O frio fazia meus ossos ficarem enrijecidos a cada passo que eu trocava naquele corredor amplo para ouvir melhor os gritos do que parecia ser de terror e sofrimento. Ondas de arrepios percorreram minha espinha e irradiaram por todo o meu corpo. Minha garganta estava tão seca que mal conseguia engolir a saliva. Tudo em meu âmago implorava que eu voltasse para dentro do meu apartamento, tapasse os ouvidos até que tudo finalmente acabasse.
Mas já era tarde demais, já me encontrava de frente à porta de número 112, os clamores cessaram e, ao chegar mais próxima, percebi que tinha uma fresta que dava um pequeno vislumbre do que acontecia ali dentro. Com relutância, coloquei o rosto perto demais e me deparei com a cena mais aterrorizante da minha vida. Uma figura de capuz preto estava em cima de uma mulher ruiva, a asfixiando. Não consegui segurar o murmúrio de absoluto temor, fazendo com que a figura virasse em minha direção no mesmo instante. Saltei correndo dali o mais depressa possível, sentia meu coração prestes a sair pela boca, ouvia seus passos duros me perseguindo. Meus pés pareciam estar em brasas devido ao movimento rápido, gritava por socorro, mas ninguém me ouvia. Virando à direita, fito o elevador, exausta, me apresso para apertar o botão para chamá-lo. Quando a porta se abre e vou adentrar, sinto uma ardência em meu couro cabeludo.
Me puxando para trás com tamanha brutalidade, me fez cair no chão. Com um sorriso diabólico em seu rosto, consegui perceber que era uma mulher. Sem tempo para ver mais detalhes, ela sobe em cima de minhas pernas, impedindo-me de me mover e retirando uma faca reluzente de seu casaco. Tento lutar pela minha vida, me debato em desespero, berro por ajuda, mas imediatamente sinto uma dor aguda no abdômen, grito novamente.
— Não! Por favor, socorro !
— Cala boca, vadia — dizia, me perfurando incontáveis vezes. Não sentia mais a agonia, não conseguia mais enxergar, minhas vistas ficaram turvas, meu corpo foi ficando enfraquecido e não tinha mais forças para nada. Eu estava morrendo.
Acordo no susto dando um salto, noto que estou encharcada de suor e ofegante e, ao olhar o celular, percebo que são 07:30. Graças a Deus, não estava atrasada. Dante com certeza me mataria. Merda de novo esses pesadelos.
Desço as escadas para passar um café forte para ter energia o dia inteiro, pois ia ter muito trabalho a fazer na empresa, logo iríamos fechar parceria com a ArchiVision e precisava terminar o mais rápido possível o projeto Palazzo Sereni. Logo ouço a campainha tocar, é o pessoal para levar as câmeras e colocar o novo sistema de segurança. Abro a porta para eles e os mesmos começam seu trabalho. Em alguns minutos, estava tudo pronto e eles vão embora. Vou direto pegar uma xícara para me servir. Engolindo o líquido quente, sinto minha tensão se dissipar no mesmo instante, ligo a televisão e subo para tomar um banho.
Já dentro do box, flashes do sonho me voltam à mente, aperto os olhos com força, tentando não pensar. Mas foi tão real. Movimento a cabeça com urgência, como se isso fizesse sumir o pensamento, me enxugo e me visto. Pego meu novo celular que estava na cama. Fazia um tempo que permanecia em uma gaveta velha em meu quarto, apenas o carreguei e pronto, sem hacker atormentando. O antigo quebrei com a ajuda de um martelo, o deixei em pedaços.
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Perseguição Sombria
FanfictionNão recomendado para menores de 18 anos!! SINOPSE: Aurora Fiore Martinez retorna a Verona, sua cidade natal,vivendo agora na casa dos seus falecidos avós,ela sente que fez a escolha certa. Itália sempre foi seu lar. No entanto, ao enfrentar os desaf...