Capítulo 10 - Você é uma péssima mentirosa.

74 9 50
                                    

As janelas tremiam com o barulho dos raios e trovões que caíam lá fora junto à chuva intensa, me fazendo me esconder debaixo das cobertas frias do meu quarto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As janelas tremiam com o barulho dos raios e trovões que caíam lá fora junto à chuva intensa, me fazendo me esconder debaixo das cobertas frias do meu quarto. Parecia que a tempestade se empolgava com o meu medo, ficando cada vez mais forte.

Me lembro de ser carregada no colo até minha cama por Juan pois acabei pegando no sono no sofá da sala, mas logo acordei assustada com o som de uma descarga elétrica que deve ter caído no quintal, porque tenho certeza de que o cômodo tremeu no mesmo minuto. Peguei meu celular para ver as horas: 03:00 em ponto.

Puta merda, o horário das assombrações.
Estava com sede e para minha “sorte” esqueci de trazer um copo com água.

E se algum espírito estiver na cozinha?
— Que isso, Aurora? Você já é bem grandinha para ter medo de assombração e trovoadas — falo tomando coragem para levantar.

Sinto o frio cortante ao tocar o chão com os pés, e meus pelos dos braços se eriçam no mesmo momento. Era como se as paredes tivessem olhos me observando e o espelho virado para minha cama fosse revelar uma alma penada atrás de mim com um semblante macabro. Chacoalho a cabeça tentando ignorar meu cérebro pregando peças e me levanto.

Desço as escadas, e elas rangem sob o meu peso. Por que tudo fica mais assustador de madrugada? Reviro os olhos com minha mente tentando me assustar e vou direto até a geladeira.

Pego a jarra pesada e sirvo um copo d’água. Coloco o recipiente de volta e fecho a porta. Assim que ela bate, eu salto, derramando o liquido devido ao susto.

— Puta merda, Juan, você quer me matar do coração?

Rindo ele responde — Não, mas sua cara foi hilária derrubando a água. Desculpa se te assustei.

— Assustou? Você quase me fez ter um infarto.  — Há quanto tempo você está aí?

Contendo a risada, ele diz — Não muito. Só desci por que estou com sede também. Acordei com o estampido do temporal.

— Nossa, nem me fala. Eu não tô conseguindo dormir... — paro de falar ao notar seu semblante julgador.

— O quê? Continua, eu jamais te julgaria por ser uma adulta que tem medo de trovoadas — fala, segurando a risada.

— Vai se ferrar. Eu não tenho medo... Eu só... Ah, vai dormir, Juan. Boa noite — digo, largando o copo na bancada da cozinha e me dirigindo às escadas. Mas o mesmo me segura pelo braço, me impedindo.

— O que está fazendo? — pergunto franzindo o cenho.

— Eu só ia perguntar se você não quer, sei lá, d-dormir comigo — fala apressado gaguejando.

— Eu acho que não é uma boa ideia...

— Não, não é isso que está pensando — diz rindo fraco, sem me deixar terminar.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora