Capítulo 14 - Jogando com o Diabo

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Consigo sentir a minha excitação passando pela minha corrente sanguínea, vivencio como se estivesse em chamas de dentro para fora

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Consigo sentir a minha excitação passando pela minha corrente sanguínea, vivencio como se estivesse em chamas de dentro para fora. Caralho, eu estive tão perto da sua boca que podia ter a beijado, mas ainda é cedo demais. Quero conquistar aos poucos. Sei que negaria até a morte que não fica molhada com as sensações que causo nela, mas eu senti. Senti como os seus seios ficaram rígidos quando passei o canivete por eles, como ficou ofegante quando a joguei no colchão desgastado. Ela anseia pelo meu toque; no fundo, sabe disso, mas não quer aceitar. O corpo não mente, e o dela implorava para ser possuído por mim.

A chuva ficou mais intensa, como se os pingos soubessem exatamente como estava me sentindo, como se experienciasse a euforia e o entusiasmo com o que tinha acontecido há poucos minutos. No momento em que dei a brecha para sair do meu aperto ela me chutou as partes baixas com força correndo por sua vida, a dor se dissipou quando fiquei em puro êxtase com o fato dela estar igual a um bichinho assustado, tentando escapar do seu caçador. Só de lembrar da cena o meu pau já dá sinal de vida.

Disparei em direção à floresta que ficava atrás da casa para escapar do temporal e antes que a maluca chamasse a polícia. Mas antes deixei duas surpresas: um bilhete e algo mais que, quando ela vir, aqueles lindos olhos azuis vão saltar em puro terror.

Está sendo tão divertido brincar com você, passarinho.

Apesar de estar com a adrenalina a mil, precisava continuar o meu trabalho já que agora estava melhor; tínhamos muito o que fazer. Hoje é a última noite que durmo no lar de Liam. Ele tem medo que, quando estiver sozinho, os caras possam se aproveitar da minha fragilidade. Ele estava certo por um lado; eu realmente não teria chance alguma, mesmo estando em perfeito estado. Sei que eles não viriam sozinhos e viriam armados até os dentes. De qualquer forma, eu morreria em três segundos.

Mas também não posso passar a vida inteira me escondendo ou tendo proteção dos meus amigos. Eu tinha uma vida além de infernizar a da minha mulher e hackear sistemas. Tinha que cuidar para a situação com o meu irmão não piorar. Nós conversamos por telefone, e eu sempre dava a desculpa que estava ocupado, o que não deixa de ser verdade, mas ele não pode, em hipótese alguma, saber de mim e Aurora, isso estragaria tudo.

— O... oi, irmão — entra Liam pela porta, bêbado, cheirando a maconha e a sexo.

— Puta que pariu, você está acabado. Que porra você andou usando?

— Nada de mais — fala cambaleando, vindo até mim.

— Vem, deixa eu te ajudar — vou até ele e o seguro.

— Cara, você tinha que ver — dá uma risada anasalada que mais parece um porco. — A boceta dela era uma delícia — completa, lambendo os lábios.

Reviro os olhos em descrença com o que acabei de ouvir e o pego firme, levando-o até o banheiro. Coloco ele sentado na privada, sempre de olho para que não tombasse; o seu estado era deplorável. Ligo a água do chuveiro na temperatura mais fria possível e o coloco em baixo para refrescar. Acabei me encharcando a minha camiseta também e quando percebo fico puto com isso.

— Olha só essa parede, irmão. Ela está se mexendo — fala tudo enrolado e rindo igual a uma hiena.

Puta merda, era só o que me faltava.

— Fica quieto aí em baixo. Liam. Que porra você usou, hein?

— Ah! Irmão, algumas balinhas e cheirei um pó muito maneiro — diz, apontando para a parede como se estivesse vendo algo.

Bufo de irritação; ele iria fazer 24
anos e já estava nessa vida de merda.

— Vem, vamos nos secar, e você vai dormir. Amanhã você está ferrado com a ressaca que vai estar.

Ele não fala nada, ainda continuando a viajar na própria mente como se estivesse tendo alucinações. Não posso deixar o mesmo sozinho para se enxugar, então faço um sacrifício de ajudar a sair do boxe, se secar e ainda vestir uma roupa que achei no seu roupeiro. Quando já está conseguindo andar, mesmo que em zigue-zague, o conduzo para a cama.  Quando vou sair do quarto, ele segura a minha mão, me puxando para perto. Recuo na mesma hora, mas fico em silêncio, observando as suas atitudes. Ele me abraça, e quando vai descer a sua mão até as minhas partes íntimas me afasto imediatamente.

— Que porra está fazendo. Liam?! - esbravejo.

Mas ele não responde, apenas resmunga, vira para o canto e adormece.  Que merda foi essa?

Revirei a casa procurando o meu celular e o achei em baixo da minha cama

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Revirei a casa procurando o meu celular e o achei em baixo da minha cama. Que previsível! Liguei para o pessoal que instalou as câmeras na minha casa para virem amanhã mesmo desinstalar e levá-las embora. Aproveitei e disquei o número de uma companhia de segurança interna e externa, para acrescentarem um sistema de alarme e portas blindadas.

Não iria mais facilitar para ele. Eu sei que o mesmo sabia hackear um celular, mas não é possível que também saiba destrancar uma porta com fechaduras que se trancam em vários pontos diferentes. Né? Eu esperava que sim, senão teria que sair nas notícias da cidade como: "A mulher que matou o seu stalker porque não aguentava mais ser perseguida". Daria um bom enredo.

A residência ficou uma bagunça; pegadas de barro sujaram todo o tapete O espelho tive que esfregar até as minhas mãos começarem a doer. Cacete, logo o meu batom vermelho 24 horas? Penso em olhar as câmeras para observar se o seu rosto fica identificável; talvez eu possa levar para a polícia e finalmente acabar com isso. Lembra do aviso? Nada de policiais envolvidos nisso! Às vezes eu odiava o meu subconsciente.

Botei o cartão de memória no meu notebook, vasculhei, assisti em loop toda a gravação, mas nada! Nada que pudesse o incriminar; ele foi esperto de ter desligado a energia bem na hora. Maldito!

Eu poderia levar as fotos junto do bilhete, mas depois do aviso que ele deu puxando um canivete para mim isso não ia acabar bem. Talvez se eu desse apenas um susto nele, quem sabe ele pararia e não precisaria tomar medidas drásticas. Não! Péssima ideia; ele tem um canivete no bolso que deve levar sempre consigo. Se quisesse me matar, um golpe bem preciso na minha jugular seria o suficiente para o meu corpo desfalecer.

Mas que droga! Estou sem saída, não sei o que fazer. Não posso comentar com ninguém para não os envolver nessa bola de neve. Não poderia falar com a polícia; o que iria fazer? Esperar até que ele se cansasse dessa obsessão maldita e me matasse? Talvez se eu jogasse com ele, poderia ter alguma chance, mas também seria arriscado. Bom, ele gosta de jogos; deu para notar quando senti a sua ereção. Ele gosta disso, gosta que eu tenha medo, gosta de caçar, e se ele quisesse me matar, já teria matado quando teve chance. Não tinha outra saída a não ser entrar nessa loucura junto com ele.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora