Minha cabeça aparentava que iria explodir há qualquer instante. A claridade brusca do sol pairavam sobre meu rosto, tornando presente uma quentura terrível em meu belo rostinho.
Minha garganta estava tão seca que arreguei em uma súplica por saliva, enquanto levava minhas mãos até minha cabeça pronta para explodir. Espera... aonde eu estou? Como vim parar em casa ontem à noite?
Meus olhos pairaram ao redor do cômodo iluminado pelo sol estridente, me possibilitando a informação de que estava no quarto em que dividia com Jeon. Com o máximo de cuidado possível pela minha cabeça dolorida, me sentei sobre a cama e percebi ainda estar com o mesmo vestido de ontem.
Sem rumo, me dispus a ficar com os meus pés descalços e completamente doloridos, me arrancando caretas e resmungos profundos e saí do quarto, a procura de entender o que estava acontecendo, ainda mais, após eu ouvir falações seguidos de risadas vindo do andar de baixo.
— Eu falo que ele é uma graça! – eu conhecia aquela voz feminina de algum lugar.
— Desse jeito eu fico com ciúmes, mãe. – eu também conhecia aquela risada de limpa vidro.
Parei no início das inúmeras escadas, com a mão na cabeça e olhei todo o térreo, me dando a visão de toda minha família reunida, inclusive Lis e Jungkook. Mamãe segurava Sohi nos braços enquanto babava por ele, acompanhado de Jin. Papai estava próximo, conversando com Jungkook e Lis, já Jungukie, estava sentado no sofá apoiando o rosto na própria mão, os observando.
— O que vocês estão fazendo aqui uma hora dessas? – proferir, chamando a atenção de todos para o topo da escada.
— Nossa! – Lis murmurou, me olhando de cima à baixo.
— Você tá destruída hein Sn. – Jin debochou, rindo em seguida.
Eu revirei os olhos e bufei, me arrependendo amargamente ao sentir minha dor de cabeça piorando.
— Que horas? Por que estão aqui tão cedo?
— Já é meio dia, sua pirralha! – mamãe quem respondeu, ajeitando Sohi em seu colo. – nem ao menos tomou um banho. – me analisou dos pés a cabeça, em negação.
— Aí deem um tempo. – suspirei.
Meus olhos desviaram para Jungkook, que me encarava com um sorrisinho nos lábios. E mesmo me vendo toda descabelada, maquiagem toda borrada e certamente com baba seca e remela em meus olhos, suas jabuticabas brilhavam em me admirar.
De repente um frio apossou em minha barriga, seguido de um sorrisinho bobo ao me lembrar da conversa que tivemos no casamento de Lis. Porém é claro, eu ainda iria fazer um cu doce por puro charme. E também, sei que ele ainda deve estar muito bravo comigo por eu não o ter contado-o sobre minha família.
— Vai tomar um banho, princesa. Sua mãe e sua irmã fizeram o almoço, e nós o churrasco. – papai proferiu, chamando minha atenção para si.
— Tá bom, papai. – em meio a dor, abrir um sorriso para o mesmo e voltei para o meu quarto com dificuldade pelos meus pés.
Fui rumo ao meu banheiro do quarto, me livrando de minhas roupas e adentrando sobre o box, ligando o chuveiro logo em seguida. E então, iniciei meu banho enquanto molhava meu cabelo, tratando de fazer a retirada de minha maquiagem borrada.
Banho finalizado, vestir um vestidinho fresco e florido, típico de camponesas porém, levemente decotado e na altura de minhas coxas. Hoje o clima estava agradável, então optei por essa peça.
Penteei meus cabelos úmidos e fiz a retirada do restante da maquiagem que havia sobrado. Borrifei meu perfume predileto e coloquei alguns acessórios minimalistas porém, que eu gostava de usar durante o dia a dia.
Calcei minhas pantufas e saí do quarto, porém, percebi alguém entrando no quartinho de Sohi. Eu franzir o cenho, imaginando que fosse Jungkook pegando algo para o bebê, eu adentrei no cômodo tentando conter meu sorrisinho.
— Jeon, você... – eu parei no mesmo instante, desmanchando meu sorriso ao perceber quem estava ali.
