Capítulo 06 - Confissões em Meio ao Caos

102 14 79
                                    

Era noite e eu caminhava pelas ruas sentindo o ar gélido e úmido tocar meu rosto com agressividade

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Era noite e eu caminhava pelas ruas sentindo o ar gélido e úmido tocar meu rosto com agressividade. Quando algo me chamou a atenção para um beco estreito.

Ouvindo murmúrios me aproximei silenciosamente, tentando entender o que estava acontecendo sem ser vista.

— Você não vai sair daqui — disse uma figura com o que parecia ser um capuz,não consegui distinguir quem era. Apenas notei algumas madeixas negras caídas no ombro.

A luz do luar me deixava ver apenas um lado de seu rosto, não tinha emoção alguma, apenas seu semblante demoníaco. Agora enrolando suas mãos no couro cabeludo de uma menina loira, e a jogando no chão.

Por favor, não me mate, eu imploro. Deixe-me ir — suplicava a garota, entre prantos e soluços.

— Você não vai a lugar algum a não ser para o inferno — respondeu a pessoa, levantando uma faca afiada e a golpeando repetidas vezes.

Em choque, tapei minha boca com as mãos, horrorizada com aquela cena digna de um filme de terror. Me escondi atrás de uma grande caçamba de lixo, observando o indivíduo limpar o objeto com um pano antes de sair apressado do local.

Assim que desapareceu completamente, corri até o corpo estirado no chão, na esperança de que um milagre pudesse tê-la mantido viva. Mas não havia mais nada a fazer; Seus olhos abertos revelavam o horror vívido de seus últimos momentos, enquanto o líquido espesso e vermelho se esvaía de seu corpo.

Ela estava morta.

Acordei em um sobressalto, o coração disparado. Levanto a cabeça, percebendo que adormeci. Foi só um pesadelo.

Olho para a tela do celular e noto que já eram 8:20 da manhã. Droga, estava atrasada. Junto rapidamente as folhas que estavam embaixo de mim um pouco babadas pelo sono profundo.

Coloco tudo dentro de uma grande pasta amarela, corro para o banheiro para escovar os dentes e pego uma maçã na cozinha, para não sair de estômago vazio e saio apressada.

Enquanto revisava alguns documentos na minha sala, aquele sonho retornava à minha mente. Quando criança, eu tinha esses pesadelos todas as noites. Mas, com o tempo, foram se tornando menos frequentes até que pararam completamente.

Entretanto agora eles estavam de volta. Me pergunto se é porque tenho assistido muitos filmes de suspense ou se é simplesmente porque uma pessoa invadiu minha casa. Era algo a se considerar.

— Está tudo certo para hoje, Aurora? — pergunta Dante, batendo na porta e entrando.

— Sim, chefe. Organizei tudo ontem e já fiz os cálculos. Está tudo preparado para a apresentação.

— Perfeito. Assim que eles chegarem, aviso para você descer — diz ele, saindo da sala.

Na verdade, nada estava pronto. Eu precisava terminar de calcular os perímetros e ainda colocar tudo em arquivos para apresentar ao gestor e a todos os outros da cooperativa.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora