— Puta que pariu, Aurora — sussurra, horrorizada.
— Eu sei, sou louca por ter gostado. Deveria ter entregado ele para a polícia. Bom eu tentei, mas ele é um hacker, apagou as mensagens e passei por louca na delegacia. — Olhando nos olhos dela, finalmente revelei o que mais escondia. — Angel, ele matou Vittorio.
— O quê? — ela grita, seus olhos arregalados.
— Sim, ele criptografou seu celular para escutar nossas conversas e me mandou uma mensagem quando você estava no banho, confirmando isso. Por esse motivo o desliguei para te contar.
— Como assim? Ele tem acesso ao meu celular? — se levantando ela começava andar pela sala, agitada.
Me levanto tentando acalmá-la. — Angel, calma. Por isso não queria te contar. Sinto muito por te meter nisso tudo. — digo enquanto me sento novamente, deixando os ombros caírem começo a chorar.
