Capítulo 30 - O Peso de Amar um Assassino

15 1 0
                                    

A noite estava com um ar pesado, o silêncio do meu quarto só fazia ecoar as vozes na minha cabeça, as perguntas sem resposta que martelavam dia após dia

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A noite estava com um ar pesado, o silêncio do meu quarto só fazia ecoar as vozes na minha cabeça, as perguntas sem resposta que martelavam dia após dia. Deitada de lado, eu olhava para a janela, a luz fraca da rua entrando pela fresta da cortina. Ângela estava ao meu lado na cama, mexendo no celular, tentando parecer calma, mas eu sabia que ela estava ali porque se preocupava. Ela não disse nada, mas eu percebi no jeito que me olhava de soslaio. Sabia que eu não deveria ficar sozinha com todo o caos que minha vida tinha se tornado.

— Você precisa dormir — diz, como se lesse meus pensamentos.

Reviro os olhos, incapaz de responder. Meu corpo está cansado, mas minha mente… não consegue se desligar.

— Eu só… — começo a falar, mas sou interrompida por batidas apressadas na porta. O som faz meu coração disparar, o medo de mais uma notícia ruim me congela por um segundo.

Ela se levanta, os olhos já arregalados e seu semblante assustado.

— Quem seria a essa hora? — pergunta, sussurrando.

Me levanto devagar, andando pelo corredor com o peito apertado. Desço as escadas e, ao abrir a porta, meu coração quase para.

— Pietro? — Minha voz sai num sussurro quando o vejo. Ele está ali, segurando o braço com uma das mãos, os dedos sujos de sangue. O rosto dele está pálido, uma expressão de dor misturada com cansaço.

— Preciso de ajuda — murmura, com dificuldade, e tropeça sob os próprios pés.

Sinto o chão gelado quando tento segurar o homem que deve medir mais ou menos 1,90 de altura, seu corpo é grande e musculoso. Caímos os dois no chão. O machucado está sangrando, e eu não faço ideia de como reagir, tento o levantar, mas é em vão.

— Aurora? — Ângela aparece atrás de mim, e quando vê Pietro, imediatamente assume o controle da situação. — Deixa que eu ajudo, vem, no três. Um, dois e três. — Pegamos cada uma por um braço, tomando o cuidado necessário para não pegar onde está ferido e o levantamos.

Ela me ajuda a guiar o corpo que já estava ficando mole em nossos braços para o sofá da sala e, sem perder tempo, começa a verificar o ferimento. Meus pensamentos estão em um turbilhão. Pietro está ferido. Como isso aconteceu? Mais uma vez, sinto aquele pânico subir, mas me esforço para manter a calma.

— O que aconteceu? — pergunto, minha voz saindo mais trêmula do que eu gostaria.

— Trabalho — ele responde com dificuldade de ficar acordado, suando de dor. — Tiro de raspão, mas… preciso que me ajudem a estancar essa merda.

Ângela, já com as mãos encharcadas de sangue, lança um olhar rápido para mim.

— Ele vai precisar de pontos, Aurora. Vai lá pegar a caixa de primeiros socorros — ela diz firme, com os olhos arregalados, sem tirá-los do ferimento.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora