cap. 08

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Jihyo endireitou sua postura e segurou uma mão de Sana antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

— Calma que não queremos briga. — Seulgi, uma das três garotas, disse calmamente.

— Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. — Jihyo disse bufando. — O que querem? — Ela perguntou friamente.

— Só viemos resolver algo aqui. Você conhece as leis daqui, Jihyo. — A loira disse, fazendo Jihyo assentir. — Beatrice disse que você roubou a garota dela.

Os olhos castanhos fitaram os azuis de Beatrice seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada. Ela deixou um beijo no pescoço de Sana e sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

Assim que Sana o fez Jihyo desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Sana atrás de si, e umedeceu os lábios.

— Desde quando Sana já teve alguma coisa com a ratazana azul? — Jihyo perguntou, vendo Beatrice alisar seus cabelos azuis. — Sana nunca teve nada com ela.

— Porque fui para a detenção. — Beatrice reclamou e Jihyo desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Beatrice.

— Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. — Jihyo disse, cerrando os punhos.

— Ela não era a sua garota. — Beatrice rebateu.

— Foda-se! Você iria transar com ela a força. Isso é contra as malditas regras!

— Todas fazem isso aqui. — Beatrice replicou e Jihyo riu com escárnio.

— É por isso que eu não gosto de dirigir a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. — Jihyo disse irritada. — Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Sana jamais aceitou nada disso.

— Quem te garante que não? — Beatrice indagou e Jihyo trincou o maxilar.

— Que garota em sã consciência ficaria com você, sendo que sabe que eu tenho interesse nela? — Jihyo perguntou e Beatrice a fuzilou com os olhos.

— O que...

— Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. — Jihyo continuou. — Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... — Jihyo apontou para Beatrice. — Está de olho em Sana.

— Você a forçou, Beatrice? — Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. — Responda, desgraçada! — Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. — Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

Jihyo sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A menor suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Sana.

— Estamos bem. — Jihyo sussurrou no ouvido de Sana e a menor assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Jihyo sabia disso.

Por isso, quando sentiu Sana se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Jihyo só queria que ela não tivesse medo.

O primeiro soco foi desferido com tanta força no meio da cara de Beatrice por uma delas, que só então Jihyo percebera que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

Presa por acaso - sahyoOnde histórias criam vida. Descubra agora