Capítulo 24 - O Gosto Amargo da Mentira

31 1 0
                                    

Não consegui parar de pensar sobre o vídeo que assisti

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Não consegui parar de pensar sobre o vídeo que assisti. Meus pais teriam escondido algo de mim esse tempo todo? Perguntas rondavam minha mente enquanto dirigia para o trabalho. Pego o celular de dentro da bolsa, ainda com os olhos no trânsito, e aperto no contato do meu irmão.

— Bom Dia, Enzo, desculpe o horário, sei que devia estar em um sono maravilhoso, mas preciso conversar com você.

— Bom Dia — ressoa uma voz mais rouca que o normal. Estava certa, ele acabou de acordar com minha ligação. — O que aconteceu? São sete da manhã, Aura.

— Eu sei, Lorenzo, não ligaria se não fosse importante.

— Ih, que merda você fez dessa vez? — A risada ecoa em meus ouvidos.

— Porra, Lorenzo,só me escuta, tá? — [ ... ] E no vídeo, mamãe estava grávida de uma menina, mas isso não faz sentido algum, a não ser que ela tenha mentido para nós esse tempo todo.

— Espera o quê? Como assim, que vídeo é esse? Tem certeza de que era a mamãe?

Fico em silêncio controlando a raiva que estava sentindo. Como ele podia duvidar? claro que eu sabia como nossa própria mãe se parecia!

— Eu tô dirigindo, quase chegando na empresa, assim que eu sair daqui passo aí para te pegar. — digo já sem paciência.

— O quê? Espera aí, Auro... — Encerrei a chamada sem deixar que ele terminasse. Porra, meu irmão tinha o dom de me irritar com a sua lerdeza.

No corredor principal da empresa, percebo Dante conversando com um dos novos funcionários. Ele parecia estar furioso, já o vi assim algumas vezes, mas estava mais que o normal. Quando saí afrouxando sua gravata e com um olhar mortal passa por mim e nem nota minha presença, está cego de raiva.

— Com licença, posso entrar? — Ele me olha, mas não fala nada, apenas assente.

— O novato está dando muito trabalho? — pergunto em tom de brincadeira, tentando quebrar o clima tenso, mas não adianta de nada, o homem continua com o semblante sério.

Depois de um longo tempo de silêncio que me deixou totalmente desconfortável pelo vácuo que me deu, ele finalmente fala.

— O garoto está aprendendo, é novo e não sabe as coisas. O problema — diz, se levantando da cadeira e virando as costas para mim. O problema sou eu, Aurora.

— Como assim? — falo, puxando a cadeira à minha frente e me sentando.

— Eu estou deixando os assuntos pessoais interferirem no trabalho, e isso tudo é culpa do meu irmão — diz, se jogando na cadeira do escritório, fechando os olhos.

— Pietro? Por que culpa dele?

— Nós conversamos há algumas semanas e ele foi um escroto, e eu meio que também não colaborei. Porra. — O som da sua mão batendo na mesa me faz pular de susto. Mas ele nem nota, está perdido na raiva acumulada.

Perseguição SombriaOnde histórias criam vida. Descubra agora