CAPÍTULO 57

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MARAISA POV:

1 MÊS DEPOIS.

-Pala com isso, léo. Quelo doimir.

Ouvimos a voz baixinha de Lorena que estava deitada em sua maca e eu suspirei cansada.

Já se fazia 1 mês que o hospital havia se tornado nossa segunda casa. Mudamos algumas coisas no decorrer desse tempo, como horários, rotinas, dentre outras coisas como móveis do quarto em que Lorena estava.

Os dias tem sido bastantes difíceis, Lorena tentava manter o ânimo a todo momento. Dentre a família toda, apenas Lorena sorria e sorria mesmo com dor, mas era como se ela quisesse de alguma forma nos confortar. Diante ao processo tão difícil, maiara pediu que transformassem o quarto de hospital em um lugar aconchegante para Lorena. Trouxemos decorações infantis, cobertores que eram dela em tonalidade rosa bebê, alguns brinquedos e quadros pequenos espalhados na pequena estante com fotos da família e amigos. Lorena tinha amado.

-Desculpa, irmã. Eu só estava terminando essa partida no free fire. -Léo falou desligando o celular e se aproximou da cama da irmã onde estava encolhidinha de olhinhos fechados. -Eu queria que você saísse logo desse quarto pra gente brincar, irmã. Vi meu filho beijar a mão pequena da irmã e sorrir fraco.

-Dicupa, léo. Eu só quelo doimir um pouquinho.

Me aproximei da cama olhando os olhos tristes de meu filho que se levantou e agarrou minhas pernas em um abraço apertado e eu logo me abaixei beijando seu rosto.

-Oque acha de sair um pouquinho com a tia maih, meu príncipe? -Perguntei olhando em seus olhos castanhos claros e ele acentiu tristinho.

-Ta bom, mamãe.

-Ela está te esperando no corredor, tá bom?

-Ta bom mamãe.

Quando ele ia saindo, eu logo o puxei e o abracei apertado agradecendo aos deuses pelo filho perfeito que eu tinha.

-Mãe ama vc!

-Amo vc, mamãe!

Ele logo deu um sorriso compreensivo e logo saiu do quarto e então eu me levantei e olhei a pequena bolinha escolhidinha sobre a cama. Lorena não tinha mais forças como antes, dormia muito mais do que ficava acordada. Logo me aproximei da cama e me deitei por trás formando uma conchinha como ela gostava e logo me acomodei no seu corpinho.

-Está dormindo? -Cheirei o pouco cabelo que ainda tinha e ela sussurrou.

-Me sinto com sono, mamãe.

Ela disse baixinho e eu alisei seu rostinho angelical. Suas sobrancelhas já não davam mais para ver. Seus cílios não existiam mais e nenhum pelo em seu corpo. Olhei com atenção o seu fino cabelo loiro e pude ver que quase não tinha mais cabelo. Dava pra ver sua carequinha já se formando aos poucos.

-Filha?

Chamei baixinho e ela segurou minha mão abraçando pelo seu corpinho.

-Oi, molena...

-Eu estava pensando -Respirei fundo e tomei coragem para dizer -o seu cabelinho é muito lindo, mas está caindo aos poucos e eu queria saber oque vc acha se deixássemos cortar.

Falei e engoli em seco de nervoso e ela se virou para mim com um sorriso fofo me deixando ver a janelinha de seu dentinho.

-Eu quelia ficar igual a geovana que faz exame comigo. Tipo aquela calequinha que ela tem, poque da pá usar uma peluquinha rosa, mamãe.

Ela disse animada e eu segurei o riso.

-Então iremos cortar?

-Calo que sim, molena. -Ela disse e me abraçou deitando em meu colo e eu olhei para o lado vendo algumas madeixas de cabelo grudadas em seu travesseiro e suspirei.

-Vc irá ficar ainda mais linda.

Ficamos em silêncio e ela logo brincava com a pontinha dos dedos em meu cabelo negro, até que ouvimos a porta se abrir e aparecer uma Marília em seu terninho negro e semblante cansado.

-Hey, é aqui que fica duas princesas mais lindas desse hospital todo?

Eu sorri vendo Lorena levantar a cabeça de uma vez e abrir um sorrisão pra mãe.

-MAMÃÃEEEE...

Marília logo tratou de se apressar e agarrar a filha com cuidado enchendo de beijinhos.

-Olha só, pestinha. -Ela tentou dizer, mas Lorena não desgrudava -Calma, meu amor. Mamãe está aqui.

Logo vi Marília se aproximar de mim e me dar um beijo rápido nos lábios e logo se afastou colocando Lorena de volta na cama e ficou sentada no canto da cama tirando seu terninho.

-Olha só, eu queria uma reunião de negócios hoje, pestinha. E...

-Loila, a senhola ficalia blava se eu pedisse pá fazer a reunião amanhã? Eu tô com muito soninho hoje, quelo ficar deitada um pouco.

Lorena disse baixinho voltando a se deitar ao meu lado e eu olhei para marilia com os olhinhos cansados e Marília logo se adiantou.

-Não não, meu amor. Podemos fazer no dia que se sentir melhor. -Ela disse fazendo carinho nos pés de Lorena que já tinha seus olhos fechados e logo ela me olhou. -Filha, se importa se eu e sua mãe ficarmos ali na porta pra conversar rapidinho?

-Não, mamãe. Podem ir.

-Tudo bem, meu amor. Já volto.

MARILIA POV:

Ver Lorena naquele estado só me deixava ainda mais devastada. Logo que cheguei, fui recebida pelos braços pequenos de Lorena, mas meus olhos também não vacilaram de maraisa.

A morena estava mais abatida, não comia e só sabia vomitar. Eu não queria dar muito assunto nisso pois maraisa ficava irritada, mas minha preocupação com ela não poderia deixar de existir.

Logo chamei ela para a porta do quarto e logo saímos do quarto. Maraisa suspirou pesado e eu logo agarrei seus braços com cuidado e analisei minha morena.

-Você está pálida, não come direito, está evidente de que não está bem.

Falei e logo ela revirou os olhos.

-Estou bem, amor.

-Não está.

-Marília, me escuta...

Logo segurei com mais força nos braços de maraisa e capturei seus olhos castanhos nos meus em uma briga de autoridade.

-Me escuta você. -Comecei a falar -Eu preciso de você bem, eu preciso da minha mulher ao meu lado me ajudando e dando forças pra sustentar tudo isso e se vc não comer e não se cuidar de hoje em diante, eu mandarei internar você e...

Logo ouvimos um barulho do alarme vindo do quarto de Lorena e quando abrimos a porta, podemos ver a pior cena de todas. Lorena estava parando.

-SAI DA FRENTE...

Vimos uma série de médicos e enfermeiros entrarem no quarto com um carrinho de parada e logo nos tiraram de lá de dentro.

-Deus...-Falei baixo com os olhos fechados enquanto abraçava maraisa em meus braços. -Por favor, agora não... -suspirei ouvindo barulhos de dentro do quarto. -Não leve minha filha.

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MEU TERRITÓRIO- Segunda TemporadaOnde histórias criam vida. Descubra agora