— Hey... — A voz fina de Nayeon tirou Sana de seus devaneios. — Posso me sentar? — A garota perguntou gentilmente e Sana assentiu.
— Obrigada por ont...
— Shiiiiu... — Nayeon sussurrou, olhando em volta. — Não cite jamais, nunca, em hipótese alguma, que fui eu que comecei com aquilo.
— Tudo bem, mas... obrigada. — Sana disse gentilmente e Nayeon assentiu sorrindo.
— Como você está? — Ela perguntou apontando para o curativo na testa de Sana e a mais nova iria responder, mas viu o momento onde Jihyo passou com sua bandeja de comida nas mãos e desacelerou o passo, como quisesse saber daquela informação.
Sana se calou, esperando ela passar e se surpreendeu quando a garota se sentou na mesa ao lado da dela. Seus olhos se encontraram com os castanhos e nenhuma das duas se atreveu a desviar o olhar, até Nayeon rir baixinho, soltando uma espécie de ronco junto, o que chamou a atenção de Sana.
— Estou bem, doeu para inferno ontem, mas já estou melhor. — Sana disse e Nayeon assentiu.
— Esta noite ela sai da detenção, o que fará? Aquela barulheira da noite passada não poderá se repetir, seria suspeito. — Nayeon disse apenada e Minatozaki sorriu-lhe fraco.
— Não sei, na verdade. Ter o outro lado da testa estourado até eu desacordar? — Brincou sorrindo fraco.
— Não diga isso. — Nayeon disse tristemente e Sana suspirou.
— Se for para ser violentada eu prefiro que eu esteja desacordada do que ter a repugnante imagem daquela mulher em cima de mim. — Sana disse firmemente. — Não vou deixar que ela toque em mim.
— Ah, eu vou gritar, mas você não toca em mim. — A voz de Sohee assustou Sana. A garota jogou sua bandeja sobre a mesa e sorriu. — Caramba, mulher. Eu virei a sua fã. Ninguém nunca desafiou Beatrice antes.
— Obrigada, huh, eu acho. — Sana disse confusa.
— Não fomos apresentadas, sou a Scar e você é a minha mais nova amiga. Você não tem opções, se não aceitar eu esmago seu crânio. — Disse, fazendo Sana arregalar os olhos. A risada alta e escandalosa de Sohee chamou a atenção de várias pessoas. — Eu estou só brincando.
— Oh. — Minatozaki disse ainda em estado de choque. — Eu me chamo Sana. — Ela disse, mas a figura de uma loira alta, com o maior dos sorrisos estampado em seu rosto, chamou a atenção de Sana.
Unicamente porque ela sorria para Jihyo. Será que...
— Você se deu mal pegando a mesma cela que ela. Aquela mulher é perigosa. — Sana suspirou, vendo Jihyo se levantar com a loira e saírem.
— Eu percebi.
— Nem a Park enfrenta ela, elas se evitam. — Sohee disse, começando a comer sua maçã. — Todos sabem que a Park ganharia ali, inclusive ambas, mas elas não se bicam, é como se fugissem de confusão. — Sana estranhou aquilo.
— Elas... costumam travar guerras inesquecíveis de olhares, hm? Para mostrar quem manda. — Sana disse e Nayeon riu baixinho, soltando outro ronco.
— Não. Elas sequer se olham, nenhuma invade o território da outra. — Jihyo praticamente expulsara Beatrice com o olhar no dia anterior no banheiro, pensou Sana ainda mais confusa.
Passaram o restante do tempo conversando e definitivamente Nayeon tinha razão, Scar era um amor de pessoa.
Mais tarde naquele mesmo dia, Sana se dirigia até o pátio no intervalo para tomarem sol, porém sentiu seu corpo sendo puxado para trás e alguém tampar sua boca. Sua primeira reação foi se espernear, mas foi em vão.
— Calma aí que ninguém quer te machucar, é só uma conversa. — Sana ouviu alguém dizer, no entanto não conhecia aquela voz.
Deixou-se ser arrastada até o corredor das celas quando viu que não tinha mais forças para lutar. Quando seu corpo foi jogado dentro de uma das celas, seus olhos se arregalaram em surpresa. Park Jihyo estava deitada na cama de cima a olhando intensamente.
— Ela é magrela, mas tem força. — A loira, que agora Sana podia identificar ser a garota que sentara com Jihyo no horário da refeição, disse.
— Deixe-nos a sós, Mina. — Jihyo disse e a loira assentiu, saindo da cela e ficando de vigia do lado de fora da mesma para ninguém incomodar, enquanto segurava a ponta do lençol que tampava a visão para dentro daquela cela.
— O que... o que quer? — Sana perguntou. A verdade era que ela se atrevia a encarar Jihyo enquanto estava longe, mas perto daquele jeito sentia-se intimidada.
Aquele castanho perfurante a desconcertava completamente. Será que era por ela encarar que estava ali? Deveria ter ouvido a policial Yoo quando teve a chance.
— Você vai dizer a todos desse maldito lugar que você está comigo, que agora é minha mulher. Entendido? — A voz rouca soou firme, causando involuntariamente arrepios no corpo de Sana.
— Não sou sua mulher. Apanhei ontem de outra pessoa por ter esse mesmo pensamento e você pode mandar sua capacho entrar aqui agora mesmo e me arrebentar, mas você não vai tocar em mim. — Disse firmemente, nem sabendo de onde havia saído tanta coragem. Seu coração batia descompassado em seu peito, claro, acabara de se opor a algo que a pessoa que julgam ser a líder absoluta de tudo pediu.
Ela, certamente, não duraria até o fim dos seis meses. Seus pensamentos foram cortados quando ela viu a figura em sua frente pular da cama de cima no chão e se aproximar dela, que, sem perceber, deu dois passos para trás.
Suas costas tocaram a parede e seus olhos fitaram garota mais baixa em sua frente, a centímetros de distância dela agora. Prendeu a respiração ante àquela aproximação.
— Eu acho que eu não fui clara o suficiente. Você vai dizer a todos, inclusive às suas amiguinhas, que agora é minha mulher. — Falou roucamente. — E em mulher de Park Jihyo, ninguém, preste atenção, ninguém toca. — Sana piscou confusa quando a outra se afastou.
— Você não vai tentar nad...
— Já pode dar o fora. — Jihyo disse friamente e Sana franziu o cenho. Jihyo disse que era para ela dizer...
Espere! Estaria, Park Jihyo, oferecendo proteção gratuita? Não teve tempo de perguntar, porque o toque para o banho soou, fazendo-a sair dali com um enorme ponto de interrogação em sua cabeça.
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Presa por acaso - sahyo
FanficO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Minatozaki Sana não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...