— Era assim que você imaginava o quartinho do nosso bebê? – Jungukie proferiu olhando aos arredores, com as mãos nos bolsos.
— Meu bebê. – o corrigir.
Ele sorriu, baixando o olhar para o chão.
— Admite que ele também é meu?
— Mas é lógico que não!
Ele ficou mudo, parando seus olhos caramelizados sobre mim.
— Ele veio a minha cara.
Eu rir, em negação.
— Ele veio o xerox do Jungkook! – tornei a corrigi-lo. – ele apenas lembra você pois você e o Jungkook se parecem.
Ele suspirou, me analisando dos pés a cabeça.
— Era para eu estar lá embaixo como seu marido e pai do Sohi... – murmurou, assimilando esse fato.
— Era, no passado. – arqueei as sobrancelhas, não me deixando abalar. – mas você mesmo quem escolheu perder tudo isso ao se casar com Lis.
— Então admite que gostaria de estar no lugar dela?
Eu rir, incrédula com tamanha barbaridade que eu ouvira.
— Não! Pra mim pouco faz se vocês estão casados agora ou não, já me doeu muito um dia, quando eu ainda tinha sentimentos por você. Mas hoje, eu não sinto absolutamente nada! – ele ia falar, mas o interrompi. – não! Eu sinto sim, mas pelo seu irmão.
— Esquece esse cara! – se aproximou, quase que em um rosnado.
— Ele é o meu marido! – me alterei.
— Era pra eu ser o seu marido, não ele!
— Mas você não é! – tornei a me alterar. – e nunca vai ser!
Ele suspirou, agarrou em minha mão e me puxou bruscamente para perto de si. O moreno envolveu seus braços não tão musculosos ao redor de minha cintura e me abraçou, afundando seu rosto na curvatura de meu pescoço aromatizado.
— Me perdoa... deixa eu concertar tudo, por favor. – murmurou.
— Me solta, Jungukie! – comecei a me debater contra seus braços, na falha tentativa de me soltar do mesmo.
— Não sem antes você me confessar que ainda tem sentimentos por mim, que ainda gosta de mim, nem que seja um pouco.
— Eu não sinto mais nada por você,seu idiota! – tornei a me debater.
— Sn? – a voz abafada de Jungkook proferiu, indicando que o mesmo estava aos arredores.
Eu me desesperei, começando a me debater muito mais para me soltar de seus braços. Porém, assim que Jungkook adentrou no cômodo, Jungukie agarrou em minha nuca e me beijou.
FILHO DA PUTA DESGRAÇADO DOS INFERNOS ENVIADO DIRETO PELO INIMIGO!!
Eu pisei com tudo em seu pé, o obrigando a me soltar em meio aos resmungos. Assim que separamos nossas bocas, lhe depositei uma bofetada com toda minha fúria em sua bochecha, fazendo-o levar sua mão até a região.
Meus olhos furiosos e desesperados se foram para o homem imóvel na porta, assimilando certamente a ideia de que eu e Jungukie estávamos nos beijando. Porém, ao contrário do que deve estar imaginando, eu não o beijei porque eu quis.
Eu suspirei pesadamente. Ainda em meio a fúria por tudo isso, ajeitei meu vestido e fui rumo a porta, passando por Jungkook que imaginei que me seguiria. Porém, ocorreu até ele passar por mim e ir na direção das escadas.
— Jeon? – o chamei.
Ele parou por um instante, com os punhos fechados e apertados, indicando que ele descontava toda sua fúria ali.
— Não é nada disso...
— Eu sei! – rosnou entre dentes.
O moreno mais que depressa desceu os inúmeros degraus, saindo de casa e indo para sabe-se lá onde. Já eu, permaneci no mesmo lugar, em uma completa dúvida sobre esse "eu sei" dele. Ele acredita em mim ou não?
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Meu Inimigo Jeon Jungkook
RomanceSn está grávida do irmão mais velho de Jungkook. Mas, após ir a falência por conta do próprio namorado, ela recorre a Jungkook, seu inimigo. Ela tenta dar seu corpo em troca da assinatura de Jungkook para aprovar seu projeto, que ela havia depositad